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Amontoamento de resíduos orgânicos

JULIO CESAR PASCALE PALHARES

EM 03/02/2022

4 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 03/02/2022

O amontoamento dos resíduos orgânicos é um manejo passivo (uma vez amontoado o resíduo, não são realizadas atividades para movimentar o monte) onde o material é acumulado de forma gradual, sob cobertura ou exposto ao tempo. É uma técnica simples, de fácil manejo e baixo custo.

O material permanece amontoado até que seja retirado para o uso como fertilizante. O amontoamento pode ser utilizado para resíduos na fase sólida ou semi-sólida. O recomendável é, no mínimo, 80% a 85% de umidade.

Definições importantes:

  • Monte: resíduo em estado sólido ou semi-sólido que é amontoado no terreno a céu aberto ou em instalação coberta apropriada.
     
  • Cobertura do monte: barreira impermeável à precipitação que é utilizada para proteger o monte da chuva.
     

O amontoamento é indicado para:

  • A – Propriedades com reduzido número de vacas em lactação (1- 20 Unidades Animais, uma Unidade Animal = 1 animal de 500 kg de peso);
  • B – Propriedades em que é feita a raspagem do esterco antes da lavagem;
  • C – Propriedades nas quais se pratica a ordenha seca e não há lavagem do curral de ordenha.

Nas situações B e C pode haver uma grande quantidade de esterco para ser amontoado, o que vai demandar maior área para que o amontoamento seja feito de forma que não haja risco ambiental.

O amontoamento pode ser feito em estrutura permanente ou de curto prazo.

No permanente, o esterco é colocado em uma estrutura construída, geralmente feita em alvenaria (Figura 2). Sugere-se que fique perto das instalações onde o esterco é coletado. Esse tipo de amontoamento demanda maiores investimentos financeiros, devido à necessidade da estrutura. É mais recomendável para propriedades que:

  • A geração de resíduos sólidos e/ou semi-sólidos por dia é elevada, o que exige a elaboração de vários montes e a, consequente, maior complexidade logística para utilizá-los como fertilizante;
     
  • Não há frequente disponibilidade de mão-de-obra para distribuição dos montes nas áreas agrícolas;
     
  • A demanda de nutrientes das áreas agrícolas está próxima aos nutrientes ofertados pelo resíduo, portanto a aplicação do resíduo em excesso causará impactos ambientais negativos no solo, águas e ar.

No amontoamento de curto prazo, até seis meses, deve-se selecionar áreas aptas para receberem os montes. A escolha da área é importante para que o amontoamento não signifique contaminação das fontes de água superficiais ou subterrâneas e do solo. O solo da área de amontoamento tende a ficar mais saturado em nutrientes devido ao líquido que naturalmente escorre do monte.

Na escolha da área para o amontoamento de curto prazo, deve-se considerar:

  • Que tenha um solo profundo, não devendo ser áreas de solo de rápida permeabilidade. A permeabilidade mede a rapidez com que a água penetra no solo. Solos arenosos têm alta permeabilidade, o que pode facilitar a penetração dos poluentes pelas camadas do solo e atingir as águas subterrâneas. Solos argilosos evitam a rápida penetração, mantendo o líquido por mais tempo no monte. Locais não recomendados: pedreiras, terreno cascalhado e poços de areia;
     
  • Espessura do solo e da rocha. A espessura de solo acima do lençol freático é um aspecto na seleção do local. Solos profundos darão mais segurança, pois possuem maior capacidade de retenção do que solos rasos;
     
  • É importante fazer a drenagem do terreno para que a área do monte não seja de acúmulo de águas de escorrimento superficial e/ou de chuva. Não utilizar áreas que ocasionalmente ou frequentemente inundam ou alagam;
     
  • A declividade não deve ser superior a 3%, a menos que boas práticas contenham o potencial escorrimento superficial de líquidos como a colocação de palhada ou terra ao redor do monte. Mesmo com o uso destas práticas, a área não deve ter mais do que 6% de declividade.

 

Algumas práticas de manejo do amontoamento:

  • O monte deve ser alto em vez de largo e com superfície inclinada para facilitar o escorrimento da água da chuva. O movimento da água da chuva no interior do monte pode significar arraste de nutrientes para o solo abaixo da massa de resido. O amontoamento dentro de galpões ou a cobertura do monte são formas de evitar a potencial perda de nutrientes por arrasto;
     
  • Recomenda-se no amontoamento de curto prazo que o esterco seja coberto com uma lona plástica (do tipo usada para silagem);
     
  • Após eventos de forte chuva, o monte deve ser inspecionado para verificar se há escoamento de líquido. Caso isso ocorra, pode-se colocar terra ou palhada sobre o líquido para absorvê-lo;
     
  • É aconselhável o monitoramento de moscas, besouros e outras pragas. Uma forma de evitar a presença destes organismos é pela cobertura do monte;
     
  • A área ou estrutura de amontoamento deve permitir o trânsito de máquinas e caminhões;
     
  • A área ou estrutura de amontoamento não deve ser acessível a humanos e animais;
     
  • A área ou estrutura de amontoamento deve ter uma distância mínima de 50m de fontes de água (nascentes, poços, lagoas, açudes, etc.) e de residências e instalações dos animais;
     
  • A área ou estrutura de amontoamento não deve estar localizada em área onde há predomínio da passagem de correntes de vento;
     
  • Aconselha-se fazer um rodízio da área utilizada para o amontoamento de curto prazo para evitar saturação do solo por nutrientes e aumento do risco ambiental (contaminação de fontes de água superficiais e subterrâneas). Um ciclo de crescimento de uma cobertura vegetal pode ser estabelecido na área que recebeu os montes para haver uma extração dos possíveis nutrientes do solo, tornando a área apta para o recebimento de novos montes;
     
  • Devem ser mantidos registros de cada amontoamento, incluindo: mapa da localização, data e volume aproximado, além de informações da área em que o material foi aplicado como fertilizante.

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Leia também: 

JULIO CESAR PASCALE PALHARES

Pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste

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SERGIO YOSHIOKA

SÃO CARLOS - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 03/02/2022

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