Tripanossomose bovina vem ganhando força e preocupa pecuaristas em Minas Gerais

A ocorrência da tripanossomose bovina em Minas Gerais tem preocupado os pecuaristas. A doença, que tem alto índice de mortalidade, já foi registrada este ano nos rebanhos no Sul e Sudeste do Estado. Sem remédio disponível no mercado nacional, a enfermidade vem ganhando força em Minas Gerais desde 2012.

Publicado por: MilkPoint

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A ocorrência da tripanossomose bovina em Minas Gerais tem preocupado os pecuaristas. A doença, que tem alto índice de mortalidade, já foi registrada este ano nos rebanhos no Sul e Sudeste do Estado. Sem remédio disponível no mercado nacional, a enfermidade vem ganhando força em Minas Gerais desde 2012.

A importação do medicamento eficaz no tratamento do rebanho, o Vivendio, fabricado na França, foi aprovada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no último mês, e chegará ao mercado somente em junho. No Estado, o índice de notificação da doença aos órgãos de defesa animal é baixo, o que prejudica o levantamento de dados e a realização de campanhas e busca de políticas de controle.

De acordo com notificações recebidas pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), no ano passado, em todo o Estado, foram envolvidos 1.891 bovinos em 22 propriedades que registraram animais doentes. Em 169 deles foi confirmada a doença e 50 morreram. Os números podem ser muito maiores, uma vez que a comunicação não é obrigatória. “As notificações não são obrigatórias e muitos produtores não fazem. O IMA tem promovido palestras e conversado com os produtores, solicitando que eles notifiquem os casos. A informação é importante para que tenhamos números mais reais de casos da doenças e das mortes registradas”, disse o assessor da diretoria técnica do IMA, Sérgio Luiz Lima Monteiro. 

Segundo o superintendente técnico da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Altino Rodrigues Neto, a falta de notificação prejudica a tomada de decisão dos órgãos representantes dos produtores. “O problema é que, apesar das notícias de muitos animais contaminados e de mortes, as notificações aos órgãos oficiais são muito pequenas e não mostram a realidade. Isto gera problemas na hora de levantar dados e buscar soluções, já que os números são muito pequenos. O produtor não comunica a doença com receio de desvalorizar a produção, mas é fundamental comunicá-la”, explicou.

Para combater a doença, o Mapa aprovou a importação do medicamento francês Vivendio, considerado eficaz ao combate à doença, decisão que foi comemorada pelo setor. A autorização foi concedida após apresentação ao Mapa de laudo elaborado pelo Grupo de Trabalho de Sanidades constituído pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Faemg.

Até o momento, muitos pecuaristas recorriam a medicamentos contrabandeados para tratar o rebanho, já que no Brasil não existiam opções. Além dos riscos sanitários pela procedência duvidosa, o custo com o tratamento clandestino é elevado, girando em torno de R$ 70 por animal.

“O laboratório francês está ajustando a produção às normas exigidas pelo Mapa, como, por exemplo, a tradução da bula para o português. Nossa expectativa é que o produto chegue ao mercado em junho. O laboratório ainda não divulgou os preços a serem praticados, mas acreditamos que os valores serão bem inferiores aos que os pecuaristas vêm pagando no mercado informal”, explicou Rodrigues Neto.

Para o representante do IMA, Sérgio Luiz Lima Monteiro, “o medicamento é eficaz, mas se não for utilizado corretamente pode perder a eficiência e tornar o Trypanossoma vivax resistente. Nossa indicação é que o pecuarista só utilize o medicamento nos animais após o diagnóstico da doença, feito com o acompanhamento de um médico veterinário de confiança”.

As informações são do Diário do Comércio.
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