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Utilização estratégica de pastagem no final da lactação

POR DANIEL AUGUSTO BARRETA

E BRUNO EMANUEL BARRETA

PASTO & CIA

EM 16/02/2024

3 MIN DE LEITURA

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A alimentação das vacas leiteiras influencia diretamente na produção e composição do leite. Em geral, sistemas confinados permitem um maior controle da dieta oferecia aos animais e maiores taxas de ingestão (consumo de matéria seca/minuto), o que incorre em uma ingestão diária de matéria seca superior aos sistemas baseados em pastagem, logo, maior potencial de produção de leite.

Por outro lado, os sistemas à base de pasto tendem a: apresentarem um custo alimentar mais baixo, promoverem uma percepção melhor dos consumidores e produzirem um leite com maior proporção de ácidos graxos considerados benéficos aos seres humanos.

O manejo intermediário entre estes dois sistemas é o fornecimento de uma ração misturada, aliada com períodos para pastejo. De certa forma, maiores inclusões de pastagem na dieta podem limitar o consumo e a produção leite, especialmente se a pastagem for de qualidade mediana/baixa. Entretanto, qual seria o efeito da inclusão de pastagens de leguminosas de alta qualidade, como a alfafa (Medicago sativa L.), por exemplo, na produção de leite? Poderia não ser comprometida?

Este tema foi objeto de estudo de um artigo publicado no Journal of Dairy Science (Santana et al., 2023), no qual pesquisadores uruguaios compararam o sistema de confinamento (TMR) com um sistema de ração parcial misturada (PMR). O sistema PMR consistia no fornecimento de 60% da quantidade de alimento disposta no tratamento TMR mais a possibilidade de pastejo em uma área de alfafa durante 8h por dia. (A composição química da alfafa era semelhante à da TMR, 20% PB e 33% FDN). O trabalho foi desenvolvido com vacas no terço final da lactação (>200 DEL) e algumas das variáveis analisadas foram a ingestão de matéria seca e a produção e composição do leite.

Os animais com acesso ao pastejo reduziram a ingestão de MS em 10% em relação àqueles alimentados com TMR. A possível causa desta diferença foi a menor taxa de ingestão dos animais no sistema com acesso ao pasto (2,8 vs. 3,7 kg de MS/h, respectivamente). Este comportamento foi associado a dieta mais úmida dos animais com acesso a pastagem (teor de água de 70 vs. 53%). Em geral, teores de umidade da dieta superiores a 50% podem deprimir o consumo de MS em 0,02% do peso vivo para cada ponto percentual de umidade acima deste limite (Kellems et al., 1991). Os animais ingerem bastante alimento, mas muita água e pouca MS.

Apesar da diferença na ingestão, os animais dos dois grupos (100% TMR e PMR + acesso à pastagem) apresentaram a mesma produção de leite (aproximadamente 25 kg/d), o que pode ser explicado pelo período de avaliação, uma vez que no final do estágio de lactação os animais naturalmente apresentam menor eficiência alimentar para produção de leite (kg de leite produzido/kg de MS ingerida), em outras palavras, os animais direcionam a energia para outros locais, como o aumento do peso corporal.

Em relação à composição do leite, não foram observadas diferenças nos teores de gordura, proteína e lactose. Contudo, os animais com acesso à pastagem apresentaram uma tendência de maior concentração do ácido graxo C18:2 cis-9 trans-11, conhecido como Ácido Linoleico Conjugado (CLA), considerado potencialmente com efeito anticarcinogênico para humanos (Dilzer e Park, 2012)

Em síntese: a redução de 40% da TMR associado com 8h de acesso a pastagem de alfafa não compromete a produção de leite em vacas no terço final de lactação e podem incorrer na síntese de um leite com maior percentual de ácidos graxos benéficos para a saúde dos consumidores.


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Referências:

Dilzer, A. and Park, Y. (2012) Implication of Conjugated Linoleic Acid (CLA) in Human Health, Critical Reviews in Food Science and Nutrition, 52:6, 488-513.

Kellems, R. O., Jones R., Andrus D. and Wallentine, (1991). Effect of moisture in total mixed rations on feed consumption and milk production and composition in Holstein cows. J. Dairy Sci. 74:929-932.

Santana, A., Cajarville, C., Mendoza, A. and Repetto, J. L. (2023) Including 8 hours of access to alfalfa in 1 or 2 grazing sessions in dairy cows fed a partial mixed ration: Effects on intake, behavior, digestion, and milk production and composition. J. Dairy Sci. 106:6060-6079.

DANIEL AUGUSTO BARRETA

Zootecnista, Núcleo de Pesquisa em Pastagem - UDESC/CAV

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