ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

O que esperar para esse final de ano e para 2012?

POR MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

E MARIA BEATRIZ TASSINARI ORTOLANI

PANORAMA DE MERCADO

EM 16/11/2011

4 MIN DE LEITURA

6
0
A chegada das chuvas no Centro-Oeste e no Sudeste é normalmente acompanhada por uma movimentação negativa dos preços ao produtor, que inclusive á começou a ocorrer em algumas regiões. Será que essa movimentação se justifica neste ano? Esse artigo analisará vários componentes dessa equação, além de discutir elementos para o ano de 2012.

A expectativa de aumento na oferta de leite nessa época é um fator que se justifica historicamente, e em 2011 não deve ser diferente: o final do ano deve acompanhar a expectativa do aumento da produção, como vem sendo observado pela média histórica, do IBGE (captação formal). O último trimestre (4T) tende a ser maior do que o terceiro trimestre (3T). Em 2010, por exemplo, o 4T foi maior que 3T em 8% e em 2009, o aumento foi de 12%, como pode ser observado no Gráfico 1. Nos últimos 13 anos, o aumento médio foi de 10,9%.

Gráfico 1. Histórico de captação de leite formal (mil Litros)



Mesmo considerando que a safra no Sul tenha sido menor do que o esperado e que em 2011 a oferta não deva mostrar nem de longe o vigor do último ano, os dados do CEPEA sugerem que a produção vem apresentando um sutil mas contínuo aumento nos últimos meses, e que os preços ao produtor têm se mantido firmes até setembro, estimulados pelos valores no atacado, apesar desse aumento na captação (Gráfico 2).

Gráfico 2. Captação vs Preço ao Produtor - 2011



A oferta interna vem sendo ampliada pelas importações, que tem sido um elemento importante na disponibilidade de leite no país. Nos últimos 3 meses (Gráfico 3), atingiram 347 milhões de litros em equivalente-leite, a maioria como queijos e leite em pó, aumentando a oferta desses produtos e fazendo com que muitas empresas direcionassem sua produção para o leite UHT, possivelmente elevando a oferta desse produto que estava com cotações atrativas para a indústria. Nessa situação, aumentou a oferta de leite UHT (e queijos também) no atacado, iniciando a queda de preços desses produtos no início de outubro.

Gráfico 3. Volume e valor das importações em 2011.



Apesar de algumas informações desencontradas de alguns agentes de mercado, tudo indica que os estoques de UHT têm aumentado, dando algum suporte para a redução nos valores do produto no atacado, que agora giram em torno de R$ 1,60/L a R$ 1,65/L, cerca de R$ 0,25 a 0,35 abaixo dos valores de 60 dias atrás (mercado de São Paulo).

No entanto, os valores ao consumidor pouco se alteraram no mercado de São Paulo. O gráfico 4 retrata o levantamento realizado pelo MilkPoint no varejo de Piracicaba, em início de novembro, mostrando consistência nos preços.

Gráfico 4. Variação dos preços e dias de fabricação do UHT no mercado de Piracicaba



O fato dos preços no atacado terem caído, mas não os preços no varejo, levam agentes do mercado a ponderar que o recente movimento de preços reflete uma estratégia do varejo para forçar a queda de preços no atacado e ampliar a margem de lucro uma vez que o reflexo de queda de preço nos produtos ainda não foi sentido nas prateleiras dos supermercados. A estratégia funcionaria da seguinte maneira: com o aumento dos preços ao consumidor, o consumo é afetado; esse fato, aliado ao aumento da oferta, reduzem o apetite de compras do varejo, o que pressiona a indústria a vender a preços mais baixos; o não repasse imediato ao consumidor não estimula o consumo e força baixas ainda mais altas no atacado, para então finalmente os preços serem repassados ao consumidor, estimulando algum aumento de consumo e reestabelecendo as margens, porém em preços mais reduzidos para a indústria (e para o produtor).

Para os últimos meses do ano de 2011, muito provavelmente, a queda de preços = ao consumidor coincidirá com a safra das regiões Sudeste e Centro-Oeste. A redução dos preços no leite spot, que precederam a redução ao produtor nas indústrias, é outro fator que pressiona as cotações para baixo. Porém, a magnitude desse "ajuste" não pode ser muito significativa por dois aspectos principais.

Primeiro, em 2012 o salário mínimo será reajustado para R$ 619,21, representando uma significativa elevação de 13,6%, que deverá manter o consumo das famílias em alta. Com o mínimo vindo a partir de janeiro, após um ano de oferta relativamente apertada, as empresas não poderão descuidar sob o risco de ficar "sem leite" em meados do ano.

Segundo, os custos estão elevados (gráfico 5). Tomando como base as estimativas de preços pagos ao produtor vs custo de produção de Minas Gerais estimados pelo MilkPoint a partir de dados da Embrapa Gado de Leite, é possível observar que o produtor veio obtendo margens interessantes frente a um histórico de muitas oscilações, mas os custos acompanharam de perto os preços. Ainda que o leite de pasto seja mais barato, a perspectiva para 2012 é continuarmos com insumos caros, de forma que a produção sofreria muito caso a redução fosse muito significativa.

