Após a divulgação dos dados do setor leiteiro bovino, ovino e caprino de dezembro de 2022 pelo Ministério da Agricultura, o Sindicato dos Agricultores e Pecuaristas apontou que um número de fechamento de fazendas mais elevado do que o habitual, na Espanha.
Com os resultados de 2022, a Unión de Uniones informa que, em dezembro, 10.665 fazendas de vacas leiteiras, 2.667 fazendas de ovelhas e 3.851 fazendas de cabras leiteiras permaneceram na Espanha; tendo diminuído o número de vacas em 782 fazendas (-7% com menos 2,1 fazendas por dia); ovinos: 258 (-9%, com menos 0,7 fazendas por dia) e caprinos: 602 (-14%, com menos 1,6 fazendas por dia).
No caso da produção de leite bovino, a região que mais perdeu fazendas foi a Comunidade Valenciana, junto com La Rioja e Extremadura, que perderam entre 17 e 22% de suas fazendas. Embora as regiões tradicionalmente produtoras, como Cornisa e Castilla y León, tenham sofrido um fechamento de mais de 7% de suas fazendas.
Devido a essa crise na produção, houve uma queda acentuada na produção de leite, que acabou sendo refletida para o consumidor. No total, foram produzidas menos 60 mil toneladas de leite, com queda na produção em relação ao ano passado de 1,8% para o leite de ovelha, 2,2% para o leite de vaca e 2,2% para o leite de cabra.
A Unión de Uniones destaca que em 2022 os custos de produção aumentaram consideravelmente, principalmente de ração, em torno de 40-30% em relação a 2021, valor que sobe para 50% se comparado a 2020. A isso, seria necessário adicionar os aumentos em custos de eletricidade, mão de obra, diesel ou produtos veterinários.
A entidade critica o setor por somente considerar aumentos de preços do leite tarde demais, quando o produto já estava apresentando escassez, o que acabou levando ao fechamento de fazendas.
“Todos nós vemos esplêndidas campanhas promocionais que dizem como as fazendas são importantes para manter um ambiente rural vivo, uma paisagem de qualidade, os esforços que os produtores fazem para melhorar o bem-estar de nossos animais e melhorar nosso impacto no meio ambiente. Mas por trás dessas campanhas se esconde essa realidade, a de um setor que em muitos casos não consegue rentabilidade, e que nos poucos casos em que o faz, não basta ter uma vida digna para haver alívio suficiente no setor”, critica a entidade. “Antes de uma bela publicidade deve vir uma remuneração justa”, concluem.
As informações são do Agrodigital, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.