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Produtor de leite: o que esperar do segundo semestre de 2013?

POR CARLOS EDUARDO PULLIS VENTURINI

PANORAMA DE MERCADO

EM 10/07/2013

4 MIN DE LEITURA

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A conjuntura atual do mercado de leite brasileiro tem favorecido o produtor. Os preços do leite estão 11,9% acima dos níveis apresentados no mesmo período do ano passado, reflexo da queda na oferta nacional de lácteos: a captação da indústria no primeiro trimestre foi 1,4% inferior com relação ao mesmo período de 2012. Outro fator que influenciou na escassez de oferta no mercado nacional foi a queda na produção de dois países que exportam para o Brasil: Argentina e Uruguai. No primeiro trimestre, a Argentina teve queda de 10,6% na captação de leite, em comparação com o mesmo período de 2012. Já o Uruguai viu a captação de leite pela indústria reduzir-se em 6% para a mesma época do ano. Devido a esta situação, mesmo com a queda na oferta nacional, as importações brasileiras de lácteos no primeiro semestre deste ano foram 14,9% menores do que na primeira metade de 2012.

Tabela 1 – Variação na captação de leite 1º T 2013 x 1º T 2012

Fonte: IBGE, INALE e MAGyP 

No entanto, é esperado que os agentes econômicos, no caso os produtores, reajam a estes incentivos de preço e aumentem sua produção, de forma a aproveitar ao máximo a situação favorável do mercado. Para os próximos meses, teremos o pico de safra da região Sul em agosto, que deve ocasionar uma desaceleração na alta dos preços (alguns agentes de mercado apostam em redução nas cotações nessa região em função da maior oferta pontual). Segundo informações obtidas pelo MilkPoint, a safra de leite do Sul vem crescendo a um ritmo significativamente superior ao do ano passado, dando maior sustentação às projeções de estabilidade/queda de preços no curto/médio prazo.

Gráfico 1 – Preços do leite (R$/Litro) deflacionados pelo IGP-DI

Fonte: CEPEA/ESALQ

Outro fator importante neste contexto de melhor situação de mercado para a produção de leite foi a queda no preço dos grãos após a forte alta ocorrida no 2º semestre do ano passado, devido à seca que comprometeu a safra dos Estados Unidos. O indicador de Soja CEPEA/ESALQ Paraná apresentou valor médio em junho 24,2% menor que o pico de 2012 (R$65,28/saca em junho contra R$86,14 em 5/9/2012). O milho também apresenta comportamento semelhante, o valor médio de junho foi 26,3% menor que o pico de 2012 (R$26,45/saca em junho contra R$35,90 em 4/12/2012).

Gráfico 2 – Soja e Milho - Preço máximo de 2012 x Média Junho de 2013

Fonte: CEPEA/ESALQ

A rentabilidade em 2013 vem crescendo consistentemente desde janeiro, devido aos fatores já mencionados. Simulações do MilkPoint mostram que a Receita Menos o Custo da Ração para uma vaca de 20kg/dia no mês de junho foi a maior observada desde maio de 2010.

Gráfico 3 - Receita Menos Custo da Ração (vaca de 20kg/dia), deflacionada


No entanto, o mesmo fator que afetou o mercado de grãos no ano passado começa a preocupar: a seca nos Estados Unidos. Segundo o “Drought Monitor” do USDA, que monitora e avalia as regiões que sofrem de seca nos EUA, 44% do país está em condições de seca “moderada a excepcional”. Embora a maior parte desta seca concentre-se na região em que a produção de grãos não é tão relevante, o oeste americano, esta foi a terceira semana seguida em que houve aumento na área do país com seca, o que fez com que diversos analistas de mercado norte-americanos acendessem o sinal amarelo quanto às probabilidades de extensão desta seca no leste americano, a região produtora de grãos. Há também a recente valorização do dólar, que teve a taxa de câmbio elevada em 12,4% do início de maio até a primeira semana de junho. Tal oscilação da moeda americana torna vantajosa a exportação de produtos, o que faz com que a comercialização de milho e soja intensifique-se, causando aumento em seus preços.

