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Criação de vitelos: efeitos do alojamento em grupo e da suplementação com alimento sólido no desempenho e qualidade da carne

POR CARLA MARIS MACHADO BITTAR

E LUCAS SILVEIRA FERREIRA

CARLA BITTAR

EM 12/07/2006

17 MIN DE LEITURA

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Introdução

Até os dias de hoje, as técnicas tradicionais de criação de vitelos asseguraram a qualidade de produto final no que se refere a cor, maciez e teor de gordura da carne requeridas pelo consumidor. Entretanto, o alojamento em baias individuais com contenção do animal através de correntes ou cordas e a alimentação exclusiva com leite têm um efeito negativo no comportamento e no bem-estar destes animais.

A opinião pública se tornou cada vez mais sensível ao bem-estar animal, e a legislação européia prescreveu as condições para criação de vitelos que determinam um deslocamento progressivo de alojamentos em estábulos individuais para cercados coletivos e da alimentação exclusiva com leite para suplementação com alimentos sólidos.

Assim, as pesquisas sobre alojamento de vitelos trataram primeiramente dos efeitos de tipos diferentes de gaiolas individuais no desempenho, no comportamento e no bem-estar. Outros estudos relataram melhorias nos relacionamentos sociais e a redução do stress e do comportamento anormal quando bezerros foram criados em grupos pequenos. A criação em grupo, entretanto, exerce efeitos negativos na qualidade da carcaça e da carne, particularmente no que se refere a cor da carne, que é em geral mais escura (Andrighetto et al., 1999).

A suplementação com alimentos sólidos permite ao bezerro desenvolver o rúmen e a ruminação, como ocorre no desenvolvimento fisiológico normal. Entretanto, a suplementação com cereais ou forragem tem resultado em cor mais escura na carcaça e na carne, o que não atende as exigências do consumidor quanto a carne de vitelo.

Resultados de trabalhos demonstram que os efeitos negativos mais pronunciados são observados quando os bezerros são criados em grupos, utilizando-se baias coletivas, e alimentados com sólidos (ração incial), além de sucedâneo de leite.

O estudo de Xiccato et al. (2002) avaliou como algumas técnicas de criação que melhoram o bem-estar animal podem afetar o desempenho de vitelos. O objetivo do trabalho foi comparar (i) os efeitos do sistema de alojamento (criação tradicional em estábulos individuais contra grupos criados em cercados coletivos), (ii) os efeitos do tipo de alimentação (uma dieta exclusiva de leite contra suplementação com grão de milho), e (iii) os efeitos da interação entre alojamento e a alimentação no desempenho de vitelos, nas características da carcaça e na qualidade da carne.

2. Material e métodos

Oitenta bezerros machos holandeses foram transferidos de um sistema aberto para um estábulo fechado com idade ao redor 30 dias. Após um período de 30 dias da adaptação e isolamento sanitário, os bezerros (peso vivo 76.4 ± 5.5kg) foram transferidos para outro estábulo e alojados sob circunstâncias ambientais controladas.

O alojamento (13m × 26m) foi dividido em dois setores por uma via de alimentação central (2m de largura), e continha 40 baias individuais (1,15 m2) e 10 baias coletivas (7.04 m2), construídas em assoalho de madeira elevado 0,35m acima de um assoalho de concreto. A frente (1,20m altura) e os lados (1.03 m altura) das baias individuais foram feitos de placas de madeira. Cada baia (1.15 m2) tinha 0.65 m de largura (incluindo espessura lateral) e 1.80 m de comprimento. Os animais foram amarrados na parte dianteira da baia.

Quarenta bezerros foram abrigados em 40 estábulos individuais, sendo presos por correntes, e outros 40 em 10 cercados coletivos em grupos de quatro animais. Vinte bezerros mantidos nos estábulos individuais e 20 bezerros mantidos em cinco cercados coletivos foram alimentados exclusivamente com leite (Grupo Leite), e o restante suplementado com grãos de milho (Grupo Milho).

Os bezerros foram alimentados em baldes duas vezes ao dia (às 07:00 e 17:00 h) com sucedâneos de leite comerciais, baseados em leite em pó. Da semana 1 à semana 8 do experimento (primeiro período), dois sucedâneos de leite iniciais (S1 e S2) foram misturados em partes iguais. Da semana 9, os dois sucedâneos foram substituídos por um leite final (F) usado até o fim do experimento (segundo período).

