Setor de alimentos encolheu em 2016, mas prevê retomada

"Estamos moderadamente otimistas. As reformas que precisam ser feitas começaram a ser mexidas. Acreditamos que teremos uma condição melhor no futuro", afirmou Edmundo Klotz, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia).

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Após dois anos consecutivos de quedas em produção, vendas e investimentos, as indústrias de alimentação do país preveem uma retomada do crescimento em 2017. O cenário deve-se a um conjunto de fatores: previsão de crescimento da safra de grãos em relação ao ano passado, a inflação mais baixa e a perspectiva de estabilização no nível de desemprego e de melhora na economia, com a aprovação das reformas trabalhista e previdenciária. "Estamos moderadamente otimistas. As reformas que precisam ser feitas começaram a ser mexidas. Acreditamos que teremos uma condição melhor no futuro", afirmou Edmundo Klotz, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia).

setor de alimentos no Brasil

Para 2017 , a Abia prevê um crescimento de 0,6% a 1,2% na produção de alimentos, após uma queda de 0,96% em 2016. Para as vendas, a entidade estima um crescimento real de 0,7 % a 1,5% neste ano, ante uma queda real de 0,63% no ano passado, quando as vendas somaram R$ 614,3 bilhões.

No mercado interno, as vendas no varejo tiveram alta nominal de 9,8%, enquanto as vendas no setor de alimentação fora do lar ("food service") registraram aumento nominal de 7,1%. "Houve uma migração do consumo de fora do lar para dentro do lar. À medida que houver recuperação na economia, o mercado de "food service" voltará a crescer de forma mais acelerada que o varejo alimentar", disse Denis Ribeiro, diretor do departamento econômico da Abia. No mercado externo, as exportações do setor aumentaram 3,4% em 2016, para US$ 36,4 bilhões. Para este ano, a Abia prevê embarques de US$ 37 bilhões a US$ 40 bilhões, representando um aumento de 2% a 9,9%.

Com a perspectiva de melhora na produção e nas vendas de alimentos e bebidas neste ano, a Abia prevê uma retomada do crescimento nos investimentos do setor. Ribeiro estima que os aportes feitos pelas indústrias devem variar de R$ 10 bilhões a R$ 10,5 bilhões neste ano, ante R$ 9 bilhões em 2016. E, em 2018, o setor voltará ao patamar médio de investimentos anuais de R$ 11 bilhões. "Houve uma mudança na forma de investir das empresas do setor. Em vez de investir em fábricas novas, como fazem tradicionalmente, as empresas buscaram mais fusões e aquisições", afirmou Klotz. Em 2016, o total de fusões e aquisições no setor aumentou 25,7 %, para R$ 11,6 bilhões.

Considerando a soma de investimentos, fusões e aquisições, houve incremento nos aportes totais de 4,6% no ano passado, para R$ 20,6 bilhões. Klotz afirmou que em anos anteriores o setor fez desembolsos mais fortes na construção de fábricas, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Com a recessão, as companhias adiaram aportes em novas unidades, à espera da melhora no cenário de consumo.

A maior parte dos investimentos em 2016 foi destinada à ampliação de linhas de produção, desenvolvimento de produtos e manutenção das fábricas já existentes. Segundo Ribeiro, os segmentos que mais investiram no ano passado foram os de carnes e derivados, com aporte de R$ 2,2 bilhões; de bebidas, R$ 2,7 bilhões; e de derivados do trigo, com R$ 809 milhões. O economista considera que, em 2017 , o setor voltará investir na estrutura produtiva. "À medida que aumentar o uso da capacidade instalada, com o aumento do consumo doméstico, as indústrias devem voltar a investir em novas fábricas", disse Ribeiro.

As informações são do jornal Valor Econômico.
 
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