Setor organizado de lácteos da Índia antecipa crescimento rápido nos próximos três anos

A receita do segmento organizado do setor de lácteos poderá aumentar para 25% do mercado total de lácteos da Índia até o ano fiscal de 2018, mais que os 19% no ano fiscal de 2015. Uma importante característica do setor leiteiro da Índia é que esse é altamente desorganizado, explicou Anuj Sethi, um dos diretores da CRISIL Ratings, companhia responsável pelo relatório.

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A receita do segmento organizado do setor de lácteos poderá aumentar para 25% do mercado total de lácteos da Índia até o ano fiscal de 2018, mais que os 19% no ano fiscal de 2015. Uma importante característica do setor leiteiro da Índia é que esse é altamente desorganizado, explicou Anuj Sethi, um dos diretores da CRISIL Ratings, companhia responsável pelo relatório. “Quando falamos desorganizado, queremos dizer que o leite é vendido pelo leiteiro (em grande parte localizados em vilarejos e cidades pequenas), vendedores que coletam o leite de produtores locais e o vendem diretamente às famílias e lojas de doces (mithai) em áreas urbanas e rurais”.

Por outro lado, o setor de lácteos organizado representa o leite que é processado usando infraestrutura moderna e comercializado através de canais organizados sob suas marcas próprias, como Amul, Mother Dairy, entre outras, explicou ele. A CRISIL Ratings classificou 84 firmas compreendendo 60% da capacidade organizada na Índia, de acordo com a companhia. Embora o segmento organizado tenha crescido 22% anualmente nos últimos cinco anos fiscais, esse se sairá ainda melhor nos próximos três anos, reportou a CRISIL.

“As mudanças nas preferências dos consumidores é a principal razão para o setor organizado crescer a um ritmo mais rápido. O crescente poder de compra e o aumento da conscientização com relação a questões de saúde dos consumidores tem mudado a preferência em direção a produtos com marca”. No topo disso, produtos com valor agregado como coalhada e gordura do leite, que são tradicionalmente feitos na Índia, estão agora entre os produtos com marca que exibem as maiores taxas de crescimento, disse Sethi. O segmento de valor agregado terá uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 22% a 24% nos próximos três anos, de acordo com Sethi. Entre todos os produtos lácteos nesse segmento, sorvetes, queijos e iogurte deverão registrar o maior crescimento. Entretanto, o relatório sugere que os players pequenos e médios, que são mais dependentes do leite fluido, poderão perder participação de mercado devido à competição acirrada de players locais e organizados.

À medida que a demanda por produtos com valor agregado aumenta, a capacidade de processamento de lácteos também aumentará 40% em três anos. “A capacidade de processamento de lácteos, que atualmente é de 73 milhões de litros por dia atualmente deverá aumentar para 105 milhões. O norte da Índia, especialmente a região de Uttar Pradesh, Punjab e Haryana, que são grandes na produção de leite, mas têm uma baixa penetração do setor organizado, terão a maior adição na capacidade”.

Em termos de descobrir fontes de investimento para financiar a expansão da capacidade, Sethi disse que grandes players deverão usar um mix de apropriações internas e de dívidas para financiar a expansão, enquanto alguns players pequenos e médios deverão se beneficiar do aumento do suporte ao financiamento de firma de private equity (PE). “Mais de Rs 9 bilhões (US$ 135,988 milhões) foram investidos em PEs no setor desde 2010; o grosso dos investimentos, entretanto, ocorreu em 2015”.

De acordo com o Conselho Nacional de Desenvolvimento de Lácteos (NDDB), a Índia é o maior produtor e também o maior consumidor de leite e produtos lácteos. O leite que a Índia produz todos os anos representa um quinto da produção global, estima a CRISIL. Entretanto, a Índia é um exportador marginal. “As exportações são fracas, porque a Índia em si é um grande mercado e a oferta mal supre os requerimentos de demanda. Com a indústria prevendo crescer 15% de CAGR, a CRISIL espera que a oferta seja apenas suficiente para suprir esse requerimento”. Sethi disse que as exportações são menos atraentes agora devido ao forte declínio nos preços internacionais do leite em pó desnatado no último ano fiscal.

“Uma forte queda no preço no mercado internacional dos produtos lácteos, atribuída à menor demanda da China e da Rússia, e a maior produção pela União Europeia (UE) e pela Nova Zelândia, levaram a um forte declínio nas exportações de leite em pó desnatado da Índia”.

O maior desafio que o setor de lácteos organizado enfrenta na Índia é garantir a disponibilidade e a qualidade do leite cru, uma vez que isso é chave para o sucesso na indústria, de acordo com Sethi. Assim, a compra diversa e direta pelos produtores, apoiada pela infraestrutura robusta para manter os custos de logística sob verificação, é imperativo. “O setor organizado, então, foca no estabelecimento de uma rede robusta de fornecimento de leite, estabelecendo unidades de processamento de leite mais próximas aos centros de compra para garantir uma oferta estável e de qualidade de leite”.

Em 04/01/16 – 1 Rúpia Indiana = US$ 0,01511
66,0800 Rúpia Indiana = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)


As informações são do Dairy Reporter.
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