Gráfico 5. Estimativa histórica de preços pagos ao produtor, custo de produção e margem de lucro em Minas Gerais.



Apesar de vários fatores poderem afetar a análise futura (como o comportamento das importações), o cenário mais provável é de um 2012 equilibrado. De um lado, um consumo elevado de lácteos, puxado pela economia interna. De outro, uma oferta que será maior do que em 2011, caso tenhamos uma estação produtiva mais favorável no Sul, o que é esperado. Nesse cenário, empresas e produtores devem estar atentos aos movimentos do mercado, uma vez que, quando há equilíbrio, a mudança em um dos fatores poderá desequilibrar o mercado, para cima ou para baixo.

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.

MARIA BEATRIZ TASSINARI ORTOLANI

Médica Veterinária (UEL), Mestre em Medicina Veterinária (UFV), e coordenadora de conteúdo e analista de mercado do MilkPoint.

6

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

MARIA BEATRIZ TASSINARI ORTOLANI

PIRACICABA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 29/11/2011

Prezado Gabriel,

A IN51 vem de encontro às necessidades de adequação do leite brasileiro a um cenário mundial de exigências e preocupação acentuada em segurança alimentar . A instrução tem o caráter muito mais "orientador" do que "punitivo". Certamente, o pagamento por qualidade é um incentivador e as empresas não tem muita escapatória, é uma forma de estimular os produtores a produzir leite com requisitos padrões de qualidade.

Atenciosamente,

Bia Ortolani
MERCE GREGÓRIO

UBERABA - MINAS GERAIS - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 29/11/2011

Bom dia!

A citação de vocês sobre ser o leite a pasto mais barato, me despertou a curiosidade em saber qual a diferença de valores entre leite a pasto e leite ao cocho...??

Ouvi outro dia de um produtor que a vaca de leite consome 60% do que ela produz. Mas, não sei para qual tipo de alimentação que a vaca recebe vale essa conta...



Onde posso encontrar dados oficiais que respondam essa minha pergunta? Estou preparando um texto sobre isso, mas não tenho dados oficiais destas contas...



Podem me ajudar?



Grata,

Merce Gregório, repórter.
GABRIEL RENÓ DE OLIVEIRA

VIÇOSA - MINAS GERAIS

EM 23/11/2011

Marcelo e Maria Beatriz parabens pelo artigo, pela analise do mercado a curto e médio prazo.


Tenho uma duvida com relação ao inicio do ano de 2012 quando a ultima etapa da IN 51 entra em vigor na regiões Sul e Sudeste. qual sera esse impacto na captação de leite e no preço pago ao produtor?


Muito obrigado,


Att,


Gabriel R. Oliveira


MOYSES BOSSI LIMA

CARLOS CHAGAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/11/2011

Marcelo e Maria Beatriz, parabéns pela análise. Aqui em Carlos Chagas temos um grupo de produtores que comercializa em bloco a produção de 15.000 litros/dia e em negociação feita semana passada tivemos queda de 3,33% no valor do leite produzido em novembro em relação a outubro e 5,7% no valor do leite produzido em dezembro em relação a novembro. Esperamos estabilidade em Janeiro e possível subida em fevereiro.

Análises como esta são muito importantes para nosso grupo pois temos como premissa básica negociar com antecedência o valor do leite a ser produzido nos 2 ou 3 meses de antecedência.



Muito obrigado e bom trabalho à todos!
DIEGO SILVEIRA MARTINS

SACRAMENTO - MINAS GERAIS - MERCADO DE LONGA VIDA

EM 18/11/2011

Parabéns Marcelo e Maria Beatriz pela analise, perfeita, agora cabe a nós da extensão passar aos produtores Mineiros para que se preparem para o mercado em si .


Atenciosamente:


Diego Silveira Martins
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/11/2011

Prezados Marcelo e Maria Beatriz: Parabéns pela análise. Entendo ter chegado a hora da profissionalização do produtor, que deve tentar obter uma produtividade alta e linear durante todo o ano, independentemente das estações climáticas. Destarte, com a mantença de altos patamares de produção durante todo o ano é possível que o mesmo, com boa dose de espírito negocial, possa firmar contratos de preço mínimo, que o tirarão desta eterna gangorra. Assim nós fizemos, a partir de 2005, e temos tido muito sucesso, com índices de pagamento em torno de R$ 0,90 (noventa centavos), em preços de hoje, pelo nosso leite - que se mantém estável em 2000 litros/dia - sendo desimportante se na seca ou nas águas, o que é muito além do normal das fazendas de leite de Minas Gerais.  É difícil? Sim, muito difícil chegar a estes pontos, mas, com trabalho, honestidade e profissionalismo, perfeitamente factível. O segredo é estar sempre acima das análises, ainda que tão bem feitas como a de vocês. Os "movimentos do mercado" devem, primeiro, acontecer dentro de nossas porteiras, com previsão, lisura de gastos e, principalmente, produção de qualidade. Assim, o ano vindouro sempre será tão bom ou, até melhor, quanto o passado.


Um abraço,


GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO


FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures