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Virando o jogo

POR COOPERIDEAL - COOPERATIVA PARA A INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE LEITEIRA

COOPERIDEAL

EM 15/04/2019

7 MIN DE LEITURA

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Análises que avaliam o desempenho econômico de propriedades leiteiras mostram que um rebanho desestruturado, composto por um número excessivo de animais que não contribuem com renda no processo produtivo (representados pelos animais em crescimento, vacas secas, machos), elevam os custos da produção de leite, aumentando assim os riscos do negócio.

Os diagnósticos realizados em várias regiões do Brasil também descrevem o excesso de animais improdutivos como um dos principais problemas da atividade leiteira no país, corroborando com a tese de que o aumento da participação de vacas em produção na composição dos rebanhos certamente contribuiria tanto para a redução das despesas como para o aumento da produção e da renda nas propriedades.

Todas as ações relacionadas a estruturação de rebanho, como a melhoria da reprodução e aumento da fertilidade do solo, possibilitam o aumento de vacas em lactação na propriedade, atuando diretamente na melhoria do indicador vacas em lactação por hectare (VL/ha), que apresenta grande impacto sobre o desempenho econômico do sistema de produção. A produtividade na atividade leiteira é medida em litros/ha/ano, sendo obtida como resultado da divisão da produção de leite anual pela área utilizada na atividade; assim sendo, quanto mais vacas em lactação em um mesmo hectare de terra, maior será a produtividade da fazenda. Portanto, quanto maior for a evolução do indicador “VL/ha” tanto maior será a produção, a produtividade e receita gerada no sistema.

Além do número de vacas mantidas na área, a qualidade da vaca, no que se refere ao seu potencial de produção de leite, também tem impacto sobre a produtividade do sistema. Quanto melhor a vaca, maior a produtividade da fazenda.

Foto 1 - Vacas em pastejo intensivo – Capim Mombaça - Tamarana, PR. 

vacas em lactação por hectare

Os ganhos de produtividade são fundamentais para o desempenho econômico de qualquer sistema de produção e para que isso ocorra são necessários ganhos tanto quantitativos, relacionados ao aumento no número de vacas em lactação por área, quanto qualitativos, obtidos através da melhoria genética dos animais do rebanho.

É importante ressaltar o fato de que em muitas fazendas brasileiras os rebanhos ainda passam fome e em consequência disso o potencial produtivo dos animais não é explorado. A Fazenda Barreiro, situada no município de Bandeirantes-MS, que obteve um salto de produção com melhorias na alimentação e manejo do rebanho, sem necessidade de aquisição de novos animais, é um bom exemplo de exploração adequada de um potencial oculto pela restrição alimentar imposta aos animais (Gráfico 1).

Gráfico 1 - Evolução da produção das vacas em lactação e do volume de leite da Fazenda Barreiro após melhorias de alimentação e manejo.

vacas em lactação por hectare

De maneira geral, a produtividade média da fazenda leiteira brasileira é muito baixa, não ultrapassando os 3.500 litros/ha/ano, e tal situação de ineficiência é fruto de um conjunto de fatores: da falta de alimentação adequada, de rebanhos com baixa participação de vacas em lactação em sua composição (rebanhos desestruturados), da reprodução irregular das vacas (normalmente relacionada a problemas nutricionais), da baixa persistência de lactação (o que resulta em vacas com lactações curtas), da utilização de animais sem aptidão para a produção de leite e que são mantidos em grande parte dos rebanhos leiteiros e da falta investimentos em fertilidade do solo (que permitiria a manutenção de um número maior de animais na mesma área utilizada).

Quando se produz pouco por área, se ganha pouco por área, o que torna a atividade pouco atrativa em termos econômicos, fato que motiva a saída de muitos produtores do negócio, que preferem, em muitos casos, arrendar suas áreas para outras atividades.

Tal situação explica a expansão de outras atividades sobre áreas de pecuária, expulsando da atividade leiteira principalmente as fazendas com baixas produtividades. Produtividades superiores a 20.000 litros/ha/ano podem ser consideradas adequadas para um bom desempenho econômico da atividade leiteira.

