A pesquisa teve a participação espontânea de 200 produtores que preencheram o formulário “on line” além de 59 produtores cujas informações foram compartilhadas por técnicos da Cooperideal e pelo Engenheiro Agrônomo Eduardo Hara, da COMIGO (Cooperativa Agroindustrial dos Produtores do Sudoeste Goiano). A participação dos produtores teve a seguinte composição: 7,3% produtores de São Paulo, 16,2% de Minas Gerais, 12,4%do Paraná, 20,5%de Santa Catarina, 17,0%do Rio Grande do Sul, 11,2%de Goiás e 15,4%de outros estados.
A área plantada com milho para silagem pelos produtores participantes totalizou, na safra 2013/2014, 4.989 hectares, área 8,5% maior do que a plantada na safra 2012/2013. Apesar das condições climáticas aparentemente não favoráveis em algumas regiões (falta de chuvas no sudeste e excesso de precipitação nos estados do sul do país), a produtividade média informada pelos produtores participantes (média de 43,2 toneladas de Matéria Verde por hectare) foi 5,0% maior que na última safra. A combinação dos dois resultados aponta para uma disponibilidade de silagem de milho este ano cerca de 14% maior que no ano passado, entre os produtores pesquisados (veja o resumo destes resultados na tabela 01).
Tabela 01. Comparação entre 2012/2013 e 2013/2014 parao plantio de milho para silagem
Ainda que a produtividade média tenha crescido 8,5% entre as duas safras, verificou-se uma considerável dispersão da produção média de Matéria Verde por hectare entre os produtores pesquisados. Como mostra o gráfico 01, para a safra 2013/2014, 44% dos produtores pesquisados produziram até 40 ton de Matéria Verde por hectare e apenas 12% dos respondentes atingiu números médios acima de 60 tons/hectare. De acordo com Alexandre Mendonça Pedroso, pesquisador da Embrapa Sudeste, produtividades “aceitáveis” deveriam ficar entre 45 e 50 ton/ha, sendo níveis considerados “bons” apenas aqueles iguais ou superiores a 60 ton/ha.
Gráfico 01. Evolução do porcentual do número de produtores em cada faixa de produtividade
Também chama bastante a atenção a variabilidade de produtividade nos diferentes estados produtores. No gráfico 02, encontramos a distribuição de área, por nível de produtividade, para os estados que são os 5 maiores produtores de leite do país.
Gráfico 02. Evolução do porcentual da área plantada em cada faixa de produtividade
Chama atenção no gráfico 02 as elevadas médias de produtividade da silagem de milho nos estados do sul do país, notadamente no Paraná e em Santa Catarina. Certamente a questão climática responder por parte deste bom desempenho em relação aos demais estados, mas certamente as práticas culturais nas lavouras desta região também o justificam. Ao mesmo tempo, ainda que se trate de uma pequena amostra de produtores, é de ganhar destaque que quase 40% dos produtores pesquisados em Minas Gerais tenham produtividade por hectare igual ou menor a 40 toneladas de matéria verde – as questões climáticas desfavoráveis podem explicar parcialmente este desempenho aquém do ideal.
Em relação à qualidade do material produzido em relação a safra passada, o gráfico 03 mostra a opinião reportada pelos produtores pesquisados.
Gráfico 03. Comparação da qualidade da silagem de milho produzida na safra 2013/2014 vs. a safra anterior – Opinião dos produtores pesquisados
De acordo com as respostas obtidas, 40% dos produtores indicam que o material produzido este ano tem maior qualidade que o do ano passado e, ainda, 27% das respostas indicam que o material tem boa qualidade, ainda que não tenha sido feito nenhum comparativo com a safra anterior. Apenas 19% dos produtores objetivamente indicam que a silagem de milho deste ano tem pior qualidade do que aquela produzida no ano passado.
Com relação aos híbridos utilizados, dentre os 259 produtores, não há uma empresa fornecedora com participação dominante no fornecimento de sementes (gráfico 04). Ao contrário, cerca de 10% da amostra utiliza-se de híbridos fornecidos por mais de uma empresa.
Gráfico 04. Participação das empresas no fornecimento de sementes de milho para silagem
De forma geral, algumas inferências podem ser feitas (obviamente lembrando tratar-se de uma pesquisa de abrangência limitada):
• A maior disponibilidade de silagem de milho, com maior qualidade (segundo reporte dos próprios produtores) pode indicar uma melhor condição de alimentação do rebanho até a chegada das chuvas. Esta afirmação é válida se o número de vacas ordenhadas não variar muito em relação ao ano passado (esta questão não foi levantada na pesquisa) e se o período de suplementação com esta silagem não se estender além da projeção original (isto é, caso as chuvas atrasem, a silagem disponível pode não ser suficiente...);
• Ressalvadas as condições climáticas adversas em algumas regiões (que, pelo resultado da pesquisa, não impactaram tão fortemente a qualidade do material), as práticas culturais e o nível de produtividade atingido pelas lavouras de milho podem ser significativamente melhorados, com resultados positivos em qualidade e disponibilidade do material e redução de seus custos de produção;
E no seu caso, como foi a produção de silagem de milho em sua propriedade/região?
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