No relatório, publicado pela equipe do banco Food & Agribusiness Research and Advisory, o Rabobank disse que o comércio de lácteos na região da ASEAN-6 (Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura, Tailândia e Vietnã) ultrapassou 1,6 milhão de toneladas em 2012, equivalendo a US$ 5,5 bilhões de dólares aos produtores. A região é um dos poucos campos de batalha de lácteos remanescentes e o atual "boom" na demanda tem desencadeado uma intensa competição entre os produtores internacionais. O Rabobank disse que vencer a competição entre as rivais não será suficiente para garantir vitória nesse mercado. Os exportadores precisam também superar uma série de desafios estruturais, como inflação dos preços dos alimentos, política protecionista e ineficiências na cadeia de fornecimento.
Os mercados lácteos na ASEAN-6 são caracterizados por uma série de fatores que suportam o crescimento no consumo de lácteos: altas taxas de natalidade, aumento das rendas, melhora nas dietas, crescimento no varejo moderno, urbanização e programas de leite escolar em todo o país.
“Esperamos que o consumo de lácteos em toda a ASEAN-6 crescerá em 2,4% por ano até 2020”, disse o analista do Rabobank, Michael Harvey. “Isso cria um requerimento por 3 bilhões de litros de leite extras, que as empresas locais estão mal preparadas para fornecer. A combinação de um clima adverso, práticas de produção agrícola ruins, terras não adequadas e limite de acesso a créditos cria um ambiente difícil para os produtores domésticos e uma excelente oportunidade para os exportadores. Essa tendência está impulsionando uma forte competição entre as companhias internacionais de lácteos, particularmente entre os produtores da Oceania e da Europa – que se beneficiam das relações históricas comerciais na região – e novos membros dos Estados Unidos que estão determinados a construir uma posição no mercado”.
Os exportadores frequentemente têm uma vantagem sobre as competidoras locais graças à melhor segurança na oferta, registros de segurança mais fortes e uma gama mais ampla de inovação de produtos. Mesmo com essas vantagens competitivas, os desafios estruturais inerentes podem frequentemente frustrar novas companhias. Os gastos com alimentos são responsáveis por uma grande parte do consumo de bens alimentícios na maioria das economias da ASEAN-6 e como um gasto opcional (os lácteos não estão totalmente inseridos nas dietas dos consumidores), o mercado é particularmente sensível aos preços. Além disso, a alta dependência das exportações resultou em medidas de protecionismo por alguns governantes, incluindo controles de preços, cotas, técnicas ou requerimentos sanitários e permissões/certificados de importação, aumentando, dessa forma, a necessidade de acordos comerciais entre os países da ASEAN-6 e as nações exportadoras.
Não existe um caminho simples e claro para o sucesso dos exportadores de lácteos nesse mercado. Embora algumas empresas escolham reter um modelo tradicional exportador em que a produção é baseada no mercado externo, outras estão investindo em centros regionais e parcerias estratégicas com produtores locais. Seja qual for a estratégia, o fator mais importante para os exportadores é ter um comprometimento de longo prazo com o mercado da ASEAN-6. Aqueles que fizerem isso, alcançarão os benefícios de uma enorme oportunidade comercial que existe para a indústria de lácteos em toda a região.
A reportagem é do Dairy Foods, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.