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Cruzamento entre Holandês e Jersey II - Fertilidade e Facilidade de parto

ANDRÉ THALER NETO

EM 10/10/2012

8 MIN DE LEITURA

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 Por André Thaler Neto1; Jean Gabriel Dal Pizzol1 e Eduardo Werner Felippe1
1 Universidade do Estado de Santa Catarina – Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV/UDESC)

Em continuação à série de artigos com informações científicas sobre cruzamentos entre raças leiteiras especializadas, em especial Holandês x Jersey, vamos abordar aspectos reprodutivos, os quais representam um ponto crítico para a lucratividade nos sistemas de produção de leite. Índices de fertilidade, bem como facilidade de parto, são pontos que merecem atenção cada vez maior, visto que os elevados ganhos genéticos para produção de leite têm levado a uma maior eficiência alimentar, porém com aumento do déficit energético das vacas no período de transição pós-parto. Este fato tem levado a problemas nas raças especializadas, especialmente em eficiência reprodutiva, longevidade e resistência a doenças, prejudicando o desempenho econômico das propriedades leiteiras (RODRIGUEZ-MARTINEZ et al., 2008).

Pergunta-se: o cruzamento entre raças leiteiras especializadas pode ser uma alternativa para incrementar a eficiência reprodutiva, especialmente em rebanhos da raça Holandesa? Uma série de trabalhos têm demonstrado alguma superioridade da raça Jersey em relação à Holandesa em termos de eficiência reprodutiva (THALER NETO, 2009), tema este que pretendemos abordar em outro artigo. Torna-se importante avaliar se o cruzamento entre estas raças também pode incrementar a fertilidade dos rebanhos.

Algumas pesquisas apontam para uma maior fertilidade nas vacas mestiças em relação a vacas puras da raça Holandesa. Sorensen et al. (2008) apontam que pode ser esperada uma heterose de aproximadamente 10% para fertilidade em sistemas de cruzamento entre raças leiteiras especializadas.

Nos Estados Unidos, antes de iniciar programas de pesquisa sobre cruzamento de Holandês x Jersey, foi aplicado um questionário a produtores que possuem animais mestiços em seus rebanhos, com o objetivo de verificar a impressão sobre os animais cruzados (WEIGEL e BARLASS, 2003). Na opinião dos produtores, vacas mestiças e Jersey apresentam maior taxa de concepção em relação às da raça Holandesa. Posteriormente, em um experimento naquele pais, com vacas confinadas, Heins et al. (2008) também observaram maior percentual de vacas mestiças prenhas aos 150 e 180 dias pós-parto em comparação a vacas da raça Holandesa (75 vs. 59 e 77 vs. 61%, respectivamente). Em um experimento recente nos Estados Unidos, com vacas de 1º. e 2º. partos, Brown et al. (2012) também observaram superioridade de vacas F1 Holandês x Jersey em relação à raça O número de dias em aberto, para vacas das raças Holandesa, Jersey e mestiças foram 169±8, 132±10 e 127±8, respectivamente, assim como o e número de serviços por concepção foi maior para Holandês (2,4 ± 0,1) comparadas às mestiças (1,9 ± 0,1), e Jersey (2,1 ±0,2).

Resultados sobre o desempenho reprodutivo de vacas com outros percentuais das raças Holandesa e Jersey ainda são escassos. Auldist et al. (2007), avaliando quatro rebanhos manejados à pasto, com estação de monta primaveril na Austrália, encontrou maiores taxas de concepção ao primeiro serviço nas vacas mestiças Holandês x Jersey de diversos graus de sangue (25 a 75% de cada uma das raças) em relação às puras Holandês (52 vs. 42%), assim como maiores taxas de prenhez, na sexta (68 vs. 54%) e décima quarta semanas após o início do período de inseminação artificial (86 vs. 78%). Entretanto, em um estudo desenvolvido por Bjelland e colaboradores (2010) nos Estados Unidos, nos quais vacas da raça Holandesa foram acasalados com touros ½ Holandês x Jersey não provados, até o momento não foi observada superioridade das vacas ¾ Holandês em relação às pura Holandês. Mais dados sobre as gerações subsequentes devem estar disponíveis nos próximos anos, visto que a maior parte dos rebanhos experimentais ainda tem poucos animais com estas composições.