O plano de alimentação foi baseado num aumento progressivo da concentração de leite em pó de 10% na 1ª semana e 20% na 16ª semana, com uma concentração média de 13% durante o primeiro período e de 19% durante o segundo período. Os bezerros foram alimentados com quantidades fixas de leite reconstituído que aumentaram progressivamente de 12 kg/dia na primeira semana para 16 kg/dia da 6ª semana em diante.

Durante o experimento, a quantidade de suplementação com grãos de milho foi aumentada progressivamente de 30 g/bezerro/dia na 1ª semana para 550g/bezerro/dia na 14ª semana em diante.

A composição química dos três sucedâneos de leite e dos grãos de milho está relatada na tabela 1. O extrato etéreo foi menor nos sucedâneos iniciais (19,3% na média) do que no sucedâneo final (20,9%). A concentração de ferro era menor no leite final (13 vs. 10 mg/kg). A concentração do ferro no milho era o dobro da encontrada no leite.

Tabela 1. Composição química dos sucedâneos de leite e grãos de milho.

 


O peso vivo individual foi medido no início do experimento, aos 66 dias, e antes do transporte dos bezerros ao abatedouro. A recusa do leite reconstituído foi registrada individualmente após cada refeição. A ingestão de grãos de milho foi registrada diariamente como dados individuais nos estábulos e como dados do grupo nos cercados.

Três amostras do sangue foram retiradas após 15, 71 e 113 dias de experimento para determinação da concentração de hematócritos, como ferramenta para avaliar possível estado de anemia comum em animais alimentados exclusivamente com leite ou sucedâneos.

Devido ao elevado número de animais, os bezerros foram abatidos em dois períodos, após 122 e 129 dias (40 animais por abate), a fim de permitir todos os registros necessários das carcaças no abatedouro e da carne no laboratório.

A última refeição foi fornecida às 17:00 h do dia anterior ao abate. As carcaças foram pesadas imediatamente após o abate e após 48 h em um refrigerador ventilado a 4 °C. As carcaças refrigeradas foram classificadas por um avaliador oficial para conformação, gordura e cor. A conformação foi avaliada usando o método de EUROP com uma escala modificada que varia de 1 a 9 (9=E, 7=U, 5=R, 3=O, 1=P) para considerar avaliações intermediárias; a gordura foi avaliada usando uma escala que varia de 1 (ponto baixo) a 5 (muito alta); a cor foi avaliada com uma escala de 1 (pálido) a 5 (escura).

A amostra, composta pelas 6ª, 7ª e 8ª costelas, foi retirada da meia carcaça direita. As três costelas foram separadas, colocadas sob vácuo em sacos plásticos e transportadas ao laboratório. A 6ª costela foi armazenada a 4 °C até o dia seguinte, quando os Longissimus thoracis foram separados e preparados para análise química. A 7ª costela foi armazenada a -18 °C e submetida mais tarde a um teste sensorial. A 8ª costela foi dissecada imediatamente para medidas reológicas (pH, cor e perdas por cocção).

A avaliação sensorial foi realizada a partir da 7ª costela. As costelas foram cozidas por aproximadamente 45 minutos em um forno pré-aquecido a 250°C. Do músculo Longissimus de cada costela, cinco partes da carne cozida, 3-4 cm, foram cortadas paralelas às fibras musculares e submetidas ao painel sensorial. Cinco costelas por sessão foram analisadas em 16 sessões. As amostras foram avaliadas por cinco juízes que classificaram amostras para maciez, textura, suculência e aroma em uma escala de 9 pontos (de 1, denotando condição menos favorável, a 9, a condição mais favorável).

O músculo Longissimus separado da 6ª costela foi picado e congelado seco. As amostras congeladas secas foram analisadas para determinação da concentração residual de umidade, extrato etéreo, proteína bruta, cinzas e energia bruta.

3. Resultados

A idade ao abate afetou significativamente o peso vivo final (247 vs. 257 kg nos bezerros abatidos aos 122 e 129 dias da idade, respectivamente; P<0,001) e o peso da carcaça. Nenhum efeito significativo no desempenho, características da carcaça e a qualidade da carne foram registrados; o efeito da idade no abate não foi relatado nas tabelas nem discutido.

Além disso, devido à ausência da interação significativa entre o sistema de alojamento e o tipo de alimentação, os dois efeitos foram descritos separadamente.

3.1. Desempenho

Os efeitos do sistema de alojamento e alimentação no desempenho dos bezerros são relatados na tabela 2. Bezerros criados em grupos apresentaram peso vivo final mais elevado do que bezerros criados individualmente (255 vs. 249 kg, P<0.05) devido ao maior ganho de peso diário (P<0.001) durante o segundo período.

Nenhuma diferença foi encontrada na ingestão de leite em pó. A eficiência alimentar (relação ganho do peso vivo /ingestão de leite em pó) foi significativamente maior nos bezerros criados em grupo durante a segunda parte do experimento (P<0.001) e período total (P<0.05).

O efeito da alimentação foi mais pronunciado do que o efeito do sistema de alojamento e evidente num estágio mais adiantado (Tabela 2). Bezerros alimentados com grãos de milho foram mais pesados do que os alimentados com dieta exclusiva de leite após 66 dias da experimentação (165 vs. 159 kg, P<0.001). Durante o segundo período, esta diferença no peso vivo alcançou 10 kg (P<0.001).

Todo o milho fornecido era ingerido pelos bezerros, sendo impossível a mensuração do consumo individual quando os animais foram alojados coletivamente. A eficiência alimentar foi superior em bezerros suplementados com milho, quando comparados a bezerros alimentados somente com leite, especialmente durante o primeiro período (P<0,001). Entretanto, quando a ingestão de milho foi também considerada, a eficiência alimentar (ganho do peso vivo /ingestão matéria seca total) foi menor nos bezerros suplementados com milho (0,57) do que bezerros alimentados com somente leite (0,63).

Tabela 2. Desempenho dos bezerros

 


n.s., P>0,05; *P<0,05; **P<0,01; ***P<0,001.

Após 15 dias de experimento, os bezerros apresentaram valores similares de hematócritos (Tabela 3). Após 71 dias, os bezerros criados em grupos mostraram maiores hematócritos do que aqueles criados individualmente (P<0.05). Esta diferença aumentou após 113 dias (25.8 vs. 22.7%, respectivamente; P<0.001).

Tabela 3. Concentração sérica de hematócritos

 


n.s., P>0.05; *P<0.05; ***P<0.001.

3.2. Abate e avaliação da carcaça

Os resultados do abate e da avaliação da carcaça são relatados na Tabela 4. O sistema de alojamento não afetou o peso, o rendimento de carcaça ou a avaliação da carcaça para escores de conformação, gordura ou cor.

O efeito da suplementação com grãos de milho foi mais importante do que o sistema de criação na avaliação da carcaça, sendo que nenhuma diferença foi observada quanto ao rendimento de carcaça. As carcaças dos bezerros alimentados com milho foram mais pesadas, tinham melhor conformação e eram mais gordas, com nenhuma diferença no escore de cor quando comparadas aos alimentados exclusivamente com leite.

O peso das costelas foi maior nos animais criados em grupo do que nos criados individualmente (Tabela 4). Do mesmo modo, o peso da costela foi maior nos animais alimentados com milho do que nos alimentados com leite. A composição da costela não foi afetada pelo sistema de alojamento.

Tabela 4. Resultados do abate, avaliação de carcaça e composição das costelas de vitelos.

 


n.s., P>0,05; *P<0,05;**P<0,01; ***P<0,001.

3.3. Qualidade da carne

A coloração da carne confirmou a avaliação da cor executada nas carcaças, isto é, ausência de diferenças devido aos sistemas de alojamento Nenhuma diferença foi medida no pH final, quando a força de cisalhamento foi maior (P<0,05) para os bezerros criados em grupo do que os criados individualmente.

As propriedades sensoriais da carne não foram afetadas pelos fatores experimentais. O extrato etéreo e a concentração de energia bruta esclareceram as diferenças principais na composição química entre os grupos experimentais. O extrato etéreo (P<0.05) e as concentrações de energia bruta (P<0,001) foram superiores na carne de bezerros criados individualmente, o que está de acordo com a maior proporção de gordura encontrada nestas amostras.

A carne dos bezerros suplementados com grãos mostrou maiores concentrações de extrato etéreo e concentrações de energia bruta do que aqueles alimentados exclusivamente com leite, como indicado pelo score de gordura da carcaça.

4. Discussão

4.1. Efeito do sistema de alojamento

Os resultados demonstraram que o alojamento de bezerros em grupos, com vistas ao bem-estar animal no que se refere a socialização e movimentação, melhora o desempenho animal quando comparado ao desempenho de bezerros individualizados, contidos por meio de corrente. Outros trabalhos já haviam demonstrado que bezerros criados individualmente, mas com a possibilidade de movimentação, ou seja, sem contenção, apresentaram maior ganho de peso e a eficiência alimentar em comparação com os animais contidos por corrente.

