ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

MilkPoint Experts: as pessoas continuam comendo, mas como o coronavírus impactou os hábitos?

INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 22/04/2020

4 MIN DE LEITURA

0
5

A crise sem precedentes causada pela pandemia de coronavírus impactou as mais diversas áreas da sociedade, mas de maneiras diferentes. O setor de alimentação é, de certa forma, privilegiado, pois, como tem-se dito bastante, “as pessoas precisam comer”. Sim, é verdade, as pessoas continuam comendo. Contudo, com grandes mudanças no “onde comem” e “onde e quando adquirem os produtos”.

Para elucidar essas questões, a primeira palestra do MilkPoint Experts contou com a apresentação de Valéria Ragoni, gerente de novos negócios da Nielsen, que começou mostrando as “6 etapas chaves sobre comportamento do consumo”, identificadas por meio de pesquisas realizadas em todo o mundo. As etapas podem ser observado abaixo.

Segundo Valéria, o Brasil, bem como a maior parte do mundo, está vivendo entre a quarta e a quinta etapa, no qual o comércio de bens não essenciais foi restringido, assim como os serviços de food service. As vendas de produtos alimentícios estão concentradas, então, nos super e hipermercados, atacarejos e farmácias, sendo o atacarejo o formato que mais cresceu.

Desde a confirmação do primeiro caso de Covid-19 no Brasil, na semana seguinte ao Carnaval (01/03), o varejo alimentar do país passou por diversas fases. Contudo, o comportamento claro de estocagem e preparação da dispensa para o isolamento social só foi observado a partir da terceira semana (15/03). Apesar disso, ele foi tão intenso que, dos 10 bilhões de reais faturados no varejo alimentar, de janeiro até então, um terço foi consumido apenas na semana do dia 22/03.

Segundo a especialista da Nielsen, o padrão de consumo dos brasileiros (antes do coronavírus) é caracterizado por um aumento acentuado no início e queda gradativa no restante do mês. Após o coronavírus, entretanto, não tem sido observado esse comportamento, o cenário vem mudando a cada semana, dependendo da demanda por reabastecimento da dispensa.

Como reação à pandemia, foi observado um crescimento de 60% nas compras de commodities (seção na qual está incluído o leite UHT) e 30% nos itens perecíveis, comparando a semana de 22/03 com a anterior. Já comparando as semanas de 05/04 e 29/03, apenas o leite UHT teve um crescimento de 43%. “Essas características são devido ao novo hábito dos consumidores de estarem dentro de cada, fazendo a própria comida”, disse Valéria.

Mas quais a oportunidades à frente?

De acordo com a Nielsen, a venda on-line (e-commerce) é uma grande tendência. Em países que apresentaram um desenvolvimento rápido da doença, da mesma forma que no Brasil, este canal apresentou grande crescimento.

Isso pode ser observado no gráfico a seguir. Muitos consumidores fizeram a sua primeira compra de supermercado on-line, sendo observado um aumento na compra de produtos básicos e uma queda no de supérfluos.

Porém, nem todas as lojas on-line estavam preparadas para essa demanda repentina. Foi observado que 17% delas tiveram que fechar e 64% apresentaram alguma dificuldade em atender os clientes.

Quais os desafios da indústria daqui para frente?

Valéria pontuou os seguintes como principais:

  • tomada de decisão com rapidez para acompanhar o mercado
  • previsão de volume, não só neste momento, mas para o restante do ano
  • comportamento do consumidor: ele manterá os hábitos de antes da crise ou terá grande mudança?
  • dificuldades com estoque, em termos de logística entrega e de falta de produtos para compra
  • sortimento nas prateleiras
  • lojas prioritárias
  • repasse de preços
  • impactos em volume

Cautela no repasse de preços

Segundo Valéria, a estratégia de manter preços baixos pode não ser uma boa ideia. “Manter o preço baixo para ajudar o consumidor pode comprometer a rentabilidade. O aumento de preço posterior à crise pode ser muito mais agressivo do que fazer um repasse correto e adequado agora.”

Estratégias de downsizing (redução no tamanho das embalagens) também não são recomendadas. “O consumidor pode reagir mal, pois tende a se sentir roubado”, comentou a especialista. Por fim, reduzir as promoções é uma alternativa, mas é necessário fazer isso com cautela, pois, em média, 30% das vendas vêm de promoções.

Recomendações:

  • observar a elasticidade dos produtos: aumentar ou diminuir preços com base em dados sólidos;
  • atentar-se os preços dos concorrentes, observando a elasticidade cruzada;
  • reduzir promoções com sabedoria, direcionando-as para itens com maior rentabilidade, por exemplo.

O que esperar do futuro?

Para fazer essas previsões, a Nielsen se baseou no comportamento de consumidores da China, que é o único país que se encontra no pós-quarentena, com as pessoas retornando às atividades normais. “Viveremos uma nova realidade. O consumidor é liberado, mas os hábitos mudam”, disse Valéria.

Algumas mudanças observadas na China:

  • perpetuação do varejo on-line para bens de consumo de massa e básicos: 70% dos consumidores compram produtos frescos duas vezes por semana, mas metade deles o fazem de forma on-line;
  • possibilidade de trabalhadores de manterem em home office: na China, 78% se mostraram positivos com essa modalidade de trabalho, o que impacta o consumo fora de casa;
  • estudos à distância: 8 em cada 10 chineses se mantém aprendendo em casa, o que também impacta o consumo em food services;
  • produtos com apelo saudável: 75% dos consumidores passaram a comprar mais esse tipo de produto.

Pontos para pensar “fora da curva”

  • utilização de tecnologia: recursos como Realidade Virtual e Realidade Aumentada podem melhorar a experiência do consumidor on-line e, talvez, seja interessante repensar os investimentos em lojas físicas;
  • responsabilidade social: consumidores criam uma relação positiva com marcas que se posicionam e tomam alguma iniciativa solidária, logo, o investimento de Marketing e Comunicação é importante;
  • ambiente polarizado: consumidores estão propensos a comprar marcas premium, mas também podem querer marcas próprias e mais baratas, então é bom diversificar o mix de produtos.

Por fim, o esquema a seguir demonstra algumas estratégias adotadas por certas marcas que permitiu a perpetuação das mesmas:

O "MilkPoint Experts: Panorama atual do mercado de lácteos frente ao coronavírus" foi um oferecimento da Boehringer Ingelheim, com apoio da Abraleite, Rabobank e Nielsen e teve a participação de 957 pessoas. Assista ao evento aqui.

Leia outros textos com conteúdo do evento aqui: 

MilkPoint Experts: quais as previsões para o mercado lácteo brasileiro diante do coronavírus?

MilkPoint Experts: mercado internacional de lácteos deve sofrer com coronavírus

0

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures