Sul: produtores são obrigados a jogar leite fora

Há dois dias sem receber o caminhão que faz a coleta do leite e com o resfriador já cheio com 1,6 mil litros de leite, o produtor Anderson Prediger, 25 anos, de Sede Nova, no Noroeste, se viu obrigado a considerar jogar o produto fora.[...]

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Há dois dias sem receber o caminhão que faz a coleta do leite e com o resfriador já cheio com 1,6 mil litros de leite, o produtor Anderson Prediger, 25 anos, de Sede Nova, no Noroeste, se viu obrigado a considerar jogar o produto fora. "Daqui a minutos temos de fazer nova ordenha, e não vou ter escolha. Até tentamos entregar para queijarias próximas, mas não deu" lamentou o jovem.

Anderson é um exemplo de como a paralisação nas rodovias tem afetado a produção gaúcha. A história dele se repete em outros locais do Estado, onde agricultores estão tendo de jogar leite fora. Em Santa Catarina, o produto transportado também teve de ser descartado.

Conforme o Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat-RS), na Região Norte, 70% da produção foi afetada, porque as indústrias não conseguiram fazer a captação do produto. Há ainda os caminhões carregados que estão nas rodovias. E a necessidade por outros materiais usados no processamento, como lenha e embalagens, que também são motivo de preocupação.

"Não temos margem nenhuma para sustentar o prejuízo" afirma o presidente do Sindilat-RS, Alexandre Guerra.

A paralisação complica ainda mais a crise vivida pelo setor, que afeta cerca de 20 mil famílias no Estado. Anderson conhece de perto os problemas da crise. Ficou dois meses sem receber por produto entregue à LBR – hoje em recuperação judicial. Pelo menos 15 unidades fecharam as portas, segundo a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS).

"Entendemos a luta e reivindicação dos caminhoneiros, mas, ao mesmo tempo, ficamos aflitos por uma nova situação de perda para os produtores" acrescenta Cleonice Back, coordenadora da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf-Sul).

O produtor de Sede Nova também cria suínos e conta que só tem ração suficiente para garantir a alimentação dos animais até sexta-feira. Diretor-executivo do Sindicativo das Indústrias de Produtos Suínos do Estado (Sips), Rogério Kerber explica que o sistema de produção é todo sincronizado. A restrição alimentar pode trazer danos à saúde do animal: "O produtor perde, a indústria perde, todos perdem".

Da mesma forma, a produção de frango é atingida. Outro efeito colateral pode aparecer nos grãos. Em plena safra, muitas lavouras estão prontas para a colheita e precisam de transporte. "O reflexo vai chegar na gôndola do supermercado" projeta Valdecir Folador, presidente da Associação de Criadores de Suínos do Estado (Acsurs).

A matéria é do Jornal Zero Hora.
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Leonardo Petrônio Mendes Cordeiro
LEONARDO PETRÔNIO MENDES CORDEIRO

PORTEIRINHA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/02/2015

Aonde Dilma nos meteu
Gilson Alves de Figueiredo
GILSON ALVES DE FIGUEIREDO

MINEIROS - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 26/02/2015

Realmente é lamentável, porém deveria ter como abater estes prejuízosdos produtores que jogaram leite fora na declaração do imposto de renda.
Karine Irma Finatto
KARINE IRMA FINATTO

SARANDI - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/02/2015

Os produtores, além de estarem sofrendo com o valor pago pelo litro do leite, agora tem que jogar fora sua produção! Lamentável.
Roberta Züge
ROBERTA ZÜGE

CURITIBA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 25/02/2015

No porto de Paranaguá (PR), o movimento está abaixo do normal. O escoamento da soja, em plena safra, está prejudicado. Neste terça, dos 925 caminhões previstos, apenas 67 chegaram.


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