ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Sustentabilidade e rentabilidade não estão na contramão na produção de leite!

POR MARCUS VINICIUS CASTRO MOREIRA

E TOMAZ DE PAULA MELO

PDPL/PCEPL-UFV

EM 17/10/2022

3 MIN DE LEITURA

13
53

A sustentabilidade e rentabilidade caminham lado a lado para o sucesso da empresa rural.

Embora muitos técnicos e produtores ainda enxerguem práticas de sustentabilidade social e ambiental como um custo para sua fazenda, o que vemos na prática é exatamente o oposto. O tripé da sustentabilidade: social, ambiental e econômico andam na mesma direção e se complementam.

Recentemente foi realizada no PDPL uma análise da pegada de carbono do leite produzido nas fazendas assistidas e obtivemos resultados interessantes que corroboram com a ideia de que a sustentabilidade está diretamente correlacionada à eficiência produtiva e econômica!

Foram analisados dados de 20 fazendas usando a metodologia do “GHG Protocol Agropecuário” e os valores gerados através da “Ferramenta de Cálculo Brasil”, ambos desenvolvidos pela WRI (World Resources Institute), Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Essa ferramenta permite realizar uma análise de como está nossa emissão, e nos permite futuramente verificar o progresso em relação ao planejamento traçado de redução dos gases de efeito estufa (GEE).

Para produção de 1 Litro de leite essas fazendas emitiram *1,1 Kg de CO2 equivalente (*balanço entre emissão e mitigação, sem considerar área de reserva); dados nacionais oscilam de 1,2 a 3 Kg de CO2 equivalente por litro de leite, conforme diferentes fontes.

Na média, essas vinte fazendas tiveram uma pegada de carbono de 6.966,4 Kg de CO2 equivalente por vaca em lactação e 8.626,8 Kg de CO2 por área usada para pecuária. E mais de 50% das emissões são oriundas da emissão entérica!

Para uma melhor avaliação, as fazendas foram divididas em dois grupos: Maior emissão por litro de leite (1,4 Kg CO2 eq/Litro de leite) e Menor emissão por litro de leite (0,81 Kg de CO2 eq/ Litro de leite). A seguir, esses grupos foram comparados quanto a fatores de produtividade (vide: Tabela 1 –Emissão de CO2 eq X Produtividade). E os números encontrados demonstraram que a produtividade está intimamente relacionada à sustentabilidade!

Tabela 1 – Emissão de CO2 equivalente/ Litro de leite x Produtividade

Emissão de CO2 equivalente/ Litro de leite x Produtividade
Fonte: PDPL

As fazendas com menor emissão tiveram maior produtividade por Vaca em Lactação (VL) (22,07 L/VL/dia x 14,79 L/VL/dia) e por total de vacas (18,38 L/VL/dia x 12,95 L/VL/dia), um efeito de diluição, levando-se em conta principalmente a exigência de mantença proporcionalmente menor por litro de leite e também de eficiência alimentar da vaca.

A produção de metano é um subproduto da digestão dos alimentos fibrosos e estas vacas mais produtivas precisam ingerir menor quantidade de matéria seca para produzir o mesmo volume de leite.

Além disso, esse grupo apresentou maior produção por área (12.867,7 L/ha/ano x 4.948,75 L/ha/ano) e também correspondiam àquelas propriedades com melhor estrutura de rebanho (47,85% x 35,48%), ou seja, maior proporção de vacas em lactação em relação ao número total de rebanho.

Todos esses quatro fatores de produtividade estão intimamente relacionados à menor emissão, visto que numa mesma área tem mais vacas em lactação e essas vacas são mais produtivas.

Do ponto de vista técnico, a eficiência produtiva está diretamente relacionada com a menor emissão de GEE, mas e sobre a rentabilidade das fazendas? O impacto sobre os indicadores econômicos das fazendas podem ser vistos na tabela 2.

 Tabela 2 – Emissão de CO2 equivalente x Indicadores Econômicos

Emissão de CO2 equivalente x Indicadores Econômicos
Fonte: PDPL

As fazendas que mais ganharam dinheiro apresentaram margem líquida de R$ 0,48/L contra R$ 0,23/L do outro grupo, e são aquelas que apresentaram menor emissão por litro de leite, bem como apresentaram maior taxa de retorno do capital com terra (9,13% x 3,55%). 

