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Seca no Sul e consequências aos produtores de leite

POR STEPHANIE ALVES GONSALES

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/01/2022

4 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 19/01/2022

Com uma sequência de quatros anos de chuvas irregulares e altas temperaturas, a região Sul do Brasil enfrenta mais uma vez as consequências de uma estiagem intensa. O problema afeta lavouras como a do milho, alimento base da ração das vacas leiteiras, prejudicando, consequentemente, a produção de leite. 

A falta de chuvas na lavoura causou perda de grande parte das plantações, acendendo um alerta para os produtores de leite que temem a falta de um dos principais alimentos para o rebanho: a silagem.  

A FecoAgro/RS - Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul – estimou que as perdas financeiras nas lavouras de milho e soja, causadas pela estiagem, podem chegar a R$ 19,8 bilhões e divulgou dados que mostram que a quebra de safra no milho sequeiro está em 59,2% e em 13,5% no irrigado no estado.

Estas intempéries climáticas fizeram a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduzir sua estimativa para safra de grãos e fibras em 2021/22, para 284,39 milhões de toneladas. No mês passado, quando os prognósticos eram positivos, a previsão era de 291,07 milhões de toneladas.

Fabrício Balerini, gestor da Agropecuária Nova Esperança, localizada em Vespasiano Correa/RS, relatou que a situação na região tem trazido dor de cabeça aos produtores de leite. “Toda a região da serra e do Vale do Taquari está muito parecida, de modo geral as perdas são de 60 a 70% da produtividade das lavouras, e isso acaba afetando na silagem”, relatou. O produtor comentou que muitas pessoas que plantaram o milho para grão, estão colhendo ou já colheram para silagem devido a qualidade da lavoura.

O gestor comentou que a seca também afetou a qualidade da silagem, o que certamente irá comprometer a produção de leite futuramente. “De modo geral as silagens estão pura palha seca, ou o pé todo seco ou, pelo menos, até a inserção da espiga, mas com predominância de folhas secas” lamentou Fabrício.


Fonte da foto: Fabrício Balerini

Ele conta também que alguns produtores plantaram o milho antecipadamente, o que permitiu que a lavoura progredisse de forma melhor. Contudo, ainda assim, não foi suficiente: “Até tem lavouras com um pouco de grão, mas as espigas pararam o enchimento pela metade ou não se desenvolveram bem”, comentou Fabrício.


Fonte da foto: Fabrício Balerini

O planejamento foi algo que certamente fez a diferença para o produtor do Sul. “Os produtores que se planejaram melhor, conseguiram fazer um estoque maior de comida e estão um pouco mais tranquilos”, relatou Fabrício, enfatizando as dificuldades em relação a estoques, visto que a região vem sofrendo secas severas há alguns anos.


Fonte da foto: Fabrício Balerini

Quem se planejou está conseguindo ganhar dinheiro com a situação. O gestor da Agropecuária Nova Esperança relatou que os produtores que melhor se planejaram e estão com sobra de alimentos e vendendo essa silagem a preços altíssimos. “Teve quem segurou mais a silagem, esperou a situação se agravar para pôr à venda: uma questão de mercado”, concluiu.

Marcia Martini, produtora da região de Santa Tereza, Oeste do Paraná, também teve prejuízos na produção devido à seca e que não começaram agora. “Estamos com pouca chuva mensal desde 2021. Viemos com uma seca avassaladora desde o início do ano passado”, relatou.

As perdas com a estiagem se somaram aos problemas ocasionados pelas geadas ocorridas na região no meio do ano de 2021. “As geadas foram bem fortes, tivemos perda de pastagens e emendou os problemas com a falta de chuvas até setembro/2021”, disse Marcia.

Embora o plantio tenha sido realizado devido a  precipitações esporádicas na região próxima à Cascavel e Toledo (PR), em outubro/21, o menor volume de chuvas a partir de novembro prejudicou o desenvolvimento das lavouras. “Dezembro foi inteiro sem chuvas, tivemos todos os grãos secando, o milho também sofreu”, relatou ela.

 

Além dos grãos, a produção de volumosos também sentiu os efeitos. “Nós precisamos do feno para ofertar para as vacas em lactação e a seca prejudicou a produção. No segundo semestre tivemos que comprar feno e isso fez com que os custos aumentassem muito, pois o valor estava praticamente o dobro” relatou.

Com tantos prejuízos e dificuldades, alguns produtores não conseguiram continuar na atividade, segundo Marcia . “Alguns venderam os animais em função aos altos custos de produção, outros só deixaram de comercializar o produto. Outros também deixaram a atividade para plantar soja e também acabaram tendo que enfrentar o problema da estiagem”.

Além dos problemas com alimentação do rebanho e prejuízos nas lavouras, a produtora ainda lembrou dos prejuízos com a falta d’agua. “Tiveram momentos que tivemos que comprar caminhão de água para fornecer aos animais”, relatou.

Sabendo da dificuldade dos produtores, publicamos um texto do Wagner Beskow com orientações emergenciais para ajudar a passar por esse momento difícil.

E na sua região, como tem sido os impactos da estiagem e o que você tem feito para passar por esse momento desafiador? Conte para gente nos comentários! 

STEPHANIE ALVES GONSALES

Zootecnista formada pela Universidade Estadual de Maringá e pós-graduada em Gestão do Agronegócio. Integrante da Equipe de Conteúdo do MilkPoint.

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