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Longa vida pode puxar recuperação do mercado

POR MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

E MARLIZI M. MORUZZI

PANORAMA DE MERCADO

EM 12/03/2009

7 MIN DE LEITURA

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Cinco meses já se passaram desde o primeiro e grande sinal de que uma nova crise econômica voltaria a atormentar o mercado mundial: o pedido de concordata do Lehman Brothers - quarto maior banco de investimentos dos Estados Unidos - em 15 de setembro de 2008. Desde então, o cenário tem sido marcado por notícias pessimistas, como demissões em massa, investimentos empresariais cancelados, queda de produção, desaceleração econômica, dificuldade de crédito e desconfiança crescente dos consumidores. Resta saber: todos os setores serão afetados? Há quem se sobressaia com a crise?

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou esta semana que o PIB brasileiro do quarto trimestre de 2008 teve retração de 3,6% (com ajuste sazonal) na comparação com o terceiro trimestre - a maior contração da série histórica iniciada em 1996, de acordo com o IBGE. Mas considerando a comparação com o quarto trimestre de 2007, o indicador teve alta de 1,3%, lembrando que no 4º trimestre de 2007 a economia brasileira ia bem, como o resto do mundo. Outro dado divulgado pelo órgão foi sobre o consumo das famílias brasileiras no 4º trimestre/08, que caiu 2% em relação aos três meses anteriores. Há 19 trimestres, o consumo doméstico só aumentava. E esse consumo, em sua maior parte, está ligado a bens duráveis, com maior dependência de crédito para aquisição.

A última edição da Revista Exame (11/03) traz exemplos de empresas e negócios que tiveram na crise oportunidades de crescimento, baseados principalmente nas mudanças de consumo da população e, é claro, considerando a dependência de seus negócios em relação ao mercado internacional. Nesse sentido, percebe-se que empresas de bens de consumo duráveis (automóveis, eletrodomésticos) são as que mais sentem os efeitos da crise, por terem seu crescimento ligado à dependência de crédito. Já as produtoras de alimentos, roupas e outros produtos de alta necessidade conseguem manter e até mesmo maximizar seu ganhos e investimentos. E aqui podemos voltar a análise ao nosso setor. Até que ponto essa crise pode afetar o setor lácteo brasileiro?

Como exemplos, a reportagem traz o desempenho de algumas empresas em janeiro/09 comparado a janeiro/08. Entre elas está a Danone, com crescimento de 26% em vendas. Outro destaque é a rede de supermercados Pão de Açúcar, com alta de 10% nas vendas. A Natura (maior empresa brasileira da área de cosméticos), espera crescer 18% em 2009. Do outro lado, estão as empresas mais ligadas ao mercado externo e, portanto, mais afetadas pela crise econômica. Montadoras de automóveis viram seu ritmo de crescimento cair nos últimos meses; a Fiat teve queda de 13,3% nas vendas de carros. A Mabe (fabricante de eletrodomésticos das marcas GE e Dako) teve suas vendas reduzidas em 18,7% comparadas a janeiro de 2008.

Nesse contexto, nota-se que produtos voltados à exportação (commodities) são os mais afetados pela crise de crédito, variação cambial e barreiras comerciais (medidas protecionistas, por exemplo). E aqui entra o mercado do leite em pó - atualmente o pivô das dificuldades no setor lácteo. Por ser um produto negociado no mercado internacional, sente diretamente qualquer mudança na economia do setor, refletindo nos preços internos e com efeitos na produção.

Impulsionadas pelos altos preços ofertados pelo produto - resultado da queda de estoques dos maiores produtores mundiais de leite em pó em 2007 - indústrias brasileiras passaram a produzir em maior escala o leite em pó, o qual é vendido principalmente à Venezuela, geralmente a preços acima dos praticados no mercado internacional, gerando inclusive um descolamento em relação aos preços de importação (notadamente a partir de maio/2008). Animadas com o crescimento do setor e acreditando em ganhos certos com as exportações, empresas que não atuavam na produção de leite em pó iniciaram investimentos em novas plantas, para fabricação do produto. Contudo, o cenário se inverteu. Com a queda na demanda internacional de leite em pó e consequente redução de preços, o produto passou a ser direcionado para o mercado interno, resultando em sobre-oferta e preços mais baixos, atingindo R$ 5,50 a R$ 6,00/kg nos patamares mais baixos. Desta forma, por mais que a crise não afete tanto o setor de alimentos, o leite em especial teve um problema específico de portfólio: muito pó, sem condição de ser exportado em grandes volumes, sendo comercializado no mercado interno.

