Setor lácteos projeta abertura de mercado externo em 2016

O setor lácteo brasileiro aposta na abertura do mercado externo para recuperar o déficit da balança comercial registrado em 2015. "Acreditamos que, em um horizonte de quatro anos, o Brasil passe a exportar o equivalente a 1 bilhão de litros de leite, ou 2,3 vezes o que foi embarcado em 2015", destaca Marcelo Martins, diretor executivo da Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos).

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O setor lácteo brasileiro aposta na abertura do mercado externo para recuperar o déficit da balança comercial registrado em 2015. “Acreditamos que, em um horizonte de quatro anos, o Brasil passe a exportar o equivalente a 1 bilhão de litros de leite, ou 2,3 vezes o que foi embarcado em 2015”, destaca Marcelo Martins, diretor executivo da Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos).

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Brasil exportou, em 2015, US$ 319 milhões e importou US$ 419 milhões. No entanto, ao avaliar por semestre, no primeiro o saldo foi de US$ 110 milhões negativos. Já na segunda parte do ano, o resultado foi positivo em US$ 10 milhões. Durante o ano passado, o Brasil embarcou 28 tipos de produtos lácteos para 45 diferentes destinos. A maior quantidade continua sendo comprada pela Venezuela, US$ 238 milhões em 2015, e o principal produto é o leite em pó integral, US$ 234 milhões.

Para Martins, 2015 foi o ano de abertura do mercado externo e esta será a tendência para 2016, ou seja, fortalecer a cadeia produtiva, por meio de melhoria da competitividade, para a conquista de novos mercados. “Em 2015 vimos um cenário internacional com queda de preços e esta tendência de maior oferta que demanda deve perdurar neste primeiro semestre de 2016”, avalia. Em contrapartida, o câmbio ficou mais favorável para as exportações, o que permitiu o superávit da balança comercial nos meses de julho, agosto, setembro e novembro.

Neste sentido, o foco da Viva Lácteos para 2016 será o de fortalecer o trabalho para a promoção comercial para o mercado externo. Alguns resultados já foram observados em 2015. O mercado russo está se consolidando, e, já neste primeiro ano, o setor exportou 182 toneladas de manteiga e 248 de queijo. “Para 2016, temos espaço para pelo menos dobrar essa quantidade”, destaca Martins. Em 2016 há a expectativa de iniciar os embarques para a China, este é o novo desafio do setor e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) já avançou nas negociações, conseguindo a atualização do certificado sanitário internacional para aquele País. A China representa 9% das importações mundiais de manteiga; 3% de queijo e 21% de leite em pó. O México também poderá ser uma importante oportunidade para 2016, dependendo do andamento das negociações tarifárias constantes no Acordo de Complementação Econômica (ACE 53).

A Viva Lácteos vai fortalecer o processo de abertura do mercado externo executando o Projeto Setorial de Promoção Internacional para o Setor Lácteo Brasileiro realizado em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX-Brasil), prevista para o biênio 2016/2017.

Tecnologia, Qualidade e Marcos Regulatórios

Para garantir mercado externo e atender às expectativas de 2016, o investimento em tecnologia para a melhoria da qualidade do leite e, consequentemente, da competitividade, associado à revisão e adequação dos marcos regulatórios do País são fundamentais. Por isso, a Associação manterá a efetiva participação junto ao Programa Mais Leite Saudável do MAPA, desenvolvido para fortalecer 7 pilares (Assistência Técnica e Gerencial, Melhoramento Genético, Política Agrícola, Sanidade Animal, Qualidade do Leite, Marco Regulatório e Ampliação de Mercados). “Como sempre, os compradores buscam regularidade e produtos de alta qualidade. Isso é justamente o que a cadeia tem buscado dar aos lácteos brasileiros, para torna-los competitivos”, destaca Marcelo Martins.

A Viva Lácteos tem demandado a reestruturação do Programa Nacional de Qualidade do Leite (PNQL) desenvolvido pelo Ministério da Agricultura. Entre outras questões, propõe-se a sistematização, numa plataforma, dos dados sobre qualidade do leite, a ser executado pela Embrapa; a integração do PNQL ao Sistema de Informações Gerenciais (SIGSIF) e o fortalecimento da Rede Brasileira de Laboratórios de Controle da Qualidade do Leite.

Em 2016, outra questão importante se refere à modernização dos marcos regulatórios junto aos órgãos responsáveis como a ANVISA e Ministério da Agricultura e o incentivo ao investimento em pesquisa e desenvolvimento. Ao mesmo tempo, é necessário manter o trabalho de comunicação para esclarecer à população sobre a importância da ingestão de lácteos para a saúde, especialmente entre as crianças e os idosos.

Dados da Balança Comercial de Lácteos Brasileira



As informações são da Assessoria de Imprensa da Viva Lácteos.
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Fernando Ferreira Pinheiro
FERNANDO FERREIRA PINHEIRO

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL

EM 20/01/2016

Há uma necessidade de participar e ser competitivo no mercado externo. Ações institucionais como as executadas pela Viva Lácteos são muito importantes. Para melhorar a efetividade destas ações e passarmos a ser efetivamente um player do mercado global de  lácteos, o Setor de Lácteos no Brasil precisa de mais algumas ações para sustentar melhor a estratégia de abrir mercados, até mesmo para evitar a perda de espaço no mercado interno. Digo isso, pois a competição hoje não somente entre empresas e outros players do setor, há outros segmentos alimentícios competindo com os lácteos e ocupando o espaço consumidor.



Precisamos de mais informações sobre as fortalezas e fraquezas do setor, bem como das ameaças e oportunidades existentes. O setor de leite ainda tem dificuldades com custos operacionais devido a falta de estrutura para escoamento da produção, com relação a qualidade há uma necessidade de reforçar o conceito de gestão da qualidade e não simplesmente falar em melhoria ou garantia. A cadeia do leite precisa buscar a profissionalização, e não somente do produtor, mas da cadeia como um todo.



O país investiu em uma Rede de Laboratórios para suporte ao programa de melhoria da qualidade do leite, mas com foi o resultado desse investimento? Na visão do MAPA, qual o retorno disso, como estão os resultados? Como estão estes laboratórios? Estão cumprindo o seu papel ou simplesmente competindo entre eles para saber quem faz mais análises? Estes laboratórios estão preocupados em realizar as análises com segurança e confiabilidade ou estão mais preocupados com aumentar a carteira de clientes a qualquer custo?



Há literalmente um mundo de oportunidades de mercado, muito mais que Venezuela (que tem dificuldade para pagar) e outros países que compram qualquer coisa. Em uma cadeia diversificada de produtos é preciso expandir as oportunidades para além do leite em pó. Há um mercado interno que já demonstrou preferência pelos lácteos, quando a economia é favorável. Ou seja, o setor tem muito campo para desenvolver, só precisa deixar se ser a esperança e trabalhar para ser a realidade.
Silas Arcanjo da Silva
SILAS ARCANJO DA SILVA

ITAPURANGA - GOIÁS - ESTUDANTE

EM 19/01/2016

Assim esperamos!
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