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GDT: preços internacionais sofrem novas altas

POR TIAGO DA CUNHA FARIA

PANORAMA DE MERCADO

EM 18/01/2022

4 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 19/01/2022

O Global Dairy Trade (GDT) alcançou seu trecentésimo evento hoje (18/01) com novas altas em seus valores médios. Após os preços apresentarem um leve aumento de +0,3% no evento 299, os resultados das negociações do evento 300 da plataforma Global Dairy Trade (GDT) sofreram aumento significativo nos valores dos lácteos: +4,6% em relação ao último evento, com o preço médio fechando em US$ 4.463/tonelada.

Os valores do GDT Price Index está próximo de alcançar seus maiores valores desde 2014. Confira no Gráfico 1, a evolução de preços médios praticados nos leilões e suas variações.

No evento desta terça-feira (18), não ocorreram grandes variações com relação aos volumes negociados. Foram negociadas 30.644 toneladas de lácteos, volume 0,13% menor em relação ao último leilão. Confira no gráfico 2 a evolução dos volumes negociados historicamente no leilão.

Todos os produtos apresentaram variações positivas neste segundo leilão de 2022, sendo que as variações mais expressivas foram do leite em pó integral (+5,6%), do leite em pó desnatado (+5,0%, fechando em US$ 3.963/ton) e da manteiga (+5,0%, fechando em U$ 6.158/ton).

Após se manter estável no último leilão, o leite em pó integral voltou a ter variação positiva, e seus valores médios atingiram novamente valores acima dos U$ 4.000/ton, fechando em U$ 4.082/ton.

Confira na Tabela 1 o preço médio dos derivados após a finalização do evento e a variação em relação ao evento anterior.

O recuo observado no último leilão de fato se mostrou como sendo algo pontual, não se mantendo na edição atual. A situação de oferta e demanda ao redor do mundo segue apertada, o que refletiu nas variações positivas do leilão 300 do GDT.

Grandes países produtores vêm tendo uma produção aquém do esperado e abaixo dos anos anteriores; a União Europeia apresentou uma produção de praticamente todos os principais derivados lácteos em 2021 menor em relação a 2020, sendo o produto mais afetado no acumulado de janeiro a outubro o leite em pó integral, com uma produção 10,5% menor.

Ainda seguindo esse cenário de menor oferta de leite, no segundo semestre de 2021 (Jun/Nov) a Nova Zelândia, principal exportadora de lácteos global, apresentou uma produção 2,9% menor em relação ao ano de 2020; e esse cenário vem se mantendo no início de 2022, com o país sentindo os efeitos do La Niña e sofrendo com problemas climáticos, como a falta de chuvas, bem como observados no sul do Brasil.

As atuais condições de seca da Nova Zelândia em toda a Ilha do Norte parecem fazer com que a produção de leite do país diminua ainda mais, com alguns produtores já lidando com condições extremamente secas na região de Waikato; a cidade de Hamilton apresentou as chuvas nos últimos dias muito abaixo da média histórica.

A região não apresentou chuvas nos últimos 9 dias, e o acumulado para o mês de janeiro foi de 0,6 mm, uma redução de aproximadamente 98,7% em relação a média parcial contando os 18 dias do mês.  Um comparativo do acumulado de chuvas até o momento (18/01)  com o histórico da região pode ser observado no gráfico a seguir.

Por outro lado, a China, grande compradora de lácteos, segue a tendência histórica que já apresenta há um tempo, e vem ampliando o volume importado neste início de ano.  Este cenário de menor oferta e demanda aquecida refletiu nos resultados observados no evento 300 do GDT.

Em relação aos contratos futuros de leite em pó integral no GDT e na Bolsa de Futuros da Nova Zelândia (NZX Futures), os preços seguem firmes para os próximos 4 meses, e segundo as previsões, tendem a se manter acima de U$ 4.000/ton, conforme podemos observar no gráfico abaixo.


 

E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?

Para entendermos o impacto das negociações do evento GDT no mercado nacional, podemos considerar o câmbio desta terça-feira (18/01/2022) — R$ 5,52 — e o valor do leite em pó integral internacional (US$ 4.082/tonelada), para chegarmos ao preço equivalente de um leite importado colocado no Brasil, que seria de R$ 2,75/litro.

Esse valor está bem acima se comparado com o leite pago ao produtor no mês de dezembro – fechado na média de R$ 2,12/litro (CEPEA/ESALQ) –  além de ser também um valor superior se comparado ao preço do leite spot da segunda quinzena de janeiro (R$ 2,08/litro – média Brasil).

Sendo assim, o cenário é o mesmo das últimas semanas. A dinâmica é desfavorável para importações de leite em pó e a janela de exportações para os lácteos brasileiros se mantém (já existem relatos por parte de indústrias no aumento em seus volumes para exportações).

Esse cenário já está sendo observado no saldo da balança comercial, visto que em janeiro, considerando-se as médias diárias, ocorreu uma redução expressiva nas importações e um aumento do volume exportado.

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JOEL ELEOTERIO SILVA JR.

SÃO PAULO - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 20/01/2022

Bom dia.
em síntese, é correto afirmar que teremos um Q1 22 de com pouca disponibilidade de derivados lacteos e preços inflacionados no mercado interno?
TIAGO DA CUNHA FARIA

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SÃO PAULO

EM 20/01/2022

Bom dia, Joel! Além dos preços internacionais elevados, existem outros fatores que tendem a promover uma menor disponibilidade de leite no mercado interno, como por exemplo uma menor rentabilidade, reflexo de elevados custos de produção; e problemas climáticos, como a seca no sul do Brasil e as chuvas no sudeste do país, afetando a produção e escoamento da cadeia produtiva do leite. Dessa maneira, o que deve se observar para esse período é uma menor disponibilidade de leite no mercado. Com menos leite disponível, possíveis estímulos de demanda devem ser acompanhados, sim, de elevação nos preços praticados.
ANTONIO BRAGAGNOLO JUNIOR

BARRACÃO - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/01/2022

Realmente a dinâmica seria essa. O que de fato ocorre, são empresas comprando do produtor e pagando pouco, visto a capacidade de estoque/processamento dos produtores ser baixa, e os compradores vindo a campo fazer "propaganda" que o preço ainda poderá cair.....
ÉRICA OLIVEIRA

GARANHUNS - PERNAMBUCO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 20/01/2022

É importa destacar que a principal origem, das nossas importações de lácteos, são oriundas do Mercosul. Argentina e Uruguai, tradicionalmente representam mais de 80% dos LPs e queijos que importamos.
Apesar da EU, dos EUA e NZ terem os preços, anualizados, ao produtor próximo dos 45 cents de dólar por litro, nossos vizinhos fecharam 2021, ao redor dos 35 cents.
Outro fator indispensável é comparar o preço de paridade de importação (PPI) do GDT com os do Mercosul. As cotações do GDT, na maioria das vezes, não refletem os reais custos totais da internalização dos lácteos em nosso mercado. Além, dos custos logísticos diferentes, os preços de LPI, por exemplo, dos nossos vizinhos são historicamente inferiores aos valores da NZ.
Possivelmente, as anomalias negativas de precipitação no Sul do Brasil, no URU e parte da ARG, aliados a combinação de elevado custo de produção de leite e a sazonalidade brasileira trarão maior impacto a oferta e ao cenário de preços do que o efeito das cotações do GDT.
Grande abraço e parabéns pela matéria Tiago.
TIAGO DA CUNHA FARIA

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SÃO PAULO

EM 20/01/2022

Olá, Érica! Obrigado pela análise!
ELISEU NARDINO

MARIPÁ - PARANÁ

EM 18/01/2022

E o que isso reflete no campo?
Nada, simplesmente nada,
TIAGO DA CUNHA FARIA

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SÃO PAULO

EM 19/01/2022

Olá, Eliseu! Obrigado pelo comentário. A dinâmica de preços internacionais irá impactar indiretamente na conjuntura dos preços pagos ao produtor, no mercado nacional. Se o cenário é desfavorável para importação e favorável para exportação isso significa que, a tendência é "sair" mais leite, do que "entrar" no país, afetando assim a disponibilidade de leite no mercado nacional, ou seja, a oferta. Logo, menos leite no mercado reflete em preços maiores negociados.
EM RESPOSTA A TIAGO DA CUNHA FARIA
ELISEU NARDINO

MARIPÁ - PARANÁ

EM 20/01/2022

Bom dia, a indústria vai aproveitar um pouco essa onda para melhorar o seu caixa, após isso é que irão pensar um pouco no produtor e no transportador

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