A busca por animais maiores, com maior capacidade de produção, através dos programas de melhoramento animal, também fez com que bezerros nascessem maiores, tornando a distocia cada vez mais comum em muitos rebanhos leiteiros (MEE, 2008). Atualmente os partos difíceis em vacas de primeira cria para a raça Holandesa nos Estados Unidos representam 8,1%, não representando problema considerável na raça Jersey (ARS/USDA., 2012).

Alternativas visando reduções de partos distócicos também estão sendo buscadas por técnicos e produtores. A utilização de touros com maior facilidade de parto e até mesmo cruzamentos com outras raças leiteiras estão sendo intensamente testados. O uso de touros da raça Jersey pode ser uma alternativa para diminuir a distocia em rebanhos da raça Holandesa. A utilização de touros Jersey em vacas puras Holandês diminui a prevalência de problemas de parto, estando relacionado, entre outros fatores, à redução do tamanho da cria. Na opinião de produtores dos Estados Unidos, a frequência de problemas de parto neste caso se assemelha ao que ocorre na raça Jersey (WEIGEL e BARLASS, 2003). Em um experimento realizado no rebanho experimental da UDESC em Lages – SC, não houve problemas de parto em vacas da raça Holandesa inseminadas com Jersey, contra 17,39% de partos difíceis quando as vacas da raça Holandesa eram inseminadas com touros Jersey (DIAS, 2010), com pesos médios ao nascimento de 35,2 e 42,8 kg., respectivamente. Na figura abaixo encontram-se imagens de algumas bezerras ½ sangue oriundas deste experimento.

Bezerras do experimento

As informações mais importantes para a decisão sobre o emprego de programas de cruzamento estão relacionadas à dificuldade de parto nas gerações seguintes, visto que em um sistema de cruzamento rotacionado invariavelmente, em algum momento deverá ser utilizado sêmen de touro Holandês em vacas mestiças, com tamanho menor. Através de questionário aplicado a produtores de leite, (WEIGEL e BARLASS, 2003), utilizando notas variando de 1 (poucos problemas de parto) a 5 (grande dificuldade), os produtores opinaram que a utilização de touros Holandês em vacas ½ Holandês x Jersey ou puras apresentaram escore médio levemente inferior em relação às puras Holandês (3,04 vs. 3,88), apesar do menor tamanho das vacas. Avaliando dados de um rebanho no Estado do Paraná, observamos resultados semelhantes aos acima descritos, sendo que vacas ½ Hol X Jer inseminadas com Holandês não diferiram das puras Holandês quanto a dificuldade de partos (P > 0,05), com 9,1 e 14,8% de partos difíceis, respectivamente (DAL PIZZOL, 2012).

Em um grande experimento, envolvendo rebanhos de três universidades norte americanas (OLSON et al., 2009) foi avaliada a facilidade de parto, sendo vacas das raças Holandesa e Jersey f inseminadas com touros de ambas as raças, resultando em 756 bezerros dos quatro grupamentos genéticos possíveis (HH, HJ. JH e JJ, sendo o primeiro a raça do pai e o segunda a raça da mãe). Observou-se maior facilidade de parto nos acasalamentos JH e JJ. Porém, o acasalamento HJ não determinou maior dificuldade de parto em relação às puras Holandês (HH). Pesos menores ao nascimento em todos os acasalamentos envolvendo a raça Jersey podem estar relacionados a estes resultados, sendo os pesos ao nascimento para HH, HJ. JH e JJ de 37.7, 29.1, 30.3 e 22.5 kg, respectivamente. Atualmente estamos desenvolvendo um experimento em um rebanho em Santa Catarina, o qual possui animais de diversos cruzamentos possíveis entre estas duas raças, de tal forma que em breve teremos informações desta natureza também para as nossas condições de criação.

A heterose esperada para facilidade de parto em rebanhos mestiços pode ser de 10 a 15% (SORENSEN et al., 2008), o que pode estar contribuindo para os resultados favoráveis em facilidade de parto.

Analisando os dados apresentados, podemos concluir que, apesar de necessitar mais pesquisas sobre a fertilidade e facilidade de parto em rebanhos cruzados, há indícios de que o emprego de sistemas de cruzamento com a raça Jersey em rebanhos da raça Holandesa pode permitir algum ganho em fertilidade. Da mesma forma, a facilidade de parto não parece ser um limitante para cruzamentos rotacionados entre as raças Holandesa e Jersey, apesar das diferenças em tamanho das mesmas.