Gráfico 1. Preços médios e volumes das exportações e importações de leite em pó (US$/ton).
 


De fato, o cenário tem sido muito ruim para o comércio de leite em pó. O mercado mundial passa por dificuldades de escoamento da produção. Dados do USDA mostram que os estoques de leite em pó desnatado, em 31 de janeiro/09, nos Estados Unidos, eram de mais de 92 milhões de quilos, 22,1% acima em relação ao mesmo período de 2008, e até 162,9% comparado aos estoques de dois anos atrás. Também em resposta às dificuldades de escoamento da produção, a União Europeia voltou a subsidiar a exportação de lácteos, o que gerou muitas críticas, de diversos países.

Ao que se sabe, através de fontes do setor, novos contratos de exportação não têm sido feitos, e nesses dois primeiros meses do ano, os volumes exportados são referentes a contratos fechados no final do ano, com a maior parte destinada à Venezuela. Nesse sentido, nos últimos meses de 2008, o produto que melhor respondeu no mercado interno foi o leite longa vida. No atacado, o preço do litro do produto gira em torno de R$ 1,35 a R$ 1,45, com demanda pelo varejo e, portanto, sem estoques. Em uma fase ruim para o leite em pó e com melhoras no segmento do UHT, grandes empresas estão desviando parte considerável de seu volume captado de leite para produção do longa vida. Segundo agentes do setor, o varejo tem demandado o produto (que chegou a faltar em alguns pontos) e a tendência é de aumento do consumo, devido ao início do período escolar.

Nesta semana, a notícia da Nestlé entrando no mercado de leite longa vida trouxe otimismo ao setor. A empresa, que não atuava neste segmento, anunciou o projeto de R$ 100 milhões para produção da sua linha de leites longa vida premium, que estará no mercado a partir de abril. Isso pode ser um grande sinal de que há espaço para o segmento crescer, impulsionado principalmente pelo rigor quanto à qualidade dos produtos fabricados e investimentos maciços em marketing. A Itambé, outro peso-pesado que há anos havia reduzido em muito sua produção de leite UHT, anunciou investimentos no segmento.

A pergunta é o que esperar para frente, lembrando que continuamos sem conhecer ainda variáveis importantes, como a extensão da crise, que afeta a demanda.

Um aspecto que pode sinalizar mudança vem do mercado internacional. No último leilão da Fonterra, o preço médio alcançado para todos os produtos e períodos contratuais para o leite em pó foi de US$ 2.158/ton (antes do embarque), valor 16,6% superior ao do leilão anterior. Também, uma tendência de recuperação nos valores dos contratos futuros de leite classe III nos Estados Unidos começa ser vista a partir de março/abril, estendendo-se até novembro. No Oeste da Europa e na Oceania, os preços de exportação do leite em pó pararam de cair e já mostram leves reajustes. O baque de preços afetou os principais países produtores e o crescimento da oferta será menor. Os preços no mercado futuro dos EUA também sinalizam recuperação.

No mercado interno, alguns reajustes de preços ao produtor estão ocorrendo, na casa de 2 a 3 centavos por litro. Há quem acredite que há espaço para alta de 10 a 12 centavos até meados do ano. A oferta interna de leite será fator de peso na recuperação de preços, principalmente se a dificuldade de exportação se mantiver ainda por algum tempo. Mas como mostrado pelo Índice de Captação de Leite do Cepea-USP, o volume de captação tem caído mês a mês, comparado ao mesmo período de 2008.

Gráfico 2. Variação da captação em relação ao mesmo mês do ano anterior (%).
 


A extensão da recuperação dos preços depende em parte da quantidade e da origem do leite importado. Se a oferta continuar se retraindo e a demanda não for tão afetada, as importações do Mercosul aumentarão nos próximos meses. Se esse leite não for suficiente, sendo necessário importar de fora do bloco, pagando 27% de tarifa e, em alguns casos, tarifa-antidumping, o que se verá é uma maior procura por leite e elevação dos preços, que ficarão descolados do mercado internacional.

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.

MARLIZI M. MORUZZI

Médica Veterinária pela FCAV/UNESP-Jaboticabal.

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ELIO GONÇALVES CARNEIRO

PORTO ESPERIDIÃO - MATO GROSSO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 14/04/2009

Caros colegas, o leite sempre foi e sempre será um produto desqualificado enquanto o produtor nao produzir um produto com mais qualidade e vender suas marcas. Nao entendo como a maior classe do país vive as margens da economia, somos tratado com total desprezo pelos governantes. Vamos pensar melhor, a uniao dos produtores.
LEONARDO RIBEIRO BORGES

OUTRO - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 02/04/2009

Espero que seja verdade, pois em Minas Gerais vários laticínios de leite UHT estão fechando as portas! Nilza e Copapi, de Itapagipe, encerraram a produção de UHT. Minha esperança é que o cenário mude para o bem de todos nós!
MAURICIO OTTONI DA SILVEIRA

NANUQUE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/04/2009

Bom dia, muito bom o artigo e muito enrriquecido pelas pessoas que o comentaram; assusta-me a margem que os vendedores finais do leite(supermercados,etc) utilizam, se esta fosse menor poderia estimular o consumo e beneficiaria a cadeia toda. Concordo com o senhor Richard James em relação à propaganda, não só atletas mas todos nós em todas as idades devemos consumir leite pela sua excelência O doutor Edson Credidio expressa com excelência o que é o leite em seu livro (Leite O elixir da vida) de leitura muito importante para todos que estão envolvidos nesse seguimento, e de enorme importância a politicos que possuem no leite uma enorme ferramenta contra a fome e desnutrição, que deveria ser mais utilizado em escolas e em outros segmentos. Eu acredito no leite!
PEDRO CARNEIRO FURTADO

MOCOCA - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 31/03/2009

Eu terei de discordar dos colegas, pois o leite longa vida, de fato, traz prejuízos aos produtores de leite, pois encharcam o mercado com um produto que não é leite de verdade, a um preço que os laticínios menores não podem concorrer, levando a queda nos preços.
Contudo, quem deveria tomar providências seria o governo, fiscalizando a qualidade deste leite, a população está sendo enganada, mas o governo não se interessa em manter altos os preços desse produto por ser um produto consumido pelas grandes massas.

Se ao menos existissem programas eficientes e eficazes de suporte técnico ao produtor, mas não, o produtor não é levado em consideração, e então vemos a situação em que se encontram. Basta o preço do leite aumentar um pouco para o mercado, a médio prazo, ser encharcado, e então os preços despencarem. Quanto melhor a reação do preço, pior fica depois.

Enquanto o leite longa vida não for desmascarado, houver campanhas de incentivo ao consumo, levando informações ao consumidor para estimular o consumo de leite e derivados, como as bebidas lácteas que vêm ganhando mercado, e o produtor continue a ser ignorado, é provavel que continuemos a postar estes comentários indignados.
THIAGO ALVES DE OLIVEIRA

REGISTRO - SÃO PAULO - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 31/03/2009

Bom dia, enquanto estava na universidade cursando zootecnia o professor de gado de leite nos deu artigos sobre mercado para lermos, no início de 2007, escritos por consultorias famosas e por analistas de mercado, alguns do Marcelo Pereira de Carvalho, escritor desse artigo. Esses artigos, claro, sem prever a crise economica, diziam que haveria uma tendencia de sobra de leite no mercado, descrevia a falta de merketing e dava como exemplo o marketing feito nos EUA, com atores bebendo leite e ficando com "bigodinho" de leite. Um artigo falava também do baixo consumo de leite do brasileiro e da falta de tradição em beber leite no Brasil.

Diante disso tenho duas perguntas. Após a crise, sobrará ou faltará leite no mercado? Se algumas grandes indústrias estão investindono longa vida, não pode acontecer o mesmo que aconteceu com o leite em pó? Onde muitos viram oportunidades por bom preço e acabaram por aumentar demais a oferta?

<b>Resposta do autor:</b>

Olá Thiago,

Obrigado pela sua participação. Vamos por partes:

A crise reduz a demanda e se vai sobrar ou faltar leite vai ser função da oferta de leite. Essa oferta de leite é resultado da produção, da importação e da exportação, esta última reduzindo a disponibilidade de leite internamente.

É difícil ainda saber ao certo o que ocorrerá, principalmente porque não sabemos se a crise irá se agravar. Hoje, o que se pode dizer é que o mercado tende a uma leve recuperação, principalmente com a entrada da estação seca no sudeste e centro oeste.