Figura 1 – Mapa da seca nos EUA – 02 de julho de 2013


Fonte: USDA


Há também a questão da demanda interna. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) calculado pelo IBGE apresenta alta acumulada de 6,7% nos últimos 12 meses, valor acima da meta do governo, que é de 6,5%. Já a valorização acumulada nos últimos 12 meses do leite UHT no varejo medida pelo IPCA é de 20,4%. Aliado ao baixo crescimento econômico brasileiro (0,9% em 2012 e previsão de 2,3% para 2013), fica difícil esperarmos estabilização destes preços no varejo, ainda mais com a perspectiva de aumento da oferta de leite na segunda metade do ano.

Devido a todo este cenário do mercado, o produtor de leite deve trabalhar com cautela para o segundo semestre – principalmente de outubro em diante - após o bom desempenho do primeiro semestre. No entanto, é cedo para um quadro mais claro, até porque o contexto internacional depende muito da oferta de leite na Oceania a partir de agosto. Informações coletadas pelo MilkPoint sugerem que os altos preços do leite no mercado internacional estão animando os produtores locais, sendo o cenário mais provável o aumento da oferta de leite, trazendo um ajuste nos preços externos.




 

ARTIGO EXCLUSIVO | Este artigo é de uso exclusivo do MilkPoint, não sendo permitida sua cópia e/ou réplica sem prévia autorização do portal e do(s) autor(es) do artigo.

CARLOS EDUARDO PULLIS VENTURINI

Economista formado pela ESALQ/USP; Coordenador de Conteúdo do MilkPoint Mercado

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DAVI MOREIRA PINTO

CAMPO BELO - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 02/08/2013

Em qualquer atividade que se trabalhe uma coisa é certa. O que decide valor de uma mercadoria é a lei de oferta e demanda. A realidade hoje é sem duvida nenhuma pouca oferta de leite para uma grande demanda. no entanto esse quadro já esta se invertendo. A produção de leite já esta em uma crescente. Por isso fica o alerta aos produtores...sejam cautelosos em seus gastos, não façam dividas a longo prazo na esperança que o preço do leite vai se manter firme durante um longo tempo. Tem que aproveitar o momento para aumentar a produção? Sim, claro que tem. Porém, tentem achar medidas que os possibilitem conseguir este aumento mais sem fazer investimentos para longo prazo.
ROSELY DIAS

SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/07/2013

O bom momento que passa a pecuária de leite depende do produtor administrar sua  produção de forma que  não haja excesso de leite e derrube a cotação.

Precisa de ponderação para prolongar a boa fase!
HEINBERT SAND

CAMPO ERÊ - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/07/2013

Não acredito que se  confirme um grande aumento de produção na nossa região, pois se confirmar o frio intenso previsto para os dias 23 a 26 deste mes, não sobrará aveia de qualidade para pastejar nossos animais. Sou produtor de leite há 20 anos, e está cada vez mais difícil ganhar dinheiro com a atividade. Em 2007 recebi R$ 0,70/lit preço líquido, neste último pagamento me pagaram bem menos que R$ 1,10 por litro. Fazendo um comparativo com o aumento do salário mínimo(que reflete o poder aquisitiivo do consumidor) do ano de 2007 até hoje (que subiu 78%), eu deveria estar recebendo no mínimo acima de R$ 1,25 por litro, preço líquido. ABRAÇOS SAND.
ALEX M. M. SÁ ANDRADE

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS

EM 18/07/2013

Acho que toda essa engrenagem , depende das grandes redes comprarem a ideia de posicionar o leite longa vida num preço bom para todos... e não colocando o produto como chamariz para promoções.
WALDIR BRASIL SANTIAGO

ITATINGA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/07/2013

Na minha região o leite praticamente deu lugar p/ o eucalipto+cana+laranja.Hoje o preço tá sendo praticado de R$ 1,06 a R 1,10 líquidos.A CASTROLANDA, tá estendendo-se em Itapetininga-sp.Dessa forma acredito que o preço,não recue no período vindouro.Com relação ao lucro/vaca,tenho dúvidas pois a ração deu uma guinada à maior de 6,86% já no início de julho.

ABRAÇÃO A TODOS,

                                     santiago  
CARLOS EDUARDO PULLIS VENTURINI

PIRACICABA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 15/07/2013

Prezados:



Wagner Beskow,



Obrigado pelas palavras, vindo de alguém tão influente no setor elas se tornam ainda mais valiosas.



