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Planejamento na produção leiteira: definindo objetivos, metas e planejando as ações

RICARDO FERREIRA GODINHO

EM 05/11/2015

6 MIN DE LEITURA

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Como vimos no artigo anterior, o planejamento pode ser conceituado como um processo desenvolvido para o alcance de uma situação futura desejada, de um modo mais eficiente, eficaz e efetivo, com a melhor concentração de esforços e recursos pela empresa. O planejamento não diz respeito às decisões futuras, mas às implicações futuras de decisões presentes (Peter Drucker). Portanto, aparece como um processo sistemático e constante de tomada de decisões. Mas começar por onde? O primeiro passo é saber para onde se deseja ir, ou avaliar se é possível ir para onde se deseja.

O planejamento não é um ato isolado, e por isso deve ser visualizado como um processo composto de ações inter-relacionadas e interdependentes que visam o alcance de objetivos previamente estabelecidos. Deve-se, também, considerar a necessidade de que os objetivos sejam viáveis, compatíveis com a realidade da fazenda e sem dúvida, coerentes com os objetivos estratégicos do produtor.

Mas qual a diferença de objetivos e metas? Segundo a literatura, em algumas circunstâncias e dependendo do autor, encontramos a mesma definição para metas e objetivos, mas há uma diferença entre elas. Por isso, é interessante tratá-los de forma diferenciada, e para nivelarmos estes conceitos, neste artigo e no próximo quando formos aplicar o Ciclo PDCA em uma propriedade leiteira, vamos seguir essas definições:

Objetivos: são os alvos ou fins que o administrador deseja atingir; devem ser específicos, desafiadores e realísticos (BATEMAN; SNELL, 1998).

Meta: etapa que é realizada para o alcance do objetivo ou desafio. São fragmentos dos objetivos e desafios e sua utilização permite a melhor distribuição de responsabilidades, como também melhor controle dos resultados concretizados pelos diversos participantes da equipe de trabalho ( OLIVEIRA, 2013).

Planos: são as ações ou os meios de que o administrador dispõe par atingir os objetivos (BATEMAN; SNELL, 1998).

Resumidamente, podemos considerar que as etapas básicas do planejamento são:

• Definir claramente o OBJETIVO: onde se quer chegar, a direção;
• Definir a META: resultado a ser atingido e em quanto tempo;
• Definir quais os MEIOS para se atingir este objetivo, qual será o caminho (método) a ser seguido para se chegar lá.

Partindo para um exemplo prático, podemos estabelecer como objetivo "reduzir a Contagem Bacteriana Total - CBT". Na definição das metas, alguns cuidados devem ser tomados. Uma dica é seguir as iniciais da palavra METAS para avaliar se foi ou não uma boa meta elaborada:


*clique para ampliar. 

Utilizando o objetivo apresentado, como exemplo de meta, podemos definir: Reduzir a contagem bacteriana total (CBT) de 300 mil ufc/ml para 50 mil ufc/ml até abril de 2016.

Será que é uma boa meta? Vamos avaliar seguindo os critérios apresentados:

• é Mensurável? Sim. Trata-se da CBT que é numérica;
• é Específica? Sim. Embora associada a outros fatores, a meta refere-se apenas a CBT;
• é Temporal? Sim. Elaborada em out/15 o prazo para ser alcançada é abril/2016;
• é Alcançável? Sim. O prazo é suficiente para tomar medidas necessárias para reduzir este valor, já que normalmente a CBT está associada a higiene, e em alguns casos ao resfriamento. Ações relativamente simples, podem gerar resultados rápidos, gerando redução nos valores de CBT;
• é Significativa? Neste exemplo Não. Com apenas algumas ações, pode-se reduzir este valor facilmente e em um espaço de tempo menor, a não ser que não houvesse resfriador, ou que tivesse um problema grave na ordenha que exigisse investimentos, ou problemas no transporte e coleta, entre outros fatores, mas com resfriador, equipamento em dia, e transporte adequado, é possível reduzir este valor em menos de um mês.

Dependendo da situação, a CBT poderia até ser reduzida para menos que 50 mil ufc/ml, porém seriam necessárias outras medidas sanitárias para essa redução, e se pretendemos realizar a redução em um período mais curto, como por exemplo nov/15, a meta seria mais desafiadora. Desta forma, a redação mais adequada para a meta seria: Reduzir a contagem bacteriana total de 300 mil ufc/ml para 50 mil ufc/ml até novembro de 2015. Outro ponto a considerar, é que para um mesmo objetivo, posso definir mais de uma meta, mas neste exemplo, não seria o caso.

Com a definição dos objetivos e das metas, o próximo passo é planejar as ações. É preciso elaborar um plano de ação, isto é, definir o que deve ser feito, quem fará, como e onde fazer, estabelecendo um cronograma das atividades e dimensionando quanto será necessário para que a ação seja efetivada. Em outras palavras, é definir e colocar no papel o que é preciso fazer para alcançar os objetivos e metas estabelecidas.