Referencias Bibliográficas

ARS/USDA. Bovine genetic trends. ARS/USDA. 2012.
AULDIST, M.J.; PYMAN, M.F.; GRAINGER, C.; MACMILLAN, K.L. Comparative reproductive performance and early lactation productivity of Jersey x Holstein cows in predominantly Holstein herds in a pasture-based dairying system. Journal of Dairy Science, v. 90, p.4856-62, 2007.
BROWN, K.L.; CASSELL, B.G.; MCGILLIARD, M.L.; HANIGAN, M.D.; GWAZDAUSKAS, F.C. Hormones, metabolites, and reproduction in Holsteins, Jerseys, and their crosses. J Dairy Sci, v. 95, p.698-707, 2012.
DAL PIZZOL, J.G. COMPARAÇÃO ENTRE VACAS DA RAÇA HOLANDESA E MESTIÇAS DAS RAÇAS HOLANDESA X JERSEY QUANTO À SANIDADE, IMUNIDADE E FACILIDADE DE PARTO. Departamento de Produção Animal do Centro de Ciências Agroveterinárias, Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, 2012. 55 p.
DIAS, A.L.G. AVALIAÇÃO DO PARTO DE VACAS DA RAÇA HOLANDESA INSEMINADAS COM HOLANDÊS OU JERSEY E DO DESENVOLVIMENTO,
SANIDADE E CONCENTRAÇÃO DE IMUNOGLOBULINAS DOS BEZERROS. Departamento de Produção Animal do Centro de Ciências Agroveterinárias, Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, 2010. 38 p.
HEINS, B.J.; HANSEN, L.B.; SEYKORA, A.J.; JOHNSON, D.G.; LINN, J.G.; ROMANO, J.E.; HAZEL, A.R. Crossbreds of Jersey x Holstein compared with pure Holsteins for production, fertility, and body and udder measurements during first lactation. Journal of Dairy Science, v. 91, p.1270-8, 2008.
MEE, J.F. Prevalence and risk factors for dystocia in dairy cattle: a review. Vet J, v. 176, p.93-101, 2008.
OLSON, K.M.; CASSELL, B.G.; MCALLISTER, A.J.; WASHBURN, S.P. Dystocia, stillbirth, gestation length, and birth weight in Holstein, Jersey, and reciprocal crosses from a planned experiment. J Dairy Sci, v. 92, p.6167-75, 2009.
RODRIGUEZ-MARTINEZ, H.; HULTGREN, J.; BÅGE, R.; BERGQVIST, A.-S.; SVENSSON, C. Reproductive Performance in High-producing Dairy Cows: Can We Sustain it Under Current Practice? IVIS Reviews in Veterinary Medicine 2008.
SORENSEN, M.K.; NORBERG, E.; PEDERSEN, J.; CHRISTENSEN, L.G. Invited review: crossbreeding in dairy cattle: a Danish perspective. J Dairy Sci, v. 91, p.4116-28, 2008.
THALER NETO, A.D.P., J. ; DIAS, A. L. G. ; RODRIGUES, R. S. ; BERNARDI, M.L. Recursos genéticos para a região Sul. Simpósio sobre Produção Competitiva de Leite - Região Sul - INTERLEITE, 2009, v., p.1 -21, 2009.
WEIGEL, K.A.; BARLASS, K.A. Results of a producer survey regarding crossbreeding on US dairy farms. Journal of Dairy Science, v. 86, p.4148-54, 2003.

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LUCAS HENRIQUE

SACRAMENTO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/09/2019

A cruza da vaca jersey com o boi jersolando, ocasionar complicações no parto ?
LUCAS HENRIQUE

SACRAMENTO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/09/2019

A cruza da vaca jersey com o boi jersolando , pode ocorrer problemas no parto ?
FERNANDO OSÓRIO

SÃO SEPÉ - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/06/2013

GRATO POR RETORNAR
Também pensamos na possibilidade de colocar a teçeira raça.EX=SUECA VERMELHA
ANDRÉ THALER NETO

LAGES - SANTA CATARINA - PESQUISA/ENSINO

EM 26/06/2013

Obrigado pelos comentários de todos.
Fernando. Peço que tenhas um pouco de paciência para que eu possa elaborar um texto mais complexo, já que não há uma resposta única, considerando as diversidades possíveis de sistemas de produção e objetivos das propriedades
FERNANDO OSÓRIO

SÃO SEPÉ - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/06/2013

Prezado Prof.
Parabéns pelo trabalho desenvolvido.Na nossa propriedade estamos efetuando o cruzamento em virtude dos problemas já elancados,nossa duvida é o que fazer na F2,rotacionar, continuar com JERSEY ou seguir com o GERSOLANDO a exemplo da N. ZELANDIA onde o rebanho do KIWI-CROSS como é chamado é bastante expressivo.Qual a sua sugestão?
ELVIS LUÍS BASSO