Apesar da sua grande importância no sistema de produção, a produtividade por si só não garante o sucesso financeiro do negócio, é preciso que haja um ganho efetivo sobre cada hectare de terra explorado na atividade. O indicador “margem bruta por área” pode ser utilizado para avaliar o ganho obtido com cada hectare utilizado na produção de leite, pois, além da produtividade, leva em conta também a margem de lucro bruta obtida com cada litro de leite produzido naquela área. De nada adiantaria uma alta produtividade se a margem de lucro por litro produzido fosse zero. Portanto, quando se multiplica a produtividade da área (litros/ha/ano) pela margem de lucro por litro (R$/litro) obtém-se o indicador “margem bruta por área”, cujo resultado nos permite comparar a atividade leiteira com as demais opções de atividade do meio rural. 

Para a obtenção de melhores resultados financeiros por unidade de área a fazenda deverá produzir mais em uma mesma área, mas também deverá ser competitiva em termos econômicos, produzindo a um custo menor que o preço de venda de seu produto, auferindo margem, capaz de transformar a produtividade por área em ganho financeiro por área. Muitas fazendas produtoras apresentam alta produtividade, porém sem nenhuma margem (baixa eficiência econômica), ou o inverso, produzem com margem alta em sistemas extrativistas de produtividades irrisórias (baixa eficiência zootécnica); em ambos os casos o resultado econômico da atividade é frustrante.

Foto 2 - Capim Jiggs – Alta produção com ótima qualidade – Nova Laranjeiras, PR.

vacas em lactação por hectare

Uma vez obtida a “margem bruta por área” da atividade, é necessário em seguida compará-la aos valores possíveis de serem obtidos pelas demais opções de agricultura ou pecuária, e também com fazendas da mesma atividade, que utilizam opções diferentes de sistema de produção. Como exemplo vamos comparar o resultado da “margem bruta por área” obtida com a produção de leite em uma propriedade assistida pela Cooperideal (que chamaremos de “referência”) com atividades de agricultura (milho e soja), de pecuária de corte intensificada e de leite não intensificado (Quadro 2).

A margem de lucro de todas as atividades que serão utilizadas na comparação será de 24,5%, a mesma obtida pela propriedade referência. Vale ressaltar que nessa margem estão contabilizadas todas as receitas da atividade na propriedade, inclusive com vendas de animais, que para efeito de cálculo são transformadas em equivalente leite.

Quadro 2 - Comparação do índice “lucro/ha/ano” entre a produção de leite intensificada e outras opções de agricultura e pecuária.

vacas em lactação por hectare

A agricultura, neste caso, tem sua receita oriunda da soma do ganho obtido com o plantio de soja e milho em uma mesma área no decorrer do ano. Considerando-se os parâmetros da produção agrícola descritos no Quadro 2 e a lucratividade de 24,5% (a mesma do leite intensificado na propriedade referência) temos um ganho por hectare trabalhado de R$ 1.029,00 com a soja e R$ 1.102,00 com o milho, que somados proporcionam um ganho anual de R$ 2.031,00/ha/ano. Este valor representa somente 24% do ganho obtido com o leite produzido intensivamente (R$ 8.394,00/ha/ano).

Em relação à atividade de gado de corte, neste caso a comparação será com aquela em que há intensificação do sistema de produção. A produtividade do gado de corte neste caso é de 40@/ha/ano, muito superior à média nacional da atividade, que não chega a 10@/ha/ano. Com uma margem de 24,5%, o ganho do gado de corte intensificado seria de R$ 1.470,00/ha/ano, valor excelente para a atividade, mas que representaria apenas 17,5% do valor obtido com a produção de leite intensificada da análise.

A última comparação é do leite com ele próprio, mudando apenas a concepção e a aplicação de conceitos produtivos, que apesar de básicos, modificam brutalmente os resultados obtidos entre uma e outra forma de conduzir a atividade. A produção de leite extensiva e extrativista, que pela ausência de gestão e de aplicação de insumos básicos para a atividade exige cada vez maiores áreas, fato que impede a utilização e o manejo adequado de animais especializados, coloca em dúvida a viabilidade técnica e econômica do leite produzido dessa forma.

