Durante o evento, os pequenos e médios produtores da região do Vale do Paraíba receberão treinamento sobre dois assuntos importantes relacionados aos bovinos de leite: carrapatos e mastite.
Os carrapatos fazem parte da vida dos bovinos de corte e leite. A infestação com a praga, em níveis baixos, é importante, inclusive, para manter a imunidade dos animais evitando que eles adquiram “tristeza parasitária bovina”, doença causada pela babesia e pelo anaplasma. As altas infestações, porém, são graves e causam incômodo ao animal e perda de sangue. O resultado são animais estressados e com baixa produção de leite.
Segundo a pesquisadora do IB, Márcia Mendes, o controle da praga é feito, principalmente, com o uso de carrapaticidas, sendo que o uso constante de produtos químicos seleciona os carrapatos resistentes, o que diminui sua eficácia.
A pesquisadora do IB explica que o controle dos carrapatos deve ser feito de modo racional, sendo necessária à realização de um exame simples e barato: o biocarrapaticidograma. “A análise dos carrapatos (fêmeas ingurgitadas) mostrarão qual o grupo químico do carrapaticida que o produtor precisa usar e a frequência nos tratamentos para que haja o controle efetivo”, afirma Márcia. O uso de carrapaticida inadequado e a aplicação mal feita no animal pode acelerar a resistência do carrapato ao produto, tendo ainda como consequência resíduos de carrapaticidas no leite.
Apesar das vantagens e baixo custo – cerca de R$ 20,00 para analisar uma centena de carrapatos – o exame ainda é pouco procurado pelos pequenos e médios produtores. “Normalmente, eles se orientam nos balcões das lojas, vizinhos ou representantes”, afirma a pesquisadora.
O Instituto Biológico mantém o Laboratório de Parasitologia Animal, em São Paulo, que realiza o biocarrapaticidograma. Durante o Prosaf, Márcia explicará como deve ser feito o controle do carrapato, além da coleta para envio ao laboratório. “Esperamos que essa transferência de tecnologia estimule os produtores a realizarem o exame, o que é fundamental para o controle estratégico da praga”, afirma.
Mastite
O IB realiza este teste no Laboratório de Bacteriologia Geral, em São Paulo. O custo das análises é cerca de R$ 40,00. “Esse custo é muito baixo, quando comparamos o preço do antibiótico para um animal de 500 quilos, aproximadamente, como os bovinos de leite. Identificar o melhor produto fará com que o problema seja solucionado mais rápido e que o produtor não gaste dinheiro com uso errado de antibiótico que não terá o efeito desejado”, afirma Alessandra Nassar, pesquisadora do instituto. A pesquisadora do IB explica que além da perda de produtividade, a doença tem relação direta com o menor preço do leite conseguido pelo pecuarista.
Segundo Alessandra, a mastite pode ser evitada com a higienização bem feita e o uso de ordenha mecânica. “Após a ordenha é necessário fazer a limpeza do úbere e colocar o animal em um local que não seja úmido e sujo, para que ele não se contamine”, explica.
Alessandra orienta que os animais doentes sejam separados no momento da ordenha. Ao final do processo, o leite dos animais contaminados deve ser descartado. “Existem duas formas de mastite, a contagiosa, transmitida entre os animais, e a ambiental. Durante o Prosaf, vamos transferir conhecimento sobre os dois tipos, os sintomas, a prevenção, o diagnóstico e o manejo”, diz Alessandra.
Prosaf
Lançado em 2009, o Programa de Sanidade em Agricultura Familiar (Prosaf) já auxiliou cerca de dois mil produtores rurais paulistas a melhorarem a sanidade vegetal e animal em suas propriedades. Com ações de curto, médio e longo prazo, os pesquisadores do IB identificam as pragas e doenças que ocorrem nas propriedades e propõem técnicas de manejo para melhorar a produção. Resultado: aumento da renda, melhoria na qualidade dos produtos ofertados aos consumidores, redução do uso de produtos químicos e produção com sustentabilidade.
“O Prosaf é um programa muito importante, pois transfere conhecimento e tecnologia para os pequenos e médios produtores. Uma das orientações do governador Geraldo Alckmin é justamente dar atenção aos produtores familiares”, afirma Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
O programa, coordenado pelo IB, é realizado em parceria com as unidades regionais da APTA, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), prefeituras municipais, associações de produtores e cooperativas.
As informações são do Portal Nacional de Seguros.