Retenção de placenta em vacas: o que é e como proceder |
Atualizado em 30/12/2020
Um dos maiores erros é não tratar a causa da retenção de placenta. Assim, caso haja uma vaca com retenção de placenta no rebanho, é essencial que se detecte a causa para que se evite que o mesmo ocorra com os outros animais.
Quando a vaca já está com retenção de placenta, uma das recomendações é cortar os restos placentários e fazer uma higienização local. Além disso, deve-se tentar combater uma proliferação bacteriana, sendo indicado uma antibioticoterapia sistêmica.
Deve-se também fazer o controle dos parâmetros fisiológicos, através do uso de soro glicosado, cálcio e, se for o caso, uso de medicamentos para febre e dor, para proporcionar maior conforto ao animal.
Atente-se ao fato de que não existe uma forma efetiva de acelerar o processo de expulsão da placenta. As tentativas feitas nesse sentido até agora não foram bem sucedidas. Assim, a opção é tratar a vaca, conforme descrito acima. Para a placenta ser expulsa, a única forma é ela terminar o processo de necrose e degeneração para de depois ocorra a expulsão.
Os estudos mostram que o tratamento da retenção de placenta em si, seja sistêmico, seja intrauterino ou remoção de placenta não traz resultados satisfatórios. Assim, deve-se sempre tratar a vaca para que ela tenha melhor capacidade de controlar esse processo.
Em fazendas que tem um bom monitoramento de pós-parto, o recomendado é fazer um tratamento seletivo de vacas que apresentam sinais como febre e perda de apetite. Assim, somente seriam tratadas as vacas com retenção de placenta que apresentam esse quadro.
Porém, não são todas as fazendas que conseguem fazer esse tratamento seletivo. Nesses casos, se detectada a retenção de placenta, a recomendação é fazer a antibioticoterapia sistêmica.
A ocitocina e a prostaglandina são hormônios que desempenham um papel na contração uterina e podem ser eficazes no tratamento do retenção de placenta devido à atonia uterina. No entanto, pensa-se que a atonia uterina é responsável por uma percentagem muito pequena de casos de retenção de placenta e muitos estudos não apoiaram a sua utilização como tratamento geral.
A ocitocina tem sido citada há muito tempo como eficaz para expulsar a placenta após o parto. Há outras vantagens no uso da ocitocina após o parto, mas seu uso não reduz a incidência de retenção de placenta.
A ocitocina já é secretada por vacas normais no parto e ajuda as contrações uterinas e a expulsão da placenta que está totalmente separada. A contração do útero ajuda a controlar o sangramento dos vários locais que podem ter sido traumatizados durante o parto. Porém, se a placenta não estiver devidamente descolada, a ocitocina não irá acelerar a sua saída.
Nunca se deve remover manualmente a placenta. A remoção manual pode resultar em infecções uterinas mais frequentes e graves, quando comparado com o tratamento mais conservador.
Estudos constataram que a remoção manual prolongou o intervalo entre partos. Além disso, bactérias patogênicas intrauterinas foram encontradas em 3 semanas em 100% das vacas com a placenta removida manualmente em comparação com 37% das vacas não tratadas no pós-parto.
Embora as evidências científicas não apoiem a remoção manual como um tratamento eficaz para a retenção de placenta, ela ainda é comumente praticada.
A melhor forma de controle é a prevenção. Isso pode ser feito através da implantação de programas nutricionais e de saúde, além do manejo das vacas em transição, buscando melhorar a competência imunológica da vaca e evitar o estresse.
Além disso, as medidas de higiene e as técnicas durante a assistência ao parto precisam ser feitas de forma correta, para que não ocorra uma maior contaminação.
O local onde o parto vai ocorrer também precisa ser cuidado. É necessário que tenha boas condições de higiene, áreas secas com boa cobertura vegetal, boa drenagem, sombra de qualidade. Isso porque muitos estudos mostram um relação entre a falta de uma boa condição ambiente o pré-parto com os distúrbios no pós-parto.
A retenção de placenta compromete o desempenho reprodutivo das vacas leiteiras, uma vez que, atrasa tanto o processo de involução uterina quanto o reinício da atividade ovariana no pós-parto. Pode aumentar a ocorrência das infecções uterinas, sendo esta a razão principal da baixa fertilidade de vacas leiteiras acometidas por esta patologia.
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