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Afinal, o que é agricultura regenerativa?

POR LUMA MARIA SOUZA MACHADO

E HAYLA FERNANDES

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/08/2023

4 MIN DE LEITURA

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Com a urgência de cuidar do meio ambiente e ao mesmo tempo garantir a produção de alimentos, o tema agricultura regenerativa vem se fortalecendo e despertando interesse para os pequenos, médios e grandes produtores. Mas afinal, o que esse termo significa, quais as vantagens ambientais e socioeconômicas? É possível ganhar em produtividade ou trata-se de algo apenas para ser ecologicamente correto?

Uma enquete disponibilizada no MilkPoint durante a primeira quinzena de Julho de 2023, perguntou aos leitores se eles saberiam explicar o que é agricultura regenerativa. Como resultado, 39% responderam não ter ideia do que se trata e 35% responderam ter uma ideia bem superficial sobre o tema, sinalizando que a maioria dos votantes não sabe o que é, de fato, agricultura regenerativa. Ou seja, 74% dos entrevistados não saberiam explicar o conceito.


 

 

Conceito e vantagem da agricultura regenerativa

O conceito de agricultura regenerativa existe desde 1983 e foi cunhado pelo pesquisador americano David Rodale que enxergava na agricultura moderna o ganho de produtividade mas que pecava em não trazer técnicas que garantissem a manutenção dos recursos naturais tão necessários a longo prazo.

Agricultura regenerativa nada mais é do que uma atividade que promove a melhoria do solo, mantém e restaura sua fertilidade por meio da reciclagem de nutrientes, aumento da matéria orgânica e da microbiota do solo. Além disso, também ajuda no sequestro de carbono reduzindo os níveis de CO2 atmosféricos que tanto impactam o clima.

Vários pesquisadores têm trabalhado o conceito em diferentes perspectivas. Segundo Rodes (2017) a ideia central é melhorar o solo ou restaurá-lo quando altamente degradado, o que irá melhorar a qualidade da água, vegetação e produtividade da terra. Já Drawdown (2020) sustenta que a agricultura regenerativa restaura e sustenta a saúde do solo mantendo o Carbono, que por si vai melhorar a produtividade, estimando que poderíamos reduzir ou sequestrar de 14.5 a 22 gigatoneladas de CO2 até 2050. Kastner já declara que apenas implementando técnicas regenerativas já seria possível reverter as mudanças climáticas. Para se ter uma ideia, o gráfico abaixo mostra o crescimento exponencial de publicações científicas utilizando o termo agricultura regenerativa:



Fonte: Secretaria de agroecologia e serviços de ecossistemas, 2020.

Na figura abaixo é possível ver os pilares de sustentação do conceito de forma simplificada:

É crucial entender que as técnicas tidas como regenerativas estão intimamente ligadas ao aumento de produtividade e isso se desdobra em ganhos financeiros. Essa é a grande razão de as fazendas estarem cada vez mais adotando tais práticas, já que a demanda por produtos ecologicamente corretos no Brasil ainda não bancam tais práticas.

Ganhos na prática

  • Menor uso de fertilizantes;

  • Maior produtividade vegetal;

  • Maior saúde de solo;

No Reino Unido, as fábricas de produtos lácteos bem como as cooperativas de laticínios cada vez mais tem se preocupado com o meio ambiente e buscado por uma produção de leite mais sustentável. Um exemplo é a cooperativa de laticínios First Milk, que adotou a agricultura regenerativa na forma de produção de laticínios baseada em pastagem e ações a nível de campo que beneficiam a saúde do solo.

Além disso, a cooperativa lançou em 2021 um programa de agricultura regenerativa e desde então, introduziu um pagamento para os agricultores que adotaram as medidas sustentáveis. Como resultado, cerca de 90% dos cooperados - responsáveis por 96% do leite - aderiram ao programa logo no primeiro ano contabilizando 78.000 hectares. 

Caso de sucesso no Brasil

Laticínios como a Danone e Nestlé têm apostado nesse conceito e feito um trabalho forte de disseminação e suporte aos produtores que optam por esse caminho. A Danone divulgou dados que atualmente 14% do leite captado é advindo de propriedades com práticas regenerativas.

De acordo com  nosso colunista de campo, o consultor técnico e médico veterinário Pedro Luppi relata que: “Otimizar a utilização das áreas de plantio com múltiplas culturas já é uma realidade nas fazendas que produzem leite e lavoura – o que chamamos de agricultura regenerativa. O plantio de culturas que têm maior fixação de nitrogênio a partir dos rizomas presentes nas raízes, faz com que o solo fique mais rico para a próxima safra garantindo um maior aporte de macro e micronutrientes e favorecendo a descompactação do solo. Na fazenda Saltador em Palmeiras de Goiás, estamos aproveitando a sobra e os frutos da regeneração do solo como forma de alimento para os animais. Acreditávamos que as culturas de inverno não seriam uma realidade no nosso estado, devido à altitude e principalmente clima, mas, com boas práticas de manejo e escolha certa da época de plantio, provamos o contrário. Na foto vemos que as culturas plantadas foram Aveia, Ervilha, Trigo mourisco, Hunter, Canola e Nabo forrageiro.”


Fonte: Pedro Luppi, colunista de campo

Fonte: Pedro Luppi, colunista de campo

Esse caso exemplifica como produtores têm percebido a importância de conciliar a produção de leite com a lavoura e assim, atender a demanda de alimentos e reduzir os impactos ambientais. A prática regenerativa é uma importante aliada ao equilíbrio natural de solos saudáveis, que auxilia a produção de alimentos mais diversificados com alta produtividade e qualidade.

 

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LUMA MARIA SOUZA MACHADO

HAYLA FERNANDES

Descrição: Médica veterinária pela UFG, mestre em sustentabilidade e pecuária e consultora técnica. Proprietária do perfil @vaca_feliz_oficial no Instagram. Contato: (62) 99949-5588.

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