SIG Combibloc ignora crise e amplia operação no Brasil

A alemã SIG Combibloc acelerou os planos para o Brasil depois que inaugurou sua primeira fábrica no país, em 2011, e hoje está apta a produzir quatro vezes mais do que quando iniciou as obras em Campo Largo (PR). Em seis anos, foram quatro projetos de expansão, sobre uma produção inicial de 1 bilhão de unidades por ano. O mais recente deles acaba de ser concluído e consumiu R$ 220 milhões, a despeito da crise econômica que se agravava no país.

Publicado por: MilkPoint

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SIG Combibloc ignora crise e amplia operação no Brasil A alemã SIG Combibloc acelerou os planos para o Brasil depois que inaugurou sua primeira fábrica no país, em 2011, e hoje está apta a produzir quatro vezes mais do que quando iniciou as obras em Campo Largo (PR). Em seis anos, foram quatro projetos de expansão, sobre uma produção inicial de 1 bilhão de unidades por ano. O mais recente deles acaba de ser concluído e consumiu R$ 220 milhões, a despeito da crise econômica que se agravava no país.

"A crise não mudou os planos e não tirou o ritmo de investimentos, embora o mercado tenha crescido menos em volume", diz o diretor-presidente da SIG Combibloc Américas, Ricardo Rodriguez. Por outro lado, diante da desaceleração do crescimento no mercado doméstico, a multinacional colocará em marcha um plano relativamente antigo, de exportar embalagens produzidas no Brasil para outros mercados sul-americanos.

Com a recente expansão, a SIG Combibloc chegará ao fim deste ano com capacidade instalada anual para produzir 4,5 bilhões embalagens cartonadas assépticas (nome técnico da caixinha longa vida) no Paraná, o equivalente a cerca de um terço do consumo doméstico. Antes, a produção estava em 3 bilhões de unidades por ano, integralmente absorvida pelo mercado interno.

A SIG estima que sua participação no mercado de leite, o principal para esse tipo de embalagem, esteja em torno de 15% a 20% - a líder absoluta é a Tetra Pak. "Crescemos cerca de 40% ao ano até 2014. Em 2015 e 2016, perdemos ritmo por causa do cenário macroeconômico, mas é preciso olhar para o longo prazo", afirma Rodriguez. 

Em linhas gerais, o consumo brasileiro de caixas longa vida cresceu a taxas de aproximadamente 5,5% ao ano desde 2007, chegando a 13 bilhões de unidades vendidas em 2013. A abertura de novos segmentos de mercado, como o de sucos, contribuiu para essa evolução. Com a recessão econômica, a alta foi "marginal" nos últimos dois anos.

Globalmente, Alemanha, China e Brasil são os maiores mercados de embalagens longa vida e as taxas mais elevadas de expansão têm sido registradas na Ásia e nas Américas. Conforme o executivo, com 4,5 bilhões de unidades por ano, a operação brasileira tem condições de fazer frente à demanda até 2020 sem nova rodada de crescimento. Mas, se o mercado reagir com mais velocidade, há área disponível em Campo Largo para novas expansões.

No país, a estratégia da multinacional é atender grandes contas nacionais, ao mesmo tempo me que alguns clientes regionais também têm lugar em sua carteira. Na América do Sul, além do país, a SIG tem presença no Chile e a meta é avançar sobre novos mercados. Os primeiros embarques devem ser registrados já neste ano, diante da combinação de consumo brasileiro morno e o maior volume de produção.

"A nova capacidade nos permite começar a exportar em 2017, ainda que com volumes pequenos", comenta Rodriguez. De acordo com o executivo, a multinacional está, neste momento, reforçando sua equipe no Chile como parte dessa estratégia. No ano passado, a SIG Combibloc teve faturamento global de € 1,7 bilhão e produziu 35 bilhões de unidades.

Nova tecnologia permite rastreamento "cirúrgico"

Além do crescimento do mercado doméstico de embalagens longa vida, o avanço da operação brasileira da SIG Combibloc reflete a aposta no desenvolvimento de um portfólio que vai além das commodities, de acordo com o presidente da multinacional nas Américas, Ricardo Rodriguez. "Apostamos em diferenciação", resume.

Dentro dessa estratégia, a empresa apresentou tecnologia de envase de alimentos com pedaços grandes e, agora, lança sistema digital, inédito segundo Rodriguez, que permite a rastreabilidade "cirúrgica" do produto vendido em embalagem da SIG. O protótipo foi desenvolvido no Brasil e a solução será exportada para 39 países.

Por meio de um código (QR code) impresso na caixa e um aplicativo genérico que permita sua leitura, o consumidor terá acesso ao histórico do produto adquirido e o fornecedor poderá acompanhar o deslocamento de cada uma das embalagens, desde o produtor, até o supermercado. O sistema é composto ainda por softwares que permitem a coleta de dados na fábrica, interface com o sistema de gestão empresarial, controle de todo o processo logístico e exibição, em website, de informações sobre o sistema de qualidade do fornecedor do produto.

"Toda a cadeia está coberta com essa solução", explica. Além disso, as tecnologias disponíveis permitem o rastreamento de lotes de produto, mas não de uma única caixinha como é possível com a nova solução. O uso do QR code individual possibilitará ainda a realização de promoções específicas para uma rede de supermercados ou uma determinada região.

Segundo Rodriguez, a ideia de desenvolver uma "embalagem conectada" teve como ponto de partida grandes tendências globais, como Internet das Coisas e Indústria 4.0, e uma pesquisa com clientes ao redor do mundo, que indicou quais são os principais desafios ditados pelo consumidor. O investimento no projetou totalizou € 3 milhões e envolveu um grupo de 20 profissionais no país.

O primeiro cliente no Brasil é um laticínio do Sul que, de acordo com Rodriguez, buscava uma maneira de explicitar ao consumidor o rigoroso padrão de qualidade a que se submete, numa tentativa de se destacar em um mercado que já enfrentou alguns escândalos. O executivo diz que o custo inicial, relativo à instalação de câmeras, a tecnologia e aplicação dos códigos, tende a ser diluído com a maior eficiência na cadeia logística e no processo produtivo e o potencial aumento de vendas.

As informações são do jornal Valor Econômico.
 
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