Pesquisadores da Universidade do Estado da Flórida reportaram que a adição de suplementos de proteína do leite associada à exercícios resultou em reduções significativas na pressão sanguínea sistólica medida na artéria braquial no braço e na aorta, comparado aos valores no começo do estudo e no grupo controle (que praticou somente exercícios).
“Os benefícios dos produtos lácteos na pressão sanguínea sistólica braquial são bem conhecidos e, além disso, o uso de produtos lácteos pode ter uma abordagem adicional para a prevenção ou tratamento de hipertensão. Esses benefícios foram atribuídos aos principais nutrientes fornecidos nos produtos lácteos, incluindo proteína (soro de leite e caseína) e cálcio”.
Foi dito que a pressão sanguínea aórtica, preferencialmente à pressão sanguínea braquial, é considerada um fator melhor de previsão dos benefícios cardiovasculares produzidos por intervenções anti-hipertensivas. “Pelo que sabemos, nosso estudo é o primeiro a demonstrar reduções na pressão sanguínea sistólica aórtica com ambas as proteínas do leite. Como a pressão sanguínea aórtica afeta negativamente a função ventricular esquerda mais do que a pressão sanguínea braquial, nossas descobertas podem ser clinicamente relevantes”.
As descobertas do estudo foram bem recebidas pelo presidente do Dairy Research Institute, Greg Miller, que também é vice-presidente executivo do Conselho Nacional de Lácteos. “Esse estudo examinou o efeito combinado dos exercícios e da suplementação com proteínas lácteas (soro de leite ou caseína) nas medidas de pressão sanguínea e função vascular em mulheres jovens e obesas. Todas as participantes fizeram exercícios e consumiram ou soro de leite, ou caseína ou nenhuma proteína no grupo controle.
Nos casos de utilização de soro de leite e caseína houveram melhoras significativas na pressão sanguínea sistólica e na função vascular. Não houve mudanças para o grupo controle. Exercícios sem proteína não tiveram efeito, indicando um papel único das proteínas lácteas. Os resultados foram consistentes com estudos anteriores mostrando que as proteínas lácteas têm um efeito favorável na pressão sanguínea e na função vascular”.
Liderado por Arturo Figueroa, PhD, os pesquisadores recrutaram 33 mulheres obesas e sedentárias com uma idade média de 30 anos para participar do estudo. As mulheres foram aleatoriamente divididas em um dos três grupos, todos com um treino moderado de exercícios três vezes por semana. O primeiro grupo recebeu 30 gramas diárias de proteína do soro do leite, o segundo recebeu 30 gramas diárias de caseína e o terceiro recebeu um carboidrato controle (maltodextrina) por quatro semanas.
Os resultados mostraram que, além dos benefícios dos suplementos de soro de leite de caseína para reduzir a pressão sanguínea braquial e aórtica, melhoras significativas na rigidez das artérias foram registradas, medidas pela velocidade daonda de pulso braço-tornozelo (baPWV).
Embora os potenciais mecanismos de ação das proteínas do leite na melhora da saúde cardiovascular não estejam claros, os pesquisadores notaram que os tripeptídeos derivados do soro do leite e da caseína indicaram melhoras na pressão sanguínea inibindo a ação da enzima conversora de angiotensina (ECA) e aumentando o relaxamento dos vasos sanguíneos, mediado pelo óxido nítrico (vasodilatação). Os inibidores da ECA trabalham inibindo a conversão de angiotensina I para um potente vasoconstritor, a angiotensina II, melhorando, dessa forma, o fluxo e a pressão sanguíneos.
“Esse estudo demonstrou pela primeira vez que a suplementação com soro de leite e caseína combinadas com exercícios resultaram em efeitos favoráveis na pressão sanguínea sistólica aórtica, reflexão da onda e rigidez arterial em mulheres jovens e obesas com pré-hipertensão ou hipertensão”, relataram os pesquisadores. “Apesar de o exercício de curto prazo e alta intensidade aumentar a força muscular, não se teve benefícios adicionais na pressão sanguínea e função arterial”.
A reportagem é do Dairy Reporter, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.