Os produtores de leite e carne voltam à rua no dia 31/03, com uma concentração em Braga, frente à Feira Internacional de Agricultura AGRO, e asseguram que "a luta vai continuar", até que sejam tomadas medidas para a viabilidade do setor. Confrontado com o assunto, o ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, disse aos jornalistas que encara o protesto com naturalidade. "Eu aceito perfeitamente que, quando as pessoas estão em dificuldades, sentem que devem protestar e esses protestos têm sido dirigidos contra o Governo, contra as grandes superfícies, que entendem que adquirem produtos em excesso no exterior", disse. Capoulas Santos admite que, "quando as pessoas estão insatisfeitas, têm o direito constitucional de manifestar essa insatisfação".
"Mas tenho a certeza de que essas mesmas pessoas reconhecem e apreciam o esforço que o Governo está fazendo para as ajudá-las", completou. O ministro da Agricultura disse que o Governo vem procurando soluções para ajudar os produtores de leite e suinocultores, tanto no plano europeu como no plano nacional.
"Infelizmente, no plano europeu, decisões importantes foram adiadas para junho. Outras foram já tomadas. A Europa decidiu atribuir financiamento para retirar alguns milhões de litros de leite do mercado, financiando a coleta de leite e de manteiga, e também manifestou disponibilidade para ajudar os produtores de suínos a retiraram do mercado carne através da armazenagem privada", disse. Ele também lembrou que, por parte do Governo, "já foi decidido, até ao final do ano, reduzir a comparticipação da Segurança Social em 50%, e também será criado uma linha de crédito, que irá para o conselho de Ministros, e que não será de valor inferior a 20 milhões de euros, para acudir as situações de tesouraria".
"Este é um esforço muito grande dos portugueses para ajudar setores que estão em dificuldade. Gostaria de lembrar que outros setores da economia vivem e viveram dificuldades e não tiveram apoio dos contribuintes", afirmou Capoulas Santos. Ele ainda pontuou que o governo recebeu algumas críticas com relação a sua ajuda e postura, porém, que estão tentando aliviar uma situação muito difícil que depende de uma conjuntura externa. "Estamos indo mais longe do que alguns outros estados membros. Continuarei a fazer tudo o que estiver ao meu alcance para ajudar esses dois setores", finalizou.
Entenda o caso:
Portugal: produtores de leite protestam contra a crise no setor e vão às ruas
As informações são do Publico.pt.