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Lisina protegida pode aumentar a produção de leite?

VÁRIOS AUTORES

FAMÍLIA DO LEITE

EM 18/04/2022

4 MIN DE LEITURA

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O período de transição é tipicamente definido como 3 semanas antes do parto até 3 semanas após o parto (Drackley, 1999). É uma fase crítica para as vacas em lactação e requer manejo nutricional intensivo.

Devido à demanda por energia ser mais pronunciada na primeira semana seguinte ao parto, associada a diminuição do consumo de matéria seca, é quase impossível atender as exigências nutricionais e evitar o balanço energético negativo, que resulta em mobilização das reservas corporais de gordura e músculo visando compensar o déficit dietético.

Além disto, em virtude do aumento do requerimento por proteína pelo tecido mamário e crescimento fetal, ocorre também balanço proteico negativo, descrito como tão importante quanto o balanço energético negativo (Larsen et al., 2014). A combinação destes fatores resulta em um incremento na incidência de desordens metabólicas (Drackley, 1999), deficiência da função imunitária e tecidual, além da redução na proliferação de tecidos viscerais e hepáticos, que pode ocorrer se o fluxo duodenal de aminoácidos indispensáveis (AAI) for limitado (Larsen et al., 2014).

Lisina e metionina são os dois aminoácidos mais limitantes nas dietas fornecidas a rebanhos leiteiros, mesmo que sigamos as recomendações nutricionais para esses aminoácidos, a redução do consumo de matéria seca (CMS) observada durante o período periparturiente (Vyas e Erdman, 2009) pode resultar em menor consumo destes aminoácidos essenciais quando a quantidade dos mesmos é calculada como um percentual da dieta e não como quantidades de AAI (g/d).

O incremento na proporção de lisina presente na quantidade total de proteína metabolizável da dieta pelo fornecimento de lisina ruminal protegida (LPR) pode ser utilizado para aumentar o desempenho das vacas no período de transição.

Um estudo foi conduzido visando entender os impactos da alimentação com LPR no pré e pós-parto, ou ambos, sobre o desempenho produtivo, saúde e concentração de metabólitos sanguíneos.

Foram utilizadas 75 vacas Holandesas multíparas distribuídas de forma aleatória em 2 tratamentos dietéticos antes do parto: dieta total com 0,54% de lisina protegida na matéria seca (PRE-L) ou sem LPR (PRE-C); após o parto, metade dos animais de cada um dos grupos pré-parto foram realocados em novas dietas, sendo: com 0,40% de lisina protegida na matéria seca (POS-L) ou sem LPR (controle, POS-C).

Foram avaliados peso corporal (PC), escore de condição corporal (ECC), CMS, produção de leite corrigida para energia (PLCE), rendimento dos sólidos do leite, concentração plasmática de lisina e outros aminoácidos e concentração sanguínea de beta-hidroxibutirato (BHB).

A suplementação com lisina promoveu aumento na PLCE e nos rendimentos de gordura, proteína, lactose e caseína do leite. Também houve redução das concentrações sanguíneas de BHB com suplementação de lisina, que é comumente utilizado para mensurar a oxidação de gordura na detecção de cetose devido a mobilização de reservas corporais.

Além disso, os animais que consumiram LPR durante o pré-parto apresentaram tendência a aumentar o CMS e maior peso durante o pós-parto. Girma et al. (2019) presumiram que o acréscimo no metabolismo de lisina incrementa a síntese de carnitina, aumentando assim o CMS e, consequentemente, reduzindo a produção de ácidos graxos não esterificados (AGNE).

Em conclusão, o suprimento de lisina disponível durante o pré-parto está associado a melhora do desempenho das vacas no pós-parto, no entanto, o fornecimento de lisina no pós-parto não apresentou efeitos sobre o desempenho dos animais, fundamentando a sugestão de Overton et al. (1996) e Socha et al. (2005) de que a maior resposta aos AAI fornecidos ocorre durante o início da lactação e assim deve ser fornecido antes do parto.

Contudo, como o fornecimento de 61 g de LPR por dia durante o pré-parto não aumentou a concentração plasmática de lisina (Lee et al., 2019), recomenda-se a adição de 98 g/dia visando um incremento na capacidade de dispersão dos aminoácidos essenciais e não-essenciais para utilização nos tecidos e absorção pela glândula mamária.

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Referências bibiolográficas

Fehlberg, L. K., A. R. Guadagnin, B. L. Thomas, Y. Sugimoto, I. Shinzato and F. C. Cardoso. Feeding rumen-protected lysine prepartum increases energy-corrected milk and milk component yields in Holstein cows during early lactation. J. Dairy Sci. 103:11386–11400 https://doi.org/10.3168/jds.2020-18542.

Drackley, J. K. 1999. ADSA foundation scholar award: Biology of dairy cows during the transition period: The final frontier? J. Dairy Sci. 82:2259.

Larsen, M., H. Lapierre, and N. B. Kristensen. 2014. Abomasal protein infusion in postpartum transition dairy cows: Effect on performance and mammary metabolism. J. Dairy Sci. 97:5608–5622. https://doi.org/10.3168/jds.2013-7247.

Connell, A., A. G. Calder, S. E. Anderson, and G. E. Lobley. 1997. Hepatic protein synthesis in the sheep: Effect of intake as by use of stable-isotope-labelled glycine, leucine, and phenylalanine. Br. J. Nutr. 77:255–271. https://doi.org/10.1079/BJN19970028.

Li, P., Y. L. Yin, D. Li, S. Woo Kim, and G. Wu. 2007. Amino acids and immune function. Br. J. Nutr. 98:237–252. https://doi.org/10 .1017/S000711450769936X.

Vyas, D., and R. A. Erdman. 2009. Meta-analysis of milk protein yield responses to lysine and methionine supplementation. J. Dairy Sci. 92:5011–5018. https://doi.org/10.3168/jds.2008-1769.Girma, D. D., L. Ma, F. Wang, Q. R. Jiang, T. R. Callaway, J. K. Drackley, and D. P. Bu. 2019. Effects of close-up dietary energy level and supplementing rumen-protected lysine on energy metabolites and milk production in transition cows. J. Dairy Sci. 102:7059–7072. https://doi.org/10.3168/jds.2018-15962.

Overton, T. R., D. W. Lacount, T. M. Cicela, and J. H. Clark. 1996. Evaluation of a ruminally protected methionine product for lactating dairy cows. J. Dairy Sci. 79:631–638. https://doi.org/10.3168/ jds.S0022-0302(96)76408-1.

Socha, M. T., D. E. Putnam, B. D. Garthwaite, N. L. Whitehouse, N. A. Kierstead, C. G. Schwab, G. A. Ducharme, and J. C. Robert. 2005. Improving intestinal amino acid supply of pre- and postpartum dairy cows with rumen-protected methionine and lysine. J. Dairy Sci. 88:1113–1126. https://doi.org/10.3168/jds.S0022 -0302(05)72778-8.

Lee, C., N. E. Lobos, and W. P. Weiss. 2019. Effects of supplementing rumen-protected lysine and methionine during prepartum and postpartum periods on performance of dairy cows. J. Dairy Sci. 102:11026–11039. https://doi.org/10.3168/jds.2019-17125.

POLYANA PIZZI ROTTA

Professora de Produção e Nutrição de Bovinos de Leite da UFV e coordenadora do Programa Família do Leite

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