Em relação aos investimentos em longa vida, sim, acredito que se muitas empresas desviarem a produção para esse mercado, poderá haver excesso principalmente quando a produção voltar a subir. As grandes empresas, com portfólio diversificado, ficam em uma boa posição nesse sentido, porque podem direcionar a produção para pó ou longa vida (às vezes também queijo), ficando menos expostas às situações de momento, de um determinado produto.

Abs

Marcelo
MARIUS CORNÉLIS BRONKHORST

ARAPOTI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 31/03/2009

Não resisti em opinar sobre a questão. Após tres dias num Simpósio, chegei a uma triste e lamentavel conclusão. O produtor tem a obrigação de produzir a um preço que nem sempre lhe é benéfico, sua vida socio-economica-social não é levada em conta.
Fala-se em qualidade sobre qualquer aspecto, digo, é responzabilidade nossa, mas até onde a industria tem responsabilidade? Na hora do transporte tudo vai no mesmo tanque, é dificil e desestimulante para o produtor, mesmo sendo pago por qualidade, não é estimulo para ele.

Mas a industria não é capaz de negar este produto, sob uma unica questão: se eu não pegar, meu concorrente pega. Cadê a união das indústrias para melhorar a imagem do leite? Este são os dois pontos mais abordados pelas industrias no simposio. Mas o ponto mais importante da cadeia nem se quer foi abordado, Sanidade, e como as indústrias ocultam este problema seríssimo no nosso Brasil a fora: simples leite longa vida.

Alem de ser de fontes duvidosa, a industria transforma este produto de longa duração atraves de esterelização, etc, mas não elimina para melhorar a cadeia como um todo. Estou generalizando de uma certa forma, mas é triste o que acontece. Quando a industria vai tomar a posição dela e ficar ao lado do produtor, independete do volume, mas sim de qualidade e Sanidade? E a partir deste momento tambem na industria serão eliminados os desonestos e os corruptos, o mercado os excluirão, tanto como o produtor desonesto e não cumprimento da legislação em vigor para todos. A embalagem do UHT custa ao produtor hoje R$0,58/litro.
ROSÂNGELA SOARES WILLRICH

BAGÉ - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/03/2009

Concordo em gênero, número e grau com Guilherme Franco, que produz a mais de 50 anos. Eu trabalho com leite há quase 20 anos e sempre ouço a mesma conversa (inclusive a nossa, dos produtores).
LAÉRCIO BARBOSA

PATROCÍNIO PAULISTA - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 24/03/2009

O artigo é bem objetivo ao analisar o momento do mercado. De fato, dos 3 principais produtos lácteos do país, leite em pó, queijos e leite longa vida, o único que se encontra com mercado e preços firmes é o longa vida.

Concordo plenamente que o produto pode sim sustentar o início da recuperação de mercado, principalmente com o início da entressafra e com a crescente demanda por alimentos básicos, categoria onde o leite longa vida é um dos principais expoentes.

Mas, lendo algumas manifestações de leitores, não concordo e também não consigo entender o injusto preconceito que existe no país contra o leite longa vida. O produto é muitas vezes visto como o grande vilão da cadeia láctea. Como na música de Chico Buarque, o leite longa vida é a "Geni" dos produtos lácteos:

-Problemas de qualidade no setor?... joga pedra no longa vida;
-Queda nos preços ao produtor?... joga pedra no longa vida;
-Importações excessivas?... joga pedra no longa vida;
-Desequilíbrio de mercado?... joga pedra no longa vida.

Fazendo ainda uma comparação com o futebol, como gosta o nosso presidente, enquanto as torcidas ficam brigando entre si, quem perde é o esporte como um todo, que acaba perdendo público e audiencia.

O leite longa vida somente atingiu o grande espaço de mercado que ocupa não por imposição da indústria ou do fabricante de embalagens, mas pela preferencia do consumidor, que vê no produto qualidade e praticidade. Esse é o fato.

Não podemos pensar em um mercado lácteo forte dividido em produtos de primeira classe e produtos de segunda classe. O ataque ou a crítica a qualquer produto lácteo, vindo do próprio setor, é um verdadeiro "tiro pela culatra", pois provoca desconfiança no consumidor, que acaba em queda de consumo ou mudança de categoria.

Assim, haja dinheiro pra campanha de marketing!

Laércio Barbosa
Industria de Laticínios - Patrocínio Paulista - SP
(produtor de leite longa vida, leite pasteurizado, queijos, manteiga, etc...)
ALICE SEHNEM BURG

BLUMENAU - SANTA CATARINA - ESTUDANTE

EM 21/03/2009

Concordo com os colegas. A realização de uma propaganda massificada incetivando o consumo do leite irá resolver ou pelo menos amenizar a o descaso que se encontra a atividade leiteira no Brasil.
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/03/2009

Prezados Marcelo e Marlizi: Não preciso dizer da excelência deste novo artigo. Esta prática é corriqueira para vocês.

Com relação à capacidade do leite longa vida em ampliar a receita advinda do leite "in natura", entendo que esta é muito relativa. Primeiro, porque a grande maioria dos laticínios brasileiros são de pequeno porte e não reúnem tecnologia suficiente para produção deste tipo de produto. Segundo, porque o consumo de lácteos, no Brasil, infelizmente, não leva em consideração a qualidade do produto, mas sim, seu preço, eis que a população de renda baixa não pode pagar mais pelo produto (apesar de não reclamar sobre o valor da cerveja, do cigarro, da cachaça).

Terceiro, porque muito poucas pessoas sabem, com certeza, quais as diferenças entre o produto longa vida e o popular "leite de saquinho", a ponto de preferir aquele sobre este. Quarto, porque, como bem lembrou o Richard James, falta uma propaganda de massa do nosso produto, principalmente nos horários mais nobres, onde, há anos, não se fala em leite (a Parmalat e seus bichinhos já estão adultos). Mas não concordo que a iniciativa tenha que vir do Governo Federal: ela é obrigação nossa, os produtores, e dos nossos clientes, os laticínios. Afinal, como disse o grande estadista, Lula, se o preço do leite aumentar, o bolsa família pode perder seus objetivos, já que a população eleitoreira atingida não se alimentará com os valores destinados pelo programa e a eleição de seu sucessor estará prejudicada (esse é o nosso País).

E o Homilton esqueceu-se de dizer que é possível vender "leite" neste preço, porque as sodas cáusticas, as águas oxigenadas e outros aditivos (inclusive soro), continuam a ser adicionados ao produto, para permitir menor preço. A população não sabe o que é leite, pois o que consome, nem de longe se assemelha ao que sai das tetas de nossas vacas e, o que é mais revoltante, paga por ele muito mais do que nós recebemos. Afinal, a Instrução Normativa 51 só tem atrapalhado a vida do produtor, mas não a dos laticínios e de outras parcelas do meio. Quanto ao "dumping" alertado pelo Elvis, isto é fruto da bandalheira que existe no mercado, que ora alerta para o excesso do produto no mercado, ora preconiza sua falta. Quando nossa fatura de pagamento chega, no entanto, o preço está baixo porque o "mercado está sempre em excesso". E o produtor nem dorme mais com todo este barulho, com as contas vermelhas e a espada da inviabilidade sempre constante em sua propriedade.

Mas, vamos continuar a tocar este carro de bois, rangendo nosso desespero cotidiano, como se nada estivesse acontecendo. Afinal, todo ano é a mesma coisa. Um abraço a todos.

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
Fazenda Sesmaria - Olaria - MG
(Mais de cinquenta anos produzindo leite)
DAVID CHIARAPA

PROMISSÃO - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 20/03/2009

Por mais que eu seja otimista, e o sou, não acredito que o leite longa vida vai puxar o preço do leite in natura. Trata-se de qualidade e na sua essência vai levar um tempo muito grande para que isto aconteça. Concordo com um outro colega que fez comentários excelentes com as possíveis campanhas que o governo poderia fazer sobre o consumo do leite. Você liga a tv e pode ver cerveja, cigarro e outras banalidades, então porque o governo não faz campanhas com o leite? Pode apostar que aí eu acredito em aumento de consumo. O nosso governo precisa acordar antes que matem nossos produtores, e de um produto extremamente saudável e abençoado por Deus!

David Chiarapa - Promilat
RICHARD JAMES WALTER ROBERTSON

RIO VERDE DE MATO GROSSO - MATO GROSSO DO SUL

EM 17/03/2009

Sinceramente, torço para que se ampliem campanhas de aumento de consumo como as da Láctea Brasil. Não me importo de pagar um pouco por esta campanha, desde que a mesma atinja um grande número de consumidores, através de diversos mecanismos de mídia (TV, Revistas de esportes radicais e outros). É importante também esclarecer o consumidor sobre o que é leite de verdade e o que não é. Estas campanhas têm de ser constantes como as de cervejas e refrigerantes.

