UHT reagindo lentamente no atacado e varejo

O mercado de leite UHT tem reportado melhora de vendas no final do mês de julho, após momentos difíceis no período de Copa. Elevações de preço foram observadas tanto no atacado, quanto no varejo, confirmando uma reação da demanda e mantendo números de estoques baixos (também controlados pela produção comedida por parte das indústrias).

No atacado, as cotações projetadas até o momento para o mês de agosto no mercado paulista estão próximas de R$ 2,17/litro (Gráfico 1), acumulando R$0,17/litro de aumento desde maio. Os valores, no entanto, estão bem abaixo do mesmo período em 2013, quando as cotações estavam acima de R$ 2,35/litro. Já os preços da matéria-prima estão próximos dos valores de 2013, o que resulta em margens menores para a indústria. De qualquer forma, as cotações levemente ascendentes do UHT no mercado seguram os preços ao produtor mesmo com valores em queda para o leite em pó.

Gráfico 1 - Preços mensais do leite UHT no atacado (R$/litro) (*)

^{Fonte: CEPEA e MilkPoint Inteligência- (*) – Deflacionados pelo IGP-DI}

No varejo, julho fechou com alta nas cotações do leite UHT na cidade de São Paulo (Gráfico 2). A média apurada foi de R$ 2,74/litro, 2,5% acima do mês anterior, apesar de apresentar variação negativa com relação média dos meses de janeiro a julho do ano de 2013 (-6,1%).

Gráfico 2 - Preços mensais do leite UHT no varejo (R$/litro) (*)

^{Fonte: IEA, FIPE e MilkPoint Inteligência- (*) – Deflacionados pelo IGP-DI}

Com a sinalização de melhora no mercado do UHT e, considerando a queda nos preços internacionais do leite em pó (veja http://www.milkpoint.com.br/cadeia-do-leite/giro-lacteo/nova-reducao-expressiva-nos-precos-do-gdt-90407n.aspx), que vem ocorrendo neste ano, com efeito nos preços do derivado no mercado interno, é provável que as empresas direcionem mais matéria-prima para o UHT, podendo haver reflexo nas cotações futuras deste produto.

Esse fenômeno pode se intensificar pelo provável aumento das importações de leite em pó nos próximos meses, em especial dos países que já tem grande representatividade nas importações brasileiras (Argentina e Uruguai), possivelmente direcionando a produção das indústrias para o UHT.

O aquecimento nos negócios do leite UHT parece também estar relacionado à lacuna deixada no mercado pela LBR e por conta de algumas marcas prejudicadas com questões de suspeita de fraude, que voltaram sua produção para leite em pó, proporcionando abertura de mercado para empresas já consolidadas em leite UHT.

A matéria é do MilkPoint Brasil.