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Resistência aos antimicrobianos e controle de mastite

POR MARCOS VEIGA SANTOS

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 01/08/2002

3 MIN DE LEITURA

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A mastite bovina pode ser considerada como a causa mais freqüente de uso de antibióticos em vacas leiteiras. Devido ao uso não racional dos antibióticos em muitos casos, o tratamento da mastite também é apontado como a principal causa de ocorrência de resíduos de antibióticos no leite. Especula-se, adicionalmente, que o uso indiscriminado e sem fundamentação técnica de antibióticos para o tratamento de doenças de origem bacteriana seja uma possível causa de desenvolvimento de resistência microbiana. Desta forma, mesmo considerando a grande importância do uso dos antibióticos para a manutenção da saúde, do bem estar animal e da produtividade, diversas preocupações surgem quando não é feito o uso responsável e adequado dos antibióticos, o que não é interessante pois reduz o potencial de utilização de uma droga, quando se considera o longo prazo.

A emergência de resistência bacteriana entre patógenos associados com doenças nos animais tem sido uma grande preocupação na medicina veterinária. Neste cenário, os microrganismos resistentes aos antimicrobianos de origem dos animais são freqüentemente incriminados como um potencial risco para a saúde humana. Particularmente preocupante tem sido o uso em muitos casos de esquemas de tratamentos em doses subterapêuticas em animais de produção. Tanto que a mastite é considerada como a doença que isoladamente tem sido mais objeto de resistência bacteriana. Além disso, os tratamentos recomendados para mastite apresentam diversas características que aumentam o seu potencial de desenvolvimento de resistência:

a) Normalmente os esquemas de tratamentos para mastite são de curta duração,
b) Com exceção da cefapirina, a grande maioria dos beta-lactâmicos (os mais usados para tratamentos de mastite apresenta pouca atividade contra os microrganismos Gram-negativos),
c) A terapia da vaca seca é uma estratégia largamente usada que aumenta a exposição entre bactéria e antibiótico,
d) A eficácia geral dos antibióticos usados no tratamento de mastite é geralmente menor que 50%, em especial para as infecções crônicas.

Desta forma, cabe saber se o uso de antibióticos como medida para tratamento e controle de mastite tem resultado em aumento da resistência bacteriana. Para identificar se uma bactéria é ou não resistente a um determinado antibiótico são usados os chamados testes de sensibilidade in vitro (também conhecidos como antibiograma), os quais ainda que com limitações, podem nos dar uma idéia sobre a sensibilidade dos agentes testados. Para tanto, tomemos como exemplo (digo como exemplo, pois não podemos tirar conclusões muito amplas a partir de um único estudo) um estudo realizado no estado de Michigan (EUA) durante o período de 7 anos (1994-2000). De um total de quase 2800 amostras de leite de casos de mastite analisadas durante o período, foi avaliada a sensibilidade dos microrganismos em relação aos diversos antibióticos disponíveis. Ainda que com pequenas variações em relação a espécie do microrganismo e ao antibiótico analisado, os resultados gerais apontam que não houve indicação do aumento da resistência microbiana dos agentes causadores de mastite em relação aos principais antibióticos usados em fazendas leiteiras.

Mesmo que os resultados deste estudo não apontem para nenhuma tendência de aumento da resistência bacteriana ao longo dos últimos 7 anos, dentro das condições nas quais foi realizado, é recomendável sempre o emprego de antibióticos com racionalidade e responsabilidade, uma vez que o que hoje pode ser considerado uma ferramenta essencial para a saúde animal, pode passar a ter eficiência reduzida no futuro. Um caso exemplar, para não perder de vista a importância do uso racional de drogas veterinárias é o caso dos parasiticidas, em particular carrapaticidas e mosquicidas, dos quais atualmente, a grande maioria das bases não tem mais a eficiência que tinha quando da sua introdução no mercado.

Fonte: J.Dairy Sci. 85:1111-1118, 2002.

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

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