Como ferramenta para este passo, sugere-se o uso do 4Q1POC ou 5W2H, ou planejamento por resultados. Independente do nome que se dá, é uma ferramenta utilizada para planejar a implementação de uma solução. O planejamento da solução deve ser elaborado em resposta às seguintes questões:


*clique para ampliar.

Voltando ao exemplo da meta para redução da CBT, é hora de definir o que fazer e que poderá impactar no processo reduzindo a CBT.


*clique para ampliar.

Outras ações para esta meta poderiam ser planejadas em uma situação real, mas como trata-se de um exemplo apenas, a ideia é apenas repassar o conceito e o como fazer. Na elaboração de objetivos e metas, e posteriormente planejamento de ações, estas definições precisam de uma razão, devem estar interligadas com outras iniciativas e não podem perder o foco dos resultados globais da fazenda. Mas a tarefa não termina por aí. Monitorar o plano é tão importante quanto sua elaboração. Planejamento que fica apenas na "gaveta", dificilmente gera resultados, por isso é interessante dar visibilidade para os planos colocando-os em "murais de comunicação", fazendo reuniões com os envolvidos e explicando passo a passo, entre outras formas.

No monitoramento, ou na definição de novos objetivos, por melhor que esteja a situação, sempre há algo para ser feito, sendo este o princípio da melhoria contínua, uma das razões de uso do Ciclo PDCA, tema que será abordado no próximo artigo. Sinta-se a vontade para comentar, opinar e sugerir, utilizando o espaço abaixo.

Referências bibliográficas

BATEMAN, Thomas S.; SNELL, Scott A. Administração – Construindo Vantagem Competitiva. São Paulo. Ed. Atlas SA. 1998.

CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração. Vol. I, Editora Campus, 6ª. Ed., Rio de Janeiro/RJ, 2001.

CUNHA, L. F.P. da. O método PDCA como ferramenta de melhoria contínua dos processos e suporte para a elaboração do planejamento estratégico das empresas. Revista UNIABEU: V.6, n. 14, 2013. ISSN 2179-5037

LACERDA, Flávia A. B; SOPRANA, John C... et al. Gestão da Qualidade: Os Processos – Padronização e Melhoria Contínua. Manual do Participante. Brasília: Sebrae, 2005.

MARSHALL JUNIOR, I; CIERCO, A.A.; ROCHA, A.V. e MOTA, E.B.. Gestão da Qualidade. 2ª. ed. Ver. E atual. – Rio de Janeiro: Editora FGV, 2003.

OLIVEIRA, DJALMA DE PINHO REBOUÇAS DE. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e práticas, 31ª edição. São Paulo: Atlas, 2013.

SANTOS, Marcos Veiga dos; FONSECA, Luís Fernando Laranja da. Estratégias para Controle de Mastite e Melhoria da Qualidade do Leite. Editora: Manole, 2007.

Autor do artigo:

Ricardo Ferreira Godinho é Zootecnista, Mestre em Produção Animal, e fez Especializações em Administração Rural, Consultoria Organizacional, Gestão Empresarial. Iniciou sua atividade profissional como técnico de campo da Casmil/Passos, onde atuou por 9 anos. Experiência como consultor por 16 anos pelo SEBRAE Minas e de outros estados em programas de capacitação em gestão empresarial, liderança, empreendedorismo, Programa de Gestão da Qualidade (urbana e rural), atuando na capacitação de consultores e desenvolvimento de metodologias. Já atuou também para o Centro CAPE, Rehagro e como autônomo. Experiência de 10 anos como Professor Universitário (UEMG Unidade de Passos) em cursos de graduação e pós graduação. Produtor Rural, sócio da Agropecuária Tucaninha, a qual destaca-se pelo Prêmio de Excelência Empresarial (2007) e participação no TOP 100 desde 2003.

RICARDO FERREIRA GODINHO

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MÁRIO SILVIO G. SILVA

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/12/2015

Parabéns Ricardo, muito bom.
MARIANA POMPEO DE CAMARGO GALLO

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 19/11/2015

Olá pessoal,



Para quem quiser aprender como controlar os custos na pecuária leiteira, na próxima semana começará o Curso Online "Custos de produção na pecuária leiteira", com a instrutora Carina Barros.

Durante o curso, o aluno aprenderá como montar sua própria planilha para cálculo e, poderá tirar dúvidas diretamente com a instrutora.



Para participar acesse: https://www.agripoint.com.br/curso/custos-producao/



Ou entre em contato: cursos@agripoint.com.br / (19) 3432-2199
JULIA SILVEIRA PEREIRA

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 09/11/2015

Excelente artigo Ricardo!!! A cada dia mais posso acompanhar a acertividade de propriedades que trabalham com planejamento e implantação de PCDA. Eu vejo que a alguns anos atrás alguns técnicos erram pouco valorizados por esta forma de atuação, pois o "bom" era o braçal. Hoje tenho o prazer de acompanhar alguns projetos que estão com este modelo de gestão, e o que me chama muito atenção é a organização das ações, motivação dos colaboradores e alinhamento dos objetivos por parte dos funcionários.

Em anos desafiadores, como o que estamos vivendo, eu acredito que os riscos sejam bem menores.

Parabéns pelo material e obrigada por incentivar a mudança de ações.

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