Quando analisamos o retorno econômico sobre a propriedade leiteira típica do país, utilizada nesta comparação, partimos de uma produtividade de 3.285 litros/ha/ano, bem próxima à média nacional. Utilizando a margem de lucro de R$ 0,245/litro, temos um ganho de apenas R$ 804,00/ha/ano, pior desempenho entre todas as atividades, situação que explica o desânimo do produtor tradicional com a atividade. O leite extensivo apresenta um ganho/área de somente 9,5% em relação ao proporcionado pelo leite intensificado (R$ 804,00 contra R$ 8.394,00/ha/ano).

A baixa atratividade econômica da forma tradicional de produção de leite no Brasil explica a diminuição progressiva do número de produtores no país. Em compensação a atividade leiteira conduzida de maneira eficiente se apresenta como um negócio atrativo e com desempenho econômico muito superior às demais opções do meio rural.

Isso demonstra que quando são aplicados conceitos que promovam o aumento da eficiência de alguns fatores de produção básicos para o bom desempenho da atividade, o leite deixa de ser o primo pobre do meio rural para se tornar uma atividade robusta, capaz de gerar renda e desenvolvimento para milhares de produtores Brasil afora.

COOPERIDEAL - COOPERATIVA PARA A INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE LEITEIRA

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RONALDO CARVALHO MACEDO

LAVRAS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 18/04/2019

Texto brilhante!

Parabéns ao autor!

Precisamos desses números para ajudar o produtor a vencer o "coitadismo" e assumir as rédeas de sua vida!
FABRÍCIO NASCIMENTO

JÓIA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/04/2019

Em tempos de reclamações e desânimo, é um choque de realidade, motivador e desafiador, mostrando que é possível ter lucro com a atividade , parabéns cooperideal por a seriedade que conduzem o trabalho de vocês, a pecuária leiteira tem muito a agradecer a vocês.
EDISON ANTONIO PIN

DOIS VIZINHOS - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 17/04/2019

A Cooperideal promoveu uma verdadeira revolução nas relações entre técnico e produtor de leite. O método é eficaz e traz resultados notáveis, no âmbito zootécnico, econômico, mas principalmente no aspecto social, pois resgada a dignidade do agricultor enquanto decorre uma prestação de serviços profissionais realista que vai ao encontro das demandas do meio rural. Somos testemunhas desta verdadeira revolução técnica que iniciou com a Embrapa Gado de Leite, como o glorioso Arthur Guinelato, com a sua pérola "O Sítio Esperança".
NELSON JESUS SABOIA RIBAS

GUARACI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/04/2019

Aí sim! São informações que servem para o produtor fazer a avaliação/balizamento do seu negócio. Claro que como fazer são outros 500!
Pode informar mais sobre essa propriedade em Tamarana PR? Quem é o consultor, onde fica?
PATRICIA GOLDFEDER

CAMPANHA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/04/2019

Poderia,por gentileza,fazer uma analise sobre a (in)viabilidade economica e o impacto no pequeno empreendimento leiteiro da criaçao de bezerras e novilhas.Obrigada
AILTON CÉSAR BARBOSA

SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/04/2019

Que a produção de leite conduzida de maneira profissional seja em confinamento ou a pasto é lucrativa, isso já está mais que provado. O grande desafio da extensão seja na esfera pública ou privada é colocar isso na cabeça dos produtores, que em sua maioria não gostam do saber, do conhecimento. Essa coisa de ter que fazer anotações, fazer cálculos para "eles" é uma provocação. O sujeito, prefere viver com muita dificuldade, reclamando, reclamando...do que se adequar as exigências do mundo moderno. Sendo assim, a culpa não é minha: é o preço do leite; é a inflação nos insumos. Lógico tem tudo a ver. Porém, sem tratar disso com conhecimento, com saber fica muito mais difícil.
JOAO BATISTA ABREU

IJUÍ - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/04/2019

Disse tudo Ailton

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