A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendou, em parecer publicado na última sexta-feira (2), a condenação de três empresas, duas cooperativas, um sindicato e dez pessoas físicas por formação de cartel no mercado de leite tipo C na região de Pelotas, no Rio Grande do Sul. Com isso, o processo administrativo segue agora para julgamento pelo Tribunal do Cade, responsável pela decisão final.
As empresas envolvidas são Elegê Alimentos S/A (atual BRF Brasil Foods S/A); Indústria de Laticínios Santa Silvana Ltda. – ME; e Thurmer & Leitzke Ltda., além da Cooperativa Sul-Rio Grandense de Laticínios Ltda. – Cosulati e Cooperativa dos Pequenos Agricultores e Produtores de Leite da Região Sul – Coopal. Já as pessoas físicas são funcionários, ex funcionários e proprietários das companhias.
Segundo nota divulgada pela assessoria de imprensa do Cade, a Superintendência sugeriu a condenação do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rio Grande do Sul (Sindilat) por influenciar e facilitar a formação da conduta.
A investigação teve início em 2004, quando um produtor local procurou a Polícia Federal para denunciar as práticas de ajuste de preços entre produtores de leite tipo C de Pelotas e cidades vizinhas. A denúncia apontava a influência das maiores produtoras locais, Elegê e Cosulati, que haviam realizado uma redução acentuada de preços no ano anterior à conduta e utilizado esse fator como ameaça para o estabelecimento de um preço mínimo.
A partir das evidências colhidas pela Polícia Federal e de instruções adicionais conduzidas pelo Cade, a Superintendência-Geral concluiu pela formação do cartel, que teria ocorrido durante um ano, pelo menos, e pela conduta irregular do Sindilat, que, ao sediar as reuniões, teria influenciado a adoção da prática.
Caso sejam condenadas pelo Cade, as empresas deverão pagar multa que pode alcançar até 20% de seu faturamento no ano anterior ao de instauração do processo. As pessoas físicas envolvidas estão sujeitas ao pagamento de multa de 1% a 20% daquela aplicada à empresa a qual corresponde. Já o sindicato e as cooperativas podem ser condenados ao pagamento de multa que varia entre R$ 50 mil e R$ 2 bilhões.
O Sindilat negou na sexta-feira participação no esquema de cartel no mercado de leite tipo C na região do município gaúcho de Pelotas, apontado pela Superintendência-Geral do Cade. Afirmou também que as empresas e cooperativas mencionadas no caso não cometeram irregularidades. Em nota, a entidade ressaltou que “na época dos alegados fatos, não atuou e nem tinha condições de atuar na formação de eventual cartel”. Acrescentou ainda que “as empresas e cooperativas citadas não detinham poder de mercado e não ajustaram os valores em práticas comerciais uniformes”.
O sindicato afirmou ainda na nota que os “supostos atos de intervenção nos preços do leite tipo C” teriam ocorrido entre outubro de 2003 e janeiro de 2004 e garantiu que não pactua “com ações que prejudiquem a livre concorrência ou a livre iniciativa no mercado de leite”. Afirmou também ter “certeza de que o Tribunal Administrativo de Defesa Econômica concluirá pela inexistência de qualquer manipulação de preços”.
As informações são do Valor Econômico.
Superintendência do Cade vê cartel no mercado do leite em Pelotas (RS)
A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendou, em parecer publicado na última sexta-feira (2), a condenação de três empresas, duas cooperativas, um sindicato e dez pessoas físicas por formação de cartel no mercado de leite tipo C na região de Pelotas, no Rio Grande do Sul. Com isso, o processo administrativo segue agora para julgamento pelo Tribunal do Cade, responsável pela decisão final.
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