A falta de umidade no solo e a elevação das temperaturas resultou na redução da oferta de forragem, podendo afetar a produção de leite, caso a estiagem permaneça.
Com a elevação das temperaturas ao longo do dia, os produtores estão tendo que tomar alguns cuidados, como antecipar a entrada e retirada dos animais nas pastagens nas horas menos quentes, como forma de evitar que as vacas fiquem no sol, além de garantir acesso as fontes abundantes de água. Alguns ainda retardam a realização das ordenhas para o período noturno ou ainda liberando os animais para pastejar durante a noite, garantindo melhor conforto térmico.
O estado sanitário dos rebanhos continua satisfatório. O monitoramento de carrapatos e moscas foi intensificado, considerando o aumento das infestações de parasitas. A época é marcada por grandes desembolsos por parte dos produtores, tendo em vista a necessidade da implantação das pastagens de verão e das lavouras de milho para silagem, considerando também que o valor das rações e da energia continuam elevados.
No regional da Emater/RS-Ascar de Bagé, ainda é grande a disponibilidade de oferta de leguminosa, fazendo com que os produtores aumentem concomitantemente o uso de silagem e feno, como estratégia para aumentar o aporte de fibras na alimentação dos animais, evitando o risco de ocorrência de timpanismo.
Na regional de Santa Rosa, os poucos produtores da região que possuem áreas de pastagens com irrigação tiveram que ampliar o número e o volume de regas devido às altas temperaturas e baixa umidade do ar. Na regional de Caxias do Sul, a diminuição na oferta de forragens, obrigando a realização de mudanças bruscas na dieta dos animais, somado ao estresse térmico causado pelo aumento das temperaturas, resultou na maior incidência de casos de leite instável não ácido (LINA) em diversos municípios. Na regional de Frederico, houve relatos da ocorrência de cigarrinha das pastagens. Na regional de Soledade, as lavouras de milho para silagem apresentam bom potencial produtivo, mas já começam a apresentar sinais de estresse hídrico, principalmente em áreas com solo mais raso e com sinais de compactação.
Comercialização
De acordo com o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar, o preço médio do litro do leite no Estado ficou em R$ 1,98, o que representou uma queda de 5,71% em relação ao último mês.
A variação nos preços recebidos pelos produtores deve-se a diferentes variáveis, entre elas o volume comercializado, as bonificações por quantidade e qualidade do leite, de acordo com os parâmetros normatizados para o produto.
As informações são da Emater/RS, adaptadas pela equipe MilkPoint.