Por outro lado, alguns trabalhos também não verificaram nenhuma diferença causada pelo sistema de alojamento. Quando a criação em grupo é adotada, o desempenho pode ser influenciado pelo número de bezerros por baia, ou seja, pela densidade animal, mas os efeitos específicos ainda não foram investigados suficientemente.

A melhoria nas condições de bem-estar de bezerros criados em grupos também é documentada pela redução de anemia, com um aumento da concentração de hematócrito de 22.7 para 25.8%, que corresponde aproximadamente às concentrações de hemoglobina de 7.5 e 8.6 g/100 ml, respectivamente.

A condição de anemia em que os bezerros são mantidos com o objetivo de produção de vitelos é uma das principais criticas levantadas pela opinião pública. De acordo com Schwartz (1990), os níveis de hemoglobina variam de 7 a 8 g/100 ml, e abaixo de 7 g/100 ml são sinais de anemia clínica. Alguns trabalhos reportam baixo desempenho de bezerros seriamente anêmicos (hemoglobina: 4.8 g/100 ml em 15 semanas) criados em baias individuais contidos por corrente, e alimentados exclusivamente com sucedâneo de leite sem suplemento de ferro.

Em relação aos dados do abate, a coloração da carcaça não foi afetada pelo sistema de alojamento, apesar das diferenças observadas nas concentrações de hematócritos, que é geralmente considerado próximo aos traços da cor. Andrighetto et al. (1999) relatam uma melhor conformação, mas com uma cor mais escura nas carcaças de bezerros criados em grupos comparados a bezerros mantidos individualmente.

As características físicas e sensoriais da carne foram ligeiramente influenciadas pelo sistema de alojamento. A característica mais importante do vitelo, isto é, a cor, foi similar nos dois grupos experimentais. A carne dos bezerros criados em grupo mostrou maior resistência ao corte, apesar da maciez e outros traços sensoriais não serem afetados.

Um aumento similar da força de cisalhamento foi observado por Vestergaard et al. (2000) na carne de touros jovens mantidos livres comparados aos touros mantidos em estábulos amarrados e alimentados com uma dieta de concentrado. Este resultado foi atribuído em parte à maior atividade física e em parte ao nível de alimentação diferente. De fato, a correlação negativa entre a gordura da carcaça e o colágeno da carne relatado por Wood (1990) pode também esclarecer o possível aumento da resistência de corte em uma carne mais magra.

Entretanto, Andrighetto et al. (1999) relataram um efeito negativo do alojamento em grupo na cor da carne de vitelos, quando a força de cisalhamento e a rigidez sensorial foram reduzidas.

Bezerros criados em grupos em relação aos criados individualmente modificaram a composição química da carne, com decréscimo nas concentrações de extrato etéreo e de energia bruta, assim como na proporção de gordura da amostra. A maior movimentação provavelmente estimulou o desenvolvimento do músculo à custa da deposição de gordura.

4.2. Efeito da suplementação com grãos de milho

Entre os vários alimentos sólidos apropriados para a alimentação de vitelos, o grão de milho foi escolhido primeiramente devido à sua larga disponibilidade na maioria dos países envolvidos na produção. Além disso, sua baixa concentração de ferro, composição química constante e valor nutritivo elevado foram considerados favoráveis para preservar o desempenho do crescimento de bezerros e, globalmente, a cor pálida da carne.

O efeito favorável da suplementação com grãos de milho no desempenho foi mais pronunciado do que o efeito do sistema de alojamento. Isto dependeu claramente da maior ingestão de energia fornecida pelo grão de milho e foi evidente mesmo durante o crescimento adiantado.

Morisse et al. (2000) descreveram maiores taxas de crescimento quando o leite foi suplementado com cereais, em parte devido à entrada extra de energia e de proteína, em parte devido à entrada extra de ferro. O mesmo aumento no desempenho foi relatado por outros autores, ao comparar bezerros alimentados exclusivamente com sucedâneo de leite ou alimentados com grãos de cereais; ou quando silagem de milho ou a mistura silagem/concentrado foi adicionada ou substituiu parcialmente dietas com leite.

A suplementação com milho aumentou o peso da carcaça sem afetar o rendimento de carcaça quente. Este resultado dependeu provavelmente da quantidade da suplementação com alimento sólido. A literatura demonstra que com maior a substituição do leite por milho ou grãos, pode ocorrer redução no rendimento de carcaça destes animais devido ao desenvolvimento do retículo-rúmen.

