USDEC diz que previsão de aumento de 50% na produção de leite da Irlanda é "muito otimista"

A previsão de aumento na produção de leite na Irlanda após o fim das cotas de produção é "muito otimista", disse o Conselho de Exportações de Lácteos dos Estados Unidos (USDEC). O vice-presidente para pesquisa de mercado e análise do USDEC, Ross Christieson, disse que a meta de produção da Irlanda é um exemplo de como os políticos podem falar em números otimistas quando estão passando por períodos bons.[...]

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A previsão de aumento na produção de leite na Irlanda após o fim das cotas de produção é “muito otimista”, disse o Conselho de Exportações de Lácteos dos Estados Unidos (USDEC). O vice-presidente para pesquisa de mercado e análise do USDEC, Ross Christieson, disse que a meta de produção da Irlanda é um exemplo de como os políticos podem aumentar os números em períodos bons.

As cotas de leite da União Europeia (UE), introduzidas como medida temporária em 1984 para resolver a questão do excesso de produção de leite, expiraram no mês passado. A produção de leite na Irlanda pós-cota foi prevista para aumentar em 50% até 2020 – um dado repetidamente usado pelo Ministro da Agricultura, Alimentos e Marinha da Irlanda, Simon Coveney.

Os dados apresentados pelo USDEC no relatório, “União Europeia: O impacto da remoção das cotas de produção de leite em 2015” não condizem com essa previsão, disse Christieson.

“A Irlanda produzirá muito mais leite, mas a meta de 50% é um pouco arbitrária. Talvez seja um bom motivador, mas é uma afirmação incerta. Colocar a previsão de volume sem considerar a volatilidade é uma coisa perigosa”. Ele disse que colocar o peso em produzir mais leite envia sinais errados. “Eles deveriam buscar lucratividade ao invés de volume”.

O sistema de cotas de produção de leite da UE expirou em 31 de março – dia final da safra de 2014/15.

O USDEC espera que a Irlanda fique entre os “seis países vencedores” da abolição da cota, junto com Alemanha, Polônia, Dinamarca e Holanda. A previsão de aumento de 50% na produção da Irlanda, entretanto, é “muito otimista”. Diante da contínua volatilidade no preço do leite, a produção irlandesa aumenta em 30% (4,6% anualmente) no máximo até 2020, acredita o USDEC.

O Ministério de Agricultura, Alimentos e Marinha da Irlanda disse que todos os membros da indústria que estão por trás da meta de 50% estão totalmente cientes dos desafios. “Gerenciar a expansão contra um cenário de volatilidade de preços é um desafio significativo, é claro, que os principais membros estavam bastante cientes quando as metas foram estabelecidas. O desenvolvimento de ferramentas que possam mitigar os piores efeitos da volatilidade é o principal foco para o desenvolvimento estratégico do setor”.

“No final das contas, é claro, a expansão é uma questão para operadores comerciais e um investimento significante por parte de importantes membros das plantas de processamento, em pesquisa e capacidade de inovação, bem como a positividade dos produtores são indicadores poderosos da confiança no futuro de um setor que pode operar competitivamente em mercados globais”, disse o Ministério.

A Ornua, cooperativa de lácteos irlandesa anteriormente conhecida como Irish Dairy Board, considera a meta como “alcançável”. A produção já está quase 15% maior do que a base de referência Food Harvest 2020 (guia do Ministério da Agricultura, Alimentos e Marinha) e provavelmente crescerá cerca de 10% em 2015, disse a chefe de comunicações corporativas da Ornua, Jeanne Kelly.

A pesquisa de intenção de produção com produtores sugere um crescimento de 5% ao ano entre 2016 e 2020, disse ela. “É alcançável. Estamos confiantes que alcançaremos a marca de 50%. Infelizmente os menores preços afetam a produção, mas estamos confiantes de que em médio e longo prazo, a demanda por lácteos crescerá”.

Embora conteste a precisão da previsão de 50%, Christieson desejou sorte à Irlanda em seus esforços. Ela lembrou à indústria, entretanto, que se a Irlanda alcançar a meta de 50%, “ainda será um produtor de leite relativamente pequeno”.

“Vamos olhar para o cenário como um todo. Mesmo se eles aumentarem a produção em 50%, ainda terão apenas um terço do tamanho da indústria da Nova Zelândia. Não esperamos ter outra Nova Zelândia surgindo da Irlanda”.

A reportagem é do Dairy Reporter.
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