Importante a união de setores afins como o de alimentos, que favorecem o consumo de leite (achocolatados, biscoitos, cereais) nesta grande campanha. Vamos nos lembrar que é comum nos filmes americanos adultos e jovens tomarem leite puro com sanduíches. Os americanos compram embalagens de um galão (aprox. 3,7 litros) de leite pasteurizado, que resiste até 14 dias na geladeira. Aqui no Brasil, existe uma cultura ridícula, onde homem que é homem bebe cerveja (???). Isto tem que mudar.

Pergunto-me: Como é que tem tanta campanha de cerveja e refrigerante para os esportes e nada de leite? Não seria a hora de o leite ser divulgado de novo como a bebida mais completa e recomendada para nossos atletas? Tenho a certeza de que muitos deles doariam seus cachês por esta nobre causa.

Não sou o primeiro nem serei o último a lembrar da importância dessas campanhas, mas se continuarem guardadas na gaveta, só irão servir para as traças e para as baratas...
BEATRIZ TATIANA QUIRINO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 15/03/2009

Bom dia, caros colegas. Eu concordo plenamente com o Sr. Elvis Luís Basso, e batendo na mesma tecla, enquanto não tivermos o apoio e valorização do governo do nosso produto, pouca coisa vai mudar. "Importar leite não´´.
HOMILTON NARCIZO DA SILVA

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/03/2009

Ate hoje eu não entendo as indústrias alegarem que o baixo consumo de leite infuencia na desova dos estoques que sempre estão altos. Com todo produtor que converso, sua produção esta caindo, e mesmo assim, antes da quebra de produção, porque as industrias não colocam leite com preços proporcionais ao pago ao produtor a tempos atras. Sempre que vou ao super mercado a primeira visita que faço é na prateleira dos leites, e vejo hoje que o leite está mais caro hoje comparado ao preço quando recebemos até R$ 0,90 litro, e isto tem jeito, pois em um super mercado aqui em Goiania, fizeram uma promoção à R$ 0,99 e foi preciso criar uma fila especial para o leite que virou quarteirão fora do estabelimento.
Então temos saidas, e só querer.

Homilton
ANTONIO BARÃO

SANTARÉM - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/03/2009

Bom dia,
Na Europa, concretamente em Portugal, continua a maior crise do setor leiteiro. A industria já anunciou mais uma baixa, de 4 centimos de euro, a partir do inicio de Abril.
RENATO CALIXTO SALIBA

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/03/2009

Estou apostando que antes do final do primeiro semestre vai faltar leite. Com a crise, os especuladores saíram do mercado, muitos se precipitaram e secaram suas vacas ou abateram, não tenho a menor dúvida que o preço do leite terá um bom aumento. Esse excesso terminará logo. E digo mais, se tiver uma fiscalização séria, que não tem, o mercado se enxugará mais rápido ainda. Só para se ter uma ideia, essa semana num grande mercado em Brasília vi leite UHT a R$ 1,19 o litro. Com certeza isso não é leite. A crise vai se tornar um bom negócio para o Brasil. Podem acreditar.
VARLON SANTOS PORTO

CARIACICA - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/03/2009

Em um cenário pessimista, artigo como este faz a gente respirar um pouco mais aliviado. É isso que a gente quer, otimismo, ainda que com a pulga atrás da orelha.
ALEX M. M. SÁ ANDRADE

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS

EM 12/03/2009

Boa noite,
A Nestlé vai entrar no mercado de leite uht sim, mas com o leite premium, ou seja, vai explorar um mercado aberto. Não vai entrar o mercado de leite integral ou desnatado.
ELVIS LUÍS BASSO

PEJUÇARA - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 12/03/2009

Gostaria de comentar o que vem acontecendo no Sul do país, onde a Argentina - com toda a seca que vem prejudicando aquele país e a morte de milhares de animais - aumentou a exportação para o Brasil. Podemos observar que esse leite não é Argentino, mas vem de países que usam de subsídios e assim através do Mercosul vendem leite para nós. Precisamos de um governo que defenda os nossos produtores com medidas antidumping.
SILAS FERNANDES

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/03/2009

No meio dessa crise a Danone aumentou as vendas em janeiro /09 em 26% comparado a janeiro /08. Amazing!

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