PEJUÇARA - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 26/06/2013

André, tenho usado sêmen sexado hol nas novilhas hol e feito repasse com touro jersey, nunca mais tive problemas com distocia, pois a fêmea hol nasce pequena e o bezerro do cruzamento também, além disso uso o touro nas vacas repeat breeder, como resultado cheguei a um IEP de 12,5 meses, continuo com 85% do rebanho puro hol e aproximadamente 15% de F1, uma maneira de acrescentar sólidos ao leite. Por fim comento que existem diversas raças para produção leiteira, mas o que realmente importa e vai resultar em lucratividade não é a raça mas a eficiência em produção de alimentos e no manejo zootécnico dos animais, pois acredito que o produtor não deve ter em mente apenas produzir leite em uma fazenda, mas ganhar também ganhar dinheiro com esta atividade.
PAULO FERNANDO ANDRADE CORREA DA SILVA

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/06/2013

Professor Andre Thaler Neto.

Parabéns pela divulgação de conhecimento relacionado ao cruzamento de Holandes com Jersey.Sou criador e estou muito satisfeito com os resultados desta cruza.

O mais importante é o resultado financeiro da atividade, que definirá o futuro das raças que produzirão leite na realidade brasileira. Penso que, dada o tamanho continental do país e consequente diversidade ambiental, continuaremos sempre a ter espaços para várias raças e seus cruzamentos.

Abraço.
Paulo Fernando.
EDISON ANTONIO PIN

DOIS VIZINHOS - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 26/06/2013


Viva a criatividade na democracia.
Parabéns Doutro André.
Compartilhamos nessa frente,
Só quem conhece vacas comendo pasto, livres,
sob árvores, sabe a área e a energia do ecossistema.
Milhares de propriedades no Brasil:
10 hectares; 20 vacas; 20 litros por dia.
2.500 reais por mês para um família rural é
melhor que 4 horas no busão todos os dias na vida urbana.
ANDRÉ THALER NETO

LAGES - SANTA CATARINA - PESQUISA/ENSINO

EM 19/06/2013

Caro Fábio

Não conheço trabalhos sobre cruzamento das nossas F1 com Kiwi cross Neozelandês. Como são animais com origem genética diversa, apesar de se tratarem de se tratar das mesmas raças formadoras, podemos esperar uma heterose um pouco maior. Entretanto, deve-se considerar que, como as vacas Kiwi cross são menores e, consequentemente, de menor produção individual por vaca, deve-se avaliar a situação de cada sistema de produção para evitar frustrações referentes à produção de leite por vaca. Quero estimular quem tiver informações sobre este caso a colaborar com nosso blog
FÁBIO PHILOMENO

MOGI MIRIM - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 19/06/2013

Prezado Prof. André Thaler Neto,
tenho visto muitos produtores satisfeitos com a F1 mas incertos da próxima geração, ...
gostaria de saber existe alguma pesquisa mostrando resultados de touros da raça Kiwi cross sobre as F1 HXJ?
Parabéns pelo seu trabalho!
FERNANDO ANTONIO DE AZEVEDO REIS

ITAJUBÁ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/03/2013

Ao Eduardo,

Já tive animais 1/2 sangue Jersey x Holandes que inseminei com Jersey dando 3/4 Jersey e outros animais dando 3/4 Holandes.

Partindo de minha experiencia onde não observei diferenças significativas de produção entre 3/4 holandes e 3/4 jersey, na faixa de 15% a 20%, numero este comum na maioria dos rebanhos de mesma raça.

Quando me perguntam o que devo fazer com a F1, recomendo:

Para quem quer ter apenas animais Jersolandos pode cruzar Jersey na 3/4 holandesa e holandes na 3/4 jersey e alternando sempre.
Lembro que o tamanho desses animais não segue a uma regra clara, caso queira pensar em manejo.

Para quem cria maioria Jersey , pode cruzar as Jerseys menos leiteiras com holandes e posteriormente vá cruzando continuamente com Jersey.

Para quem cria maioria holandesa e queira melhorar rusticidade e sólidos cruze com jersey e posteriormente só com holandes.

Esclareço que sempre criei Jersey PO (23 anos), mas por um período tive alguns animais holandeses e a partir daí cheguei a produzir alguns animais Jersolando.

att

Fernando
ANDRÉ THALER NETO

LAGES - SANTA CATARINA - PESQUISA/ENSINO

EM 28/02/2013

Eduardo

Obrigado pelas tuas informações. Vão ser úteis para montarmos um raciocínio e debate sobre como conduzir sistemas de cruzamento ao longo das gerações
EDUARDO FERRAZ

SANTA MARIA - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 28/02/2013

Muito interessante o assunto abordado. Visto que em minha região posso observar a utilização mais frequente deste cruzamento em propriedades abaixo de 60 animais em ordenha. O grande questionamento é o que fazer após a F2. Vi que o Sr André Neto vai aprofundar em um próximo artigo.

De momento como técnico e orientador de acasalamentos tenho indicado para meus clientes cada um ficar na raça específica, ou no máximo com as F1 (Hol x Jer). Pois conforme relato de 90% dos que fizeram o cruzamento e continuaram com as fêmeas não conseguiram obter animais iguais ou superiores as F1.

Também temos um nicho de mercado para as F2, produtores com baixa tecnologia utilizam esses animais mais rústicos e menos produtivos.

Vamos aguardar o próximo artigo, parabéns.

Eduardo Ferraz Monteiro
Santa Maria - RS
ANDRÉ THALER NETO

LAGES - SANTA CATARINA - PESQUISA/ENSINO

EM 25/01/2013

Caro Fernando

Obrigado pelo teu comentário. Também entendo que existem vários gargalos na pecuária leiteira nacional, sendo que a raça ou sistema de cruzamento utilizado não estão entre os maiores. Entretanto, como a pecuária leiteira é uma atividade complexa e a diversidade de modelos de produção é muito grande, entendo que informações sobre todas as áreas envolvidas, dentre estas o melhoramento genético, precisam ser geradas e divulgadas para técnicos e produtores
FERNANDO ANTONIO DE AZEVEDO REIS

ITAJUBÁ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/01/2013

Que cada um crie a raça e o cruzamento que preferir, mas que tenha resultados compensadores financeiramente.
A questão conceitual de se criar raça pura ou cruzamento vai sempre chegar em vantagens e desvantagens de cada situação.
Crio Jersey desde 1988, já tive animais holandeses e também Jersolando mas continuo criando Jersey, estou satisfeito com o Jersey PO. Como acredito que muitos que criam Holandes , Jersolando e Girolando também estão.
Acredito que o gargalo da atividade está na gestão do negócio e não na raça ou cruzamento.
O trabalho de melhoramento da raça Jersey , a quantidade de animais registrados na associação e o volume de semem vendidos da raça mostra sua presença e realidade, apesar do desconhecimento de alguns.
MARLON SBRUZZI

PINHALZINHO - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 04/11/2012

Boa Tarde Prof. André Thaler.

No meu ponto de vista, não existe um único modelo de sistema, seja ele a pasto, confinamento ou semi-confinamento, muito menos uma raça leiteira de eleição. Além disso, temos as culturas regionais e suas particularidades. É necessário um bom planejamento, analisando o clima da região, o tipo de relevo para então decidir qual o melhor e mais eficiente sistema a ser empregado.
ANDRÉ THALER NETO

LAGES - SANTA CATARINA - PESQUISA/ENSINO

EM 29/10/2012

Prezados senhores
Muito obrigado pelas colaborações e sugestões
LUIS EINAR SUÑE DA SILVA