Sidney Lacerda,



Caso tal cenário persista, é muito provável que haja baixa ou estabilidade nos preços de milho e soja. Porém, diversos analistas afirmam que a seca que hoje concentra-se no oeste irá migrar para o leste, afetando as culturas de soja e milho. O que nos resta saber é quando e com qual intensidade isto irá acontecer.



Abraços,



Carlos
SIDNEY LACERDA MARCELINO DO CARMO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 15/07/2013

Prezados colegas,



No meu ver vamos ter uma baixa ou estabilidade para o milho. Vejam o mapa da região do corn belt, segundo o mapa acima este está fora da seca.
HOMILTON NARCIZO DA SILVA

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/07/2013

Esta ai uma prova que o preço medio do leite não poderá jamais cair de  cr 1,00 real olitro ´so assim teremos um mercado com menos auto e baixo.

Abraços Homilton
MANOEL ANTONIO DE OLIVEIRA

TUPI PAULISTA - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 13/07/2013

o produtor merece que o leite fica acima de 1;00 real porque tudo o que compra é em real ;só leite do produtor é vendido em centavos . ninguém consegue produzir desta jeito compra ração em rel e vender leite em centavos.  o produtor deveria ser mais unido para conseguir o seu preço do seu produto , não deixar as empresas fazer de peteca compra o seu produto vender depois que apurou o seu faturamento é que vai passar o preço ao produtor.
DEBORA SOBRAL MACHADO

UNAÍ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/07/2013

e aproveitar a boa maré e e tirar o máximo possível  de leite>
WAGNER OLIVEIRA SOUZA

SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/07/2013

Precisamos fazer uma mobilização nacional,envolvendo Cooperativas de Leite, Associações de Produtores de Leite e Produtores Individuais, etc., com o objetivo de criar uma mensagem a ser divulgada de norte a sul do País, esclarecendo a população a importância de valorizar o trabalho do produtor rural, muitas das vezes taxado como vilão da infração. Me disseram que foi divulgado pela Internet um comentário de um produtor que em uma reunião onde havia muitas críticas sobre o agronegócio ele assim  se manifestou: "PELO MENOS UMA VEZ NA VIDA VOCÊ PRECISA DE UM MÉDICO, DE UM ARQUITETO, DE UM ADVOGADO, ETC. MAS COM TODA CERTEZA PELO MENOS TRÊS VEZES AO DIA E DURANTE TODA A VIDA, VOCÊ PRECISA DE UM PRODUTOR RURAL".  Gostaria de saber o nome do autor desse comentário. Foi muito feliz e acho que já temos um texto para iniciar a campanha, lógico com autorização do seu autor.

Wagner Oliveira Souza - Santo Antônio de Pádua - RJ
DIVINO E. DA SILVA

RIO BONITO - RIO DE JANEIRO

EM 12/07/2013

NÃO, NÃO VAI FICAR RUIM O MERCADO TA FIRME E COM POUCA OFERTA.

ACHO QUE ESTE ANO O PREÇO DO LEITE REALMENTE DECOLOU.
WAGNER BESKOW

CRUZ ALTA - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO

EM 12/07/2013

CARLOS:



Gostei de teu estilo de análise e da forma como escreves. Não parece vir de um estudante de graduação.



Que sigas nesse rumo, vejo grande futuro a tua frente. Parabéns e sucesso, meu jovem!



Abraço,



Wagner Beskow
CINCINATO MENDES FERREIRA FILHO

MONTANHA - ESPÍRITO SANTO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 12/07/2013

Tudo que tá muito bom ta perto de ficar ruim......
JULIO NEVES

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/07/2013

Qual a influência para Minas Gerais da maior produção de leite no sul. Este excedente impacta em Minas?
ULISSES KOCK

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/07/2013

Seria interessante se mantessemos o volume e trabalharmos para diminuir o custo, assim, manteriamos o preco e aumentariamos o lucro.
BOLSONARO 2018

PRESIDENTE MÉDICI - RONDÔNIA

EM 10/07/2013

Só espero que não falte grãos no mercado, Para aproveitar-mos o melhor momento de dominar-mos o nosso mercado interno, pois com preços mais  baixos nos suplementos Proteicos, podemos investir mais e alcançar um bom resultado para esse segundo semestre de 2013

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