Ansiedade na Nova Zelândia após aprovação de venda de fazendas leiteiras para chineses

Investidores chineses estão comprando fazendas na Nova Zelândia pela primeira vez, à medida que as ligações econômicas com a potência asiática se aprofundam, gera uma ansiedade considerável no país onde o sustento é bastante dependente da agricultura.

Publicado por: MilkPoint

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Investidores chineses estão comprando fazendas na Nova Zelândia pela primeira vez, à medida que as ligações econômicas com a potência asiática se aprofundam, gera uma ansiedade considerável no país onde o sustento é bastante dependente da agricultura.

O Governo neozelandês aprovou na sexta-feira a venda de 16 fazendas leiteiras da Nova Zelândia para uma companhia controlada pelo Shanghai Pengxin Group, controlada pelo chinês Jiang Zhaobai. A Pengxin não revelou o quanto está pagando, mas disse que o investimento total será de mais de NZ$ 200 milhões (US$ 164,84 milhões).

O Primeiro Ministro da Nova Zelândia, John Key, defendeu a venda, dizendo que menos de 1% das fazendas do país foram vendidas a investidores estrangeiros. As fazendas Crafar da região central da Ilha do Norte compradas pela Pengxin foram colocadas à venda após falência e totalizam cerca de 7.900 hectares.

Porém, os neozelandeses ficaram contra a venda, dizendo que abrirá portas para proprietários estrangeiros. Um consórcio com produtores locais e executivos, liderado pelo banqueiro, Michael Fay, está tomando uma ação legal para tentar parar ou reverter a venda, que deverá ser fechada nessa semana, na esperança de que possam comprar as terras eles mesmos a um preço menor.

Algumas pessoas demonstraram certa xenofobia, após vendas de fazendas da Nova Zelândia para investidores dos Estados Unidos e da Alemanha que foram feitas sem muito debate.

Existem poucas dúvidas, entretanto, de que as previsões para a economia e a prosperidade da Nova Zelândia com suas 4,4 milhões de pessoas estejam cada vez mais ligada à China. Em 2008, os dois países assinaram um acordo de livre comércio, o primeiro desse tipo que a China assinou com uma nação desenvolvida. A China passou à frente dos Estados Unidos para se tornar o segundo maior mercado de exportação da Nova Zelândia, atrás apenas da vizinha Austrália, e é de longe o maior comprador de produtos lácteos - uma commodity que representa um quinto dos lucros de exportação da Nova Zelândia. Além disso, o número de turistas chineses que visitam a Nova Zelândia aumentou consideravelmente.

O professor de relações internacionais da Universidade de Victoria, Xiaoming Huang, disse que a venda marca um momento decisivo na relação entre os dois países. Ele disse que os oficiais chineses estão preocupados com a oposição à venda na Nova Zelândia e o tempo que ainda falta para a finalização da mesma. "Todos entendemos que é um assunto sensível, politicamente", disse Huang.

Ele disse que a China tem um interesse estratégico em garantir o fornecimento de energia e alimentos - mas não acha que a venda dessas fazendas em particular reflete isso. "A fazenda é uma quantidade muito pequena de terra do ponto de vista chinês. Isso não importa muito para eles, de forma que não acho que isso seja parte de um plano maior. Eu acho que o sistema em si é mais fragmentado do que pensamos".

Huang disse que é inevitável que o investimento chinês na Nova Zelândia aumente, à medida que a nação de 1,3 bilhão de pessoa busca posicionar globalmente seu crescimento.

Na Nova Zelândia, a terra pode ser vendida para investidores estrangeiros somente com a aprovação de uma agência do Governo que tenta determinar se esses investidores têm boa natureza e se beneficiarão os neozelandeses.

Na compra das fazendas, o Pengxin concordou com certas condições, como ter seus produtos lácteos processados por companhias pertencentes a neozelandeses. O porta-voz da Pengxin, Cedric Allan, disse que a empresa também pretende ter neozelandeses no controle e manejo de suas fazendas.

Allan disse que a crescente classe média chinesa está interessada em consumir uma dieta com mais proteína e produtos estilo ocidentais, como iogurtes e queijos. Ele disse que alguns chineses estão preocupados em consumir seus próprios produtos lácteos depois do escândalo de contaminação de leite com melamina de 2008, que matou seis bebês e deixou cerca de 300.000 crianças doentes.

A reportagem é do The Associated Press, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
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Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/02/2012

Prezados Senhores: Como se verifica, a "excelência" do sistema de produção da Nova Zelândia não é, assim, tão "excelente". Se lá fosse o paraíso da criação de gado de leite e da produção láctea que estamos acostumados a ouvir, não haveria "falências" em fazendas destinadas a tal, como as anunciadas.


Um abraço,


GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO


FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
JULIO CESAR MARTINS
JULIO CESAR MARTINS

GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS

EM 01/02/2012

A China cada vez mais ocupando setores variados da economia mundial. Também com tamanha população e onde a urbana ultrapassou a rural, era previsivel esta busca por alimentos e a Nova Zelandia é um celeiro vizinho. O Brasil poderá está nesta mira do consumo um dia, onde a distância já não é mais empecilho.
Qual a sua dúvida hoje?