E o que essas fazendas de menor emissão tinham em comum? Podemos resumir em uma palavra: eficiência! Não era o grau de sangue ou raça, tampouco o sistema de produção. A diferença entre esses dois grupos que poderíamos chamar de Mais rentável e Menos rentável era a eficiência no uso dos principais fatores de produção: Terra, Animais e Mão de obra.

Concluindo, a sustentabilidade e rentabilidade andam lado a lado, na mesma direção, e o que move as duas nada mais é do que a eficiência. 
 

Gostou do conteúdo? Deixe seu like e seu comentário, isso nos ajuda a saber que conteúdos são mais interessantes para você.
 

Marcus Vinicius Castro Moreira

Tomaz de Paula Melo

MARCUS VINICIUS CASTRO MOREIRA

13

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

ERNANI PAULINO DO LAGO

VIÇOSA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 24/10/2022

Parabéns Marcus Vinícius, sempre inovando a atuação do PDPL.
MARCUS VINICIUS CASTRO MOREIRA

VIÇOSA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 24/10/2022

Obrigado, Professor Ernani!
DAIANE DIAS DUARTE

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - ESTUDANTE

EM 24/10/2022

Excelente conteúdo! Parabéns aos autores!
JOHNATAS MILLE DA SILVA GONÇALVES

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - ESTUDANTE

EM 20/10/2022

Excelente trabalho professor Marcus e Tomaz.Muito importante essa análise de dados econômicos reais, e parabens as fazendas. Foram Eficazes e estão colhendo excelentes frutos com a sustentabilidade e rentabilidade que andam sempre juntas.
SUELLEN ELLER

VIÇOSA - MINAS GERAIS - ESTUDANTE

EM 19/10/2022

Excelente conteúdo! Parabéns aos autores 👏🏻👏🏻
IVAN PEDRO DE OLIVEIRA GOMES

LAGES - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/10/2022

Fiquei com várias dúvidas. A primeira é sobre a metodologia empregada.
MARCUS VINICIUS CASTRO MOREIRA

VIÇOSA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 21/10/2022

Bom dia, Ivan
Sobre a metodologia de custos, utilizamos a metodologia de custos operacionais, desenvolvida por Matsunaga! Mensalmente são coletados dados nas fazendas assistidas e lançadas em um software (mesmo usada no projeto educampo) e ele calcula os indicadores econômicos! Quando se fala em sistemas intensivos, não obrigatoriamente são confinados! Quanto ao cálculo da pegada de carbono, utilizamos o escopo 2 e seguimos a coleta de dados nas fazendas e algumas mensurações nas mesmas! Essa planilha é disponível pelo Programa Brasileiro GHG Protocol, vide nesse endereço: https://eaesp.fgv.br/centros/centro-estudos-sustentabilidade/projetos/programa-brasileiro-ghg-protocol !
THAYNAN FERREIRA DE ARAÚJO

ABAETÉ - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 18/10/2022

Excelente! Quanto mais intensivo é o sistema de produção, mais sustentável tende a ser o negócio.
IVAN PEDRO DE OLIVEIRA GOMES

LAGES - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/10/2022

Não necessariamente. O leite mais competitivo é produzido na Nova Zelândia há várias décadas. Aqui no Sul do Brasil podemos produzir leite com pastagens e uma pequena suplementação durante quase todo o ano.
ADRIANO PROVEZANO GOMES

VIÇOSA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 18/10/2022

Muito bom texto. Apresenta dados reais de que é possível obter maiores ganhos com a adoção de práticas sustentáveis. O desafio é transmitir essa ideia para todos os agentes da cadeia produtiva.
MARCUS VINICIUS CASTRO MOREIRA

VIÇOSA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 18/10/2022

Concerteza a grande dificuldade é termos técnicos capacitados para serem esses agentes de transformação!
ANDRÉ NAVARRO LOBATO

VIÇOSA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 18/10/2022

Extremamente importante essas análises utilizando dados econômicos.
Parabéns pelo artigo!
GRAÇA CASTRO MOREIRA

MARLIÉRIA - MINAS GERAIS

EM 17/10/2022

Muito bom.
Vocês estão de parabéns!
Sustentabilidade e rentabilidade.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures