A recuperação de florestas dentro de propriedades rurais privadas localizadas na Mata Atlântica pode dar uma contribuição valiosa para o cumprimento da agenda ambiental brasileira: considerado-se as áreas de preservação permanente e de reserva legal, a extensão a ser restaurada pode chegar a 3 milhões de hectares, ou 25% da meta de 12 milhões de hectares a serem reflorestados até 2030 anunciada pelo governo no Acordo do Clima de Paris. Isso só na Mata Atlântica.
A estimativa faz parte de uma parceria inédita entre o Serviço Florestal Brasileiro e a SOS Mata Atlântica, que permitiu um esboço inicial do potencial de restauração a partir do cruzamento de dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) - e os mapas de remanescentes florestais do bioma feitos todos os anos pela entidade ambiental.
Segundo o estudo, quatro dos 17 Estados brasileiros cobertos de forma integral ou parcial pelo bioma poderiam ser responsáveis pela maior parte do cumprimento da meta federal de restauração - Minas Gerais (com quase 1 milhão de hectares), Paraná (700 mil), Rio Grande do Sul (367 mil) e Santa Catarina (294 mil). No total, esses quatro Estados perfazeriam 19,4% da meta. Mas ainda são estimativas iniciais. "Estamos sendo conservadores. A área a ser restaurada pode ser maior, mas só vamos ter certeza à medida em que os cadastros forem sendo validados nos respectivos Estados", afirma Márcia Hirota, diretora-executiva da SOS Mata Atlântica.
Obrigatório a todos os donos de terra no país, o CAR é um "raio X" em que o produtor insere em uma plataforma do governo as imagens com coordenadas geográficas da propriedade e suas características, como área rural consolidada e presença de rios, florestas, estradas e instalações. A ferramenta é um avanço nos esforços de gestão territorial, uma vez que associa o cadastro à regularização ambiental.
Os dados que já constam no Sicar, o sistema federal que administra o CAR, apontam a necessidade de restauração de 385 mil hectares em áreas de preservação permanente, como margens de cursos d'água e topos de montanhas. O total de Reserva Legal nos Estados mapeados, por sua vez, é de 8 milhões de hectares, com médias que vão de 40 a 4 hectares por propriedade rural.
Como são documentos declaratórios, necessitam de validação das informações para remover eventuais erros cadastrais, como a sobreposição geográfica dos lotes. Após a validação, os proprietários deverão fazer a regularização, conforme o Programa de Regulamentação Estadual (PRA). Elaborado pelos Estados, ele determina as especificidades e prioridades de restauração.
Além da contribuição ao cumprimento da meta brasileira no compromisso climático internacional, a restauração traz outros benefícios mapeados pelo estudo e relacionados ao impacto na saúde pública. Extrapolando para toda a Mata Atlântica um projeto-piloto realizado pelo Lepac (Laboratório de Ecologia da Paisagem e Conservação), da USP, o retorno da vegetação nativa à paisagem reduziu de 50% a 100% a incidência nas regiões amostradas de dois roedores transmissores do hantavírus, causador de doenças respiratórias, realçou Aldem Bourscheit, consultor que trabalhou na elaboração do estudo.
As informações são do jornal Valor Econômico.
Vantagens da recuperação florestal no cumprimento da agenda ambiental
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