Uruguai: Aumento da participação dos produtores na cadeia de valor do negócio leiteiro

Nos últimos dois anos, o preço pago ao produtor uruguaio com relação aos preços de venda da indústria de lácteos ficou superior à média dos últimos cinco anos. Em 2012, a relação preço do leite/preço médio recebido pelas usinas foi de 71,8% (média anual), enquanto em 2011, foi de 76,6%. A média dos últimos cinco anos foi de 67,5%, segundo um estudo publicado pelo Instituto Nacional de Leite do Uruguai (Inale).

A importante causa desse fenômeno reside no fato de que a principal companhia leiteira uruguaia é controlada pelos produtores de leite. Trata-se da Cooperativa Nacional de Produtores de Leite (Conaprole), que repassa a seus sócios produtores preços de acordo com os valores recebidos pelos lácteos comercializados. Essa política da Conaprole – que define a formação de preços pagos ao produtor no mercado uruguaio – contribui para dar os sinais necessários para ajustar a oferta segundo os requerimentos da demanda.

Em 2012, a captação de leite pelas plantas industriais do Uruguai foi de quase 2 bilhões de litros, dos quais 65% foram captados pela Conaprole. Outro fator que define os rendimentos dos produtores de leite é que dois terços do leite produzido são exportados.

O preço médio obtido pelos produtores de leite uruguaios em 2012 ficou em torno de 38 centavos de dólar, 8% a menos que em 2011, mas 18% a mais que em 2010. O preço médio da tonelada de lácteos exportada pelo Uruguai ficou em 2012 foi de US$ 3.185, 8% a menos que a média de 2011 (US$ 3.449/tonelada). Os principais mercados de exportação são Brasil, Venezuela, Rússia e México, nessa ordem de importância.

A reportagem é do Valor Soja, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.