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Como resolver problemas de forma permanente em uma fazenda produtora de leite

POR CLÍNICA DO LEITE

CLÍNICA DO LEITE/AGRO+LEAN

EM 03/08/2015

5 MIN DE LEITURA

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Prof. Dr. Paulo Machado
Júlio Meirelles


Muitas vezes, em uma fazenda produtora de leite, nos vemos frente a um problema que aparece recorrentemente. Isto acontece porque não eliminamos a causa raíz do problema e agimos somente sobre suas consequências. Isto leva a aumento de custos e de frustrações, deixando todos os envolvidos desmotivados. É preciso ter uma maneira sistematizada para solucionar problemas definitivamente. A ferramenta usada para tanto, no Sistema MDA de Gestão de Empresas Produtoras de Leite da Clínica do Leite , é chamada de FCA (Fato-Causa-Ação).

Para exemplificar, vamos analisar o número de casos de mastite clínica de uma fazenda que implanta o Sistema MDA de Gestão.
 
 
Figura 1 – Número de casos de mastite clínica

A figura 1 traz o número de casos de mastite clínica que ocorreram dentro de cada mês (linha preta) e a faixa de controle do indicador (linhas verdes). Como podemos observar, o número de casos variou mensalmente, sendo que de janeiro a maio os resultados ficaram dentro da faixa verde. Dizemos, portanto que as variações são comuns neste período. No mês de junho, no entanto, o valor observado ficou fora da faixa verde e, portanto, temos uma causa especial de variação. Essa variação acentuada neste mês indica um problema que precisa ser estudado através do FCA.






Como executar o FCA

Ao abrir um FCA devemos começar pelo FATO, que, no exemplo, é: ocorreram 10 casos de mastite a mais do que o previsto no mês de junho. Devemos agora procurar entender melhor a situação do mês de junho fazendo as seguintes perguntas:

1. Em que lote está havendo problema?
2. Em que estágio da lactação?
3. Quais são os agentes?

Para responder à estas questões precisamos ter dados e informações das mastites como as mostradas na tabela abaixo obtidas do software Agenda 5.0 da Clínica do Leite.

 

A tabela 2 elaborada a partir destes dados revela que até o mês de maio o número de casos por lote era homogêneo nos lotes 2, 3 e 4, mas, a partir de abril, o número de casos no lote 1 começou a aumentar e, no mês de junho, dobrou (tabela 2). Isto indica que será importante checar na fazenda o que mudou neste lote. Pode ser que não tenha sido trocada a cama ou que a limpeza da mesma tenha sido deficiente.
 
Tabela 2. Número de casos de mastite clínica em função do mês de ocorrência e do lote.

Outra observação é quanto a relação dos eventos com o número da lactação dos animais. A tabela 3 revela que houve aumento no número de casos no início da lactação. Isto indica que na fazenda valerá a pena avaliar o pré-parto e o pós-parto.
Tabela 3. Número de casos de mastite clínica em função do mês de ocorrência e do estágio da lactação.

Continuando, a análise dos agentes dá uma pista muito boa do que está ocorrendo. Na tabela 4 observa-se que houve aumento significativo de Coryne e de Klebsiela. Coryne não é um agente preocupante mas está relacionado com má higiene e desinfecção de tetos. A Klebsiela, no entanto, é um agente ambiental, relacionado com contaminação das camas e que causa grande perda de produção e elevação importante da contagem de células somáticas.

 
Tabela 4. Número de casos de mastite clínica em função do mês de ocorrência e do agente causador.

Agora, a partir deste estudo, temos uma visão melhor do que está ocorrendo: No lote 1 são colocados as vacas do pós-parto e estes animais estão sendo acometidos por Klebsiela e por Coryne. Pensamos então - deve estar havendo problemas com a limpeza de camas e com a higiene de ordenha dos animais deste lote.

O próximo passo é visitar a fazenda e confirmar as suspeitas levantadas: Há problemas com cama no lote 1? A higiene de ordenha não está sendo bem feita?

Se agíssemos sem esta análise, poderíamos tomar providências como: trocar algum produto, mudar algum procedimento operacional, mas nenhuma dessas ações atuaria sobre a causa raiz do problema e, por isso, até podem mitigar o problema no curto prazo, mas não impedir que ele volte a acontecer.

Após visita à fazenda e desde que sejam confirmadas as suspeitas, devemos perguntar porque os fatos ocorreram e preencher o quadro de FCA conforme figura 2 abaixo, salientando que as respostas dos “por quês” deve ser feita pelos envolvidos nas operações. Vamos analisar como ficou o diagrama do FCA.
 
 
Figura 2 – Diagrama do FCA identificando os “por quês”, suas causas e possíveis ações.

Como podemos observar, no FCA estão listadas duas ações – uma sobre a causa raíz da ocorrência de Klebsiela (implantar quadro de solicitações) e, outra, sobre a ocorrência de Coryne. Como Coryne não é preocupante, procurou-se simplesmente retreinar os ordenhadores. No caso de Klebsiela, apesar de ser um grande problema, observamos que sua solução envolve, unicamente, a implantação de um quadro de solicitações. Não há necessidade de ações mais complicadas. Normalmente nas fazendas a solução dos problemas é bastante simples. Para tanto é preciso caracterizar bem o problema e analisar os fatos, para, daí, desde que os mesmos sejam reais, com a ajuda dos envolvidos, possam ser identificadas as causas raízes do problema e as ações necessárias para corrigí-las.

Sabendo-se quais devem ser as ações, resta agora elaborar um plano para que as ações sejam implementadas. Cada uma das ações deve ser colocada em uma lousa contendo quem vai fazer o que e quando. Isto deverá resolver o problema definitivamente.

Elaborar e registrar o FCA da maneira acima vai ajudar o responsável pelo indicador a explicar a causa da variação do resultado e acompanhar se as ações tomadas foram suficientes para trazer o resultado novamente para a faixa de controle do indicador. Caso o número de casos fique novamente fora da meta no mês seguinte, devemos refazer o FCA e definir novas ações, diferentes das do mês anterior, mas que também busquem agir sobre a causa raiz do problema. Essa forma de atuar sobre os problemas é um dos conceitos do MDA, e tem se provado bastante eficaz para atingir metas e consequentemente o sucesso dentro da atividade.
 



 

CLÍNICA DO LEITE

Vinculada à ESALQ/USP, a Clínica do Leite é uma instituição sem fins lucrativos que atua em gestão da pecuária de leite, por meio da geração de conhecimento e da formação de pessoas.

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ROBSON FERREIRA VARGAS

BARRA DE SÃO FRANCISCO - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/11/2015

Excelente método de causa e efeito com plano de ação para bloqueio dos desvios.
LURIE PEIXOTO

IBIRACI - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/08/2015

Me senti no MDA, já deu saudade

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