No encontro, o presidente da agremiação, Luiz Pacheco Drumond, deixou claro que não houve intenção alguma em agredir o setor e revelou que ele próprio é um fazendeiro. “Não faria nenhum sentido exaltarmos o homem do campo, como fizemos no ano passado, e depois falarmos mal desse trabalho”, disse. Ele e o carnavalesco Cahê Rodrigues informaram ainda que a ala da escola que mais causou impacto, denominada “Os fazendeiros e seus agrotóxicos”, teve o nome reformulado para “O uso indevido dos agrotóxicos”, de maneira a evitar uma percepção generalista de que todos os agricultores usam defensivos agrícolas indiscriminadamente.
O presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB) fez questão de destacar que o episódio criou uma oportunidade de que se abrisse um canal de diálogo com a sociedade para desmistificar o trabalho realizado por milhares de agricultores no país. “Nossas posições não são conflitantes, pelo contrário. O agronegócio é uma atividade moderna e responsável, como o Carnaval. A qualidade dos nossos produtos é o cartão de visitas do Brasil nos mercados internacionais, assim como o Carnaval é um dos símbolos nacionais. Somos ambos peças fundamentais para o desenvolvimento e para a cultura do país”, disse Marcelo Vieira. “Viemos até a Imperatriz para atestar que não há uma disposição beligerante do agro em relação à escola e que acreditamos no diálogo para solucionar qualquer mal-entendido”.
O carnavalesco Cahê Rodrigues enfatizou que a mensagem da Imperatriz é de paz e respeito ao próximo e é isso que o enredo pretende mostrar na avenida. “A Imperatriz privilegia temas culturais e nunca quis ser polêmica. Queremos mostrar o dia a dia do indígena da maneira mais real possível, mas nós fazemos Carnaval, festa, folia. Não estamos errados, mas somos de paz. Então, para evitar qualquer generalização sobre a atividade rural, optamos por mudar o nome da ala para ‘O uso indevido dos agrotóxicos’”, frisou, acrescentando que a mensagem prevista inicialmente será passada ao público da mesma maneira, sem alterações na fantasia.
Para o produtor rural e diretor da SRB, João Adrien, a conversa fluiu de maneira muito agradável e foi essencial para que tudo se esclarecesse. “O tema nos ajudou a abrir um canal para trazer a público as transformações sofridas pelo agronegócio nos últimos anos. Queremos aproveitar essa oportunidade para falar do agro, um setor cuja dinâmica moderna permite que 61% do território nacional seja de mata nativa, que mantém cerca de 19 milhões de brasileiros empregados e cujos produtos e serviços estão em quase tudo o que o brasileiro consome, da refeição ao automóvel”.
Ao final do encontro, todos posaram para uma foto à frente do banner do enredo da escola.
Entenda o caso:
Escola de samba Imperatriz Leopoldinense criticará o agronegócio no carnaval 2017
As informações são da Sociedade Rural Brasileira.
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