Sindilat debate sugestões para regulamentação da Lei do Leite

Laticínios associados ao Sindilat reuniram-se na tarde desta quinta-feira (11/02) com representares da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi) para apresentar as primeiras sugestões à regulamentação da Lei 14.835, de 6 de janeiro de 2016, a chamada Lei do Leite. "O objetivo desse encontro foi debater a regulamentação para que a lei contribua na garantia de qualidade da matéria-prima processada pelas indústrias", destacou o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra.

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Laticínios associados ao Sindilat reuniram-se na tarde desta quinta-feira (11/02) com representares da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi) para apresentar as primeiras sugestões à regulamentação da Lei 14.835, de 6 de janeiro de 2016, a chamada Lei do Leite. "O objetivo desse encontro foi debater a regulamentação para que a lei contribua na garantia de qualidade da matéria-prima processada pelas indústrias", destacou o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra.

Um dos pontos em debate foi a importância de a Secretaria da Agricultura manter um Cadastro de Produtores atualizado sobre a situação sanitária das propriedades, e que ele esteja disponível às empresas. "É uma ferramenta para que a indústria possa ter a informação sobre o status dos rebanhos. Afinal, as empresas serão responsabilizadas pelo leite captado", pontuou Guerra. O assessor técnico da Seapi Fernando Groff explicou que uma das ideias é fornecer acesso às empresas ao sistema da Seapi via internet para consultar a situação sanitária dos produtores.



Na ocasião, as indústrias ainda debateram a importância de viabilizar o transvase de leite de maneira segura no Rio Grande do Sul, como prevê o artigo 16. O processo, que consiste no transporte de dois tanques por um único caminhão, reduz custos e otimiza a coleta, mas ainda tem uso restrito. O Sindilat comprometeu-se a realizar pesquisa sobre o tema. "O sindicato fará um estudo junto a instituições competentes e levará à análise da Seapi. Não deveremos ter tempo para fazer isso na regulamentação da Lei do Leite, mas na sequência", frisou o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini. A hipótese é trabalhar o tema em um novo decreto.

As indústrias ainda sugeriram que o governo desenvolva uma ferramenta que busque os dados mensais de captação de leite de forma automática, usando o sistema fiscal das notas emitidas pelas empresas na aquisição de leite dos produtores. "Se essas informações forem captadas evita-nos muito retrabalho e nos traz agilidade", completou Guerra.

Também foi debatida a vinculação entre os laticínios e os transportadores. Os técnicos da Seapi explicaram que o vínculo previsto no artigo 9º da Lei do Leite refere-se a uma relação contratual entre produtor, indústria e transportador, o que não, necessariamente, se traduz em uma relação formal de trabalho. A Seapi ainda informou que deve definir, via Instrução Normativa (IN), a carga horária e o modelo de capacitação de treinamento a ser ministrado aos transportadores cadastrados no sistema.

Outro ponto importante é que o processo de identificação e fiscalização dos veículos que carregam o leite seja voltado aos tanques e não aos caminhões, uma vez que são eles que carregam o produto e precisam de regras específicas.

Os debates do Sindilat sobre a Regulamentação da Lei do Leite devem seguir nas próximas semanas. Novos apontamentos serão repassados à Seapi na sequência. A Lei do Leite tem 90 dias para ser regulamentada a contar de 6 de janeiro de 2016, podendo ter mais 180 dias para entrar em vigor.

As informações são da Assessoria de Imprensa Sindilat.
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H Junior Rancho Jr.
H JUNIOR RANCHO JR.

CACHOEIRA ALTA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/02/2016

Precisamos de leis para garantir preços de acordo com o custo  para os produtores...Hoje o produtor so tem uma certeza que o custo vai subir.
Fernando Ferreira Pinheiro
FERNANDO FERREIRA PINHEIRO

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL

EM 12/02/2016

Mais uma vez o Rio Grande do Sul demonstra interesse em agir para a melhoria do setor. Interessante observar que as ações possuem um amplo espectro de trabalho, o que é mutio importante para a cadeia.

Fica a dica para uma ação nacional, pois os temas e as dificuldades são as mesmas. Além disso, muito do que se está sendo proposto já é praticado em outras unidades da federação a anos, como o caso do contrato formal entre laticínio e transportadoras. Essa prática já ocorre com as principais indústrias de Minas Gerais, inclusive com a inserção de índices de performance e exigências quanto a equipamentos e treinamentos.

No caso do uso de reboques e o transvase do leite para os mesmos, este assunto merece uma análise do caso e um regulamentação bem feita sim. Este assunto precisa ser entendido em conjunto pelo MAPA, indústrias e transportadoras no objetivo de se fazer uma regulamentação bem feita, estruturada e aplicada. Afinal de contas, esta ferramenta é utilizada no mundo inteiro, inclusive no Mercosul. A ferramenta não é o problema, mas o seu uso indiscriminado como forma de redução de custo logístico a qualquer preço é um problema para a qualidade e segurança do leite.

Outro assunto que precisa ser tratado em âmbito nacional é a capacitação dos agentes de coleta de leite, a legislação somente menciona que deve haver, mas não há nada de padronizado e estruturado.
Qual a sua dúvida hoje?