ANÁPOLIS - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 29/10/2012

Boa Noite Prof. Thaler
Corroborando com as sábias palavras do Dr. Gulherme Franco, deixa-me extremamente preocupado o fato grave que é a desinformação e o enorme "copismo" desembasado que existe entre nossos produtores.
Qualquer novidade que apareça, é vista como a "tábua-de-salvação" para a fazenda.
Cruzar Holandês com Jersey ou Gir, pemita-me: é retrocesso! Pense nos anos que estamos a selecionar animais para altas produções e após, jogamos sem o menor conceito técnico, sêmem destas 2 raças em cima da primeira, para produzir, o quê realmente?
Um animal menor, para quê? Se ela vai produzir o que comer em matéria sêca?
Mais fertil, não sei? Talvez com puberdade em idade mais "temprana", já que são animais de talhe menor em relação as holandesas puras.
Pelagem mais clara, menos sensível ao calor ? Nunca, pois a grande maioria é osca ou negra. E sabemos pela pesquisa recente, que todas as raças ou cruzas, sofrem estresse térmico igualmente.
Persistência de lactação? Nem pensar, neste âmbito pioramos muito a holandesa ao cruzá-la com zebuínas, principalmente.
Uberes, tetas, sustentação ligamentosa do úbere? Nem pensar, as características ruins das tetas das zebuínas tem alta transmissibilidade as gerações descendentes, piorando-as sumamente. Ligamentos são relaxados nas cruzas, terminando por não aguentar a pressão da ordenha e aumento consecutivo da produção na glândula mamária.
Enfim, concordo que trabalhos sejam divulgados, mas por favor, salientem a estes desinformados que vcs. pesquisadores não estão indicando o uso, apenas repassando estas pesquisas para que sejam lidas por todos, ou causaremos uma verdadeira miscigenação desordenada em nosso plantel leiteiro do Brasil. Se é que já não estamos vivenciando isso.
Como bem diz o Dr. Gulherme, as produções instantâneas das raças índicas, são fantasiosas e momentâneas, minha opinião é pouco mais dura que a dele, mas deixemos este tema para círculos de debates mais íntimos.
Quanto aos criadores de Jersey e Gir puros, que sigam criando-as, possuem especificidades reconhecidas, mas por favor, vamos tratá-las separadamente reconhecendo as suas qualidades particulares, mas não as comparemos, os universos são opostos.
Abraço
Luis Einar Suñe
Med. Veterinärio
62 9607 3050
Goiânia - GO
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/10/2012

Prezado André Thaler Neto: Somente me imiscui sobre o tema porque fui concitado a tanto pelo Marcelo Alves Ferreira. Desculpe-me. Por lado outro, o assunto reacionado, perdoe-me, mas, tem tudo a ver com o tema que você aborda em seu artigo, muito embora o mesmo se dirija ao Holandês e ao Jersey.
Outra faceta maravilhosa do Milk Point é a liberdade de abordagem de temas dentro de determinado debate, sendo certo que, se o mote não tivesse congruência, o Marcelo Pereira de Carvalho, que tem conduzido o sítio com extrema maestria, teria, de alguma forma, interferido (como em diversas outras vezes) como mediador e, não, apenas e tão somente, publicaria a fala sobre tal.
Por lado outro, sabemos nós que a baixa produtividade brasileira (não só a da Região Sul) é fruto de vários fatores, mas não podemos nos esquecer que o maior determinante é, de forma indene de dúvidas, a pouca certeza genética dos rebanhos.
Um abraço,


GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
ANDRÉ THALER NETO

LAGES - SANTA CATARINA - PESQUISA/ENSINO

EM 26/10/2012

Prezados senhores
Como o objetivo deste blog é o de apresentar e debater publicações científicas sobre temas relacionados ao melhoramento genético com ênfase em sistemas de criação das regiões de clima subtropical do Sul do Brasil, solicito que debates em temas como se as estratégias de marketing das raças zebuínas são verdadeiras e adequadas sejam debatidas em fóruns mais adequados para tal.
Por outro lado, entendo que seja pouco provável que existe um único tipo de material genético passível de utilização em todo o país, ou pelo menos desconheço os trabalhos científicos que possam dar uma resposta definitiva sobre este tema no país. Desta forma defendo que pesquisas nacionais e internacionais sobre o tema devam ser divulgadas para a análise de técnicos e produtores.
Logicamente o objetivo de um blog de melhoramento genético não é tratar somente sobre cruzamento. Vários temas que foram mencionados pelo Sr. Guilherme deverão ser abordados neste blog, visto que também temos a convicção de que a variabilidade dentro de cada raça é a mais importante de todas e temos publicado textos em eventos com pesquisas demonstrando isto. Entretanto, o diferencial do milkpoint é justamente não divulgar longos textos abordando de uma só vez uma grande área, no estilo capítulo de livro, e sim apresentar e debater, a cada vez temas pontuais. Após a conclusão do tema sobre cruzamentos de raças especializados pretendemos postar temas relacionadas às estratégias de seleção de animais das principais características dentro de cada raça, assim como diferenças raciais, especialmente para Holandês e Jersey, as quais representam a absoluta maioria dos rebanhos do Sul do Brasil.
Quanto aos motivos da baixa média da produção de leite do Sul do Brasil, logicamente o tema precisaria ser abordado de maneira muito mais complexa do que a abordada. Uma reflexão sobre este tema supera em muito o fato de haver pesquisas sobre cruzamento entre raças especializadas.

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