Alguns autores relataram defeitos na carcaça e na cor da carne quando grãos de cereal e concentrados protéicos foram usados substituindo parcialmente ou completamente dietas com leite. O efeito da alimentação sólida na cor da carcaça e da carne depende do tipo e da composição da alimentação, principalmente da concentração e disponibilidade de ferro, e pode variar de acordo com a quantidade ingerida. No presente estudo, apesar da administração de milho aumentar a entrada de ferro em 34%, a cor da carne não foi prejudicada.

No presente experimento, as propriedades sensoriais da carne não foram influenciadas pela suplementação com grãos de milho, como observado por outros autores. Análises sensoriais demonstram muitas vezes que a carne de bezerros alimentados com milho era mais macia e aceitável do que aquela de bezerros alimentados com leite, sem diferenças no sabor.

5. Conclusões

Os resultados deste estudo sugerem que a criação de vitelos em grupos e suplementados com leite e grãos de milho não prejudicaram a qualidade da carcaça e da carne, incluindo sua cor, aspecto importante para sua comercialização. A suplementação com cereais forneceu uma maior ingestão de energia e estimulou, conseqüentemente, o desempenho do crescimento sem afetar a cor da carcaça e da carne devido à concentração baixa de ferro nos grãos de milho.

6. Referências bibliográficas

Andrighetto, I. et al. Effect of type of housing on veal calf growth performance, behaviour and meat quality. Livest. Prod. Sci. 57, 137-145. 1999.

Morisse, J.P., et al. The effect of four fibrous feed supplementations on different welfare traits in veal calves. Anim. Feed Sci. Technol. 84, 129-136. 2000.

Schwartz, A., 1990. The politics of formula-fed veal calf pro- duction. J. Am. Vet. Med. Assoc. 196, 1578-1586.

Vestergaard, M. et al. Influence of feeding intensity, grazing and finishing feeding on meat and eating quality of young bulls and the relationship between muscle fibre characteristics, fibre fragmentation and meat tenderness. Meat Sci. 54, 187-195. 2000.

Wood, J.D., 1990. Consequences for meat quality of reducing carcass fatness. In: Wood, J.D., Fisher, A.V. (Eds.), Reducing Fat in Meat Animals. Elsevier, Essex, UK, pp. 344-397.

Xiccato, G. et al. Rearing veal calves with respect to animal welfare: effects of group housing and solid feed supplementation on growth performance and meat quality. Livestock Production Science, v. 75, p. 269-280, 2002.

Comentários

Como tratamos no Radar Técnico passado, o aproveitamento de machos leiteiros dentro de um sistema de produção pode ser benéfico à medida que sua criação seja economicamente viável. Técnicas de alimentação e manejo podem aumentar o desempenho e melhorar atributos como o rendimento de carcaça e a qualidade da carne. A produção de vitelos tem algumas particularidades no que diz respeito principalmente a alimentação destes animais. Devido à exigência de carne de cor pálida, estes animais são normalmente alimentados exclusivamente com leite ou sucedâneos contendo baixos níveis de ferro. A crescente preocupação com o bem-estar animal tem colocado em discussão os métodos de criação destes animais, sendo tratados aspectos relacionados a alimentação e ao alojamento dos mesmos. O presente trabalho demonstrou que o alojamento de animais destinados à produção de vitelos em grupos e suplementados com milho, alimento com baixa concentração de ferro, aumentou o desempenho animal e o rendimento de carcaça, sem prejudicar características desejadas com relação a qualidade da carne (maciez e cor, principalmente). A inclusão de milho na dieta destes animais deve reduzir seu custo por quilo de carne produzida dentro dos padrões exigidos pelo mercado consumidor. O alto valor agregado da carne de vitelo pode ser uma boa alternativa para o aproveitamento de machos leiteiros. Entretanto, as exigências do mercado com relação a qualidade devem ser atendidas, sem que atividade se torne economicamente inviável ao produtor.

CARLA MARIS MACHADO BITTAR

Prof. Do Depto. de Zootecnia, ESALQ/USP

LUCAS SILVEIRA FERREIRA

Engenheiro agronômo formado pela UFSCar e Doutor em Ciência Animal e Pastagens pela ESALQ - USP na área de nutrição e avaliação de alimentos para bovinos. Atualmente exerce a função de Nutricionista de Ruminantes na Agroceres MMX Nutrição Animal

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FABRICIO RIBEIRO ARANTES

SANTA VITÓRIA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/12/2012

Bom dia!!!  Estou iniciano uma criaçao de vitelos e gostaria de saber pra quem e quando forneçer o produto. Obrigado

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