Argentina: excessos hídricos, combinados com o aumento de custos, agravam a situação do setor leiteiro

No começo do exercício de 2012/13, os custos de produção em algumas regiões leiteiras aumentaram de maneira notável a partir das inundações. O noroeste da província de Buenos Aires tem sido uma das zonas mais afetadas pelos recentes excessos hídricos, mas não a única.

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O custo de produção do litro de leite na Argentina, segundo uma avaliação realizada em cinco modelos de produção do Associação Argentina de Consórcios Regionais de Experimentação Agrícola (CREA), ficou entre 1,44 e 1,59 pesos (US$ 0,30 e US$ 0,33) no exercício de junho de 2011 a julho de 2012. Esse é um valor próximo ao recebido pelo produto comercializado nesse período.

Os modelos correspondem a campos representativos do centro de Santa Fé, do sul de Córdoba e do oeste, sul e leste de Buenos Aires. Os valores calculados consideram os gastos diretos, as amortizações, os gastos indiretos e o financiamento.

No começo do exercício de 2012/13, os custos de produção em algumas regiões leiteiras aumentaram de maneira notável a partir das inundações. O noroeste da província de Buenos Aires tem sido uma das zonas mais afetadas pelos recentes excessos hídricos, mas não a única.

Na zona oeste de Buenos Aires, existem 85 fazendas leiteiras CREA que possuem, em média, 480 vacas em ordenha e enviam aproximadamente 4% do leite nacional. A precipitação acumulada nessas regiões de janeiro a agosto desse ano foi, em média, 1,9 vezes maior do que nos últimos cinco anos.

As inundações obrigam os produtores de leite a substituir o aproveitamento direto de pastagens por outras forragens conservadas e suplementos concentrados que têm maior custo. O fenômeno também aumenta os gastos sanitários pela proliferação de doenças de pés e úbere.

A isso, soma-se a redução do rendimento pela queda na produção individual devido aos efeitos do barro sobre o conforto do animal e, em muitos casos, uma queda da qualidade na dieta. Alguns produtores estão precisando transferir as vacas a outras fazendas devido à emergência.

Além disso, as quedas na produção individual e na condição corporal impactarão no resto da lactação e nos índices reprodutivos do rebanho, que limitará a produção no próximo ano.

Por outro lado, o pastoreio em condições de alta umidade gera problemas de compactação por pisoteio, perda de cobertura do solo e necessidade de reimplantação de pastagens.

De todas as maneiras, o maior impacto nas reservas forrageiras se dá pela redução necessária na área de cultivos de verão para silo devido ao alagamento e, em menor medida, pelas dificuldades para a conservação de excedentes de primavera de pastagens de inverno.

Os dados são da AACREA, publicados no Portal Lechero, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
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marcelo saraiva rosa
MARCELO SARAIVA ROSA

LAJEADO - RIO GRANDE DO SUL

EM 27/09/2012

Belo texto para refletir sobre produzir leite exclusivamente à pasto. Existem os poréns, nesta matéria encontramos alguns deles.
Qual a sua dúvida hoje?