SC: produtores do Oeste jogam leite fora para protestar contra a crise do setor

Sindicatos ligados à CUT e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf-Sul) em Santa Catarina mobilizaram protestos em quatro cidades do Oeste catarinense na semana passada. A expectativa é que 2 mil trabalhadores tenham participado das manifestações em Chapecó, São Miguel do Oeste, Xanxerê e Maravilha para protestar contra a reforma da Previdência, as privatizações, os cortes em políticas públicas, pela revogação da reforma trabalhista e contra a crise no setor leiteiro.

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Sindicatos ligados à CUT e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf-Sul) em Santa Catarina mobilizaram protestos em quatro cidades do Oeste catarinense na semana passada. A expectativa é que 2 mil trabalhadores tenham participado das manifestações em Chapecó, São Miguel do Oeste, Xanxerê e Maravilha para protestar contra a reforma da Previdência, as privatizações, os cortes em políticas públicas, pela revogação da reforma trabalhista e contra a crise no setor leiteiro.

Produtores do Oeste de SC jogam leite fora em protesto pela crise do setor.
Foto: Luiz Zwrtes / Divulgação

"Precisamos que o governo adote políticas públicas, como barrar a importação de leite, que está derrubando o preço ao produtor (nacional), que já não cobre os custos, e também faça a aquisição do produto para os programas sociais" - disse o coordenador da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf-Sul) em Santa Catarina, Alexandre Bergamin.

Em Santa Catarina a produção de leite cresceu 165% nos últimos 15 anos. O Estado alcançou no ano passado a quarta posição em produção de leite, ultrapassando Goiás. São 3,1 bilhões de litros por ano, o equivalente a 442 litros por pessoa. Se for levada em conta que a média de consumo do brasileiro é de 180 litros per capita, Santa Catarina produz o dobro do que consome. 

O mercado nacional está abastecido, já que houve um crescimento de cerca de 6% na produção no primeiro semestre. E, além de receber o produto importado, o Brasil exporta menos de 2% da sua produção. Até agosto importou 128 mil toneladas e exportou 71 mil toneladas. Com isso, o produtor viu o preço cair mais de 40% em relação ao ano passado, ao passar de R$ 1,50 por litro para R$ 0,94. Quem acabou sendo beneficiado foi o consumidor.

Em Chapecó o litro de leite longa vida caiu mais de 30% nos últimos dois meses, baixando de R$ 2,70 para R$ 1,90 ou até a menos de R$ 1,70 em algumas promoções. Em alguns momentos do ano passado o litro chegou a estar próximo de R$ 4, quando havia queda na produção.

O governo federal chegou a suspender as importações do Uruguai no início do mês. Mas o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, acredita que com a retomada da economia haverá aumento de consumo e a consequente recuperação do setor. O secretário adjunto de Estado da Agricultura, Airton Spies, por outro lado, acredita que a saída para o Brasil e para Santa Catarina é exportar. Para isso, diz, é preciso reduzir custos e melhorar a qualidade. Em SC, há 80 mil famílias que produzem leite, sendo que 60 mil comercializam e as demais produzem para subsistência.

Pauta de reivindicações da Fetraf-Sul

- Revisão urgente, por parte do governo federal, nas importações de leite, estabelecendo cláusulas de barreiras;

- Regulamentação da atividade leiteira em Santa Catarina, com uma política clara de fortalecimento da agricultura familiar e a produção de leite à base de pasto com baixo custo e melhor qualidade, definindo política de preços, quota de produção e fomento de consumo;

- Criação de uma linha de crédito para as cooperativas e agroindústrias de pequeno e médio porte para não se desfazer de capital e honrar com seus compromissos junto aos agricultores.

- Política de incentivo fiscal às pequenas cooperativas e agroindústrias familiares do setor. Atualmente o Estado concede aos grandes laticínios milhões por ano com isenções fiscais. E para as pequenas agroindústrias familiares, quanto?

- Retomada imediata por parte da Conab das políticas institucionais de compra de leite para estoque regulador;

- Que os pequenos produtores tenham a garantia que seu trabalho não será medido pela quantidade e sim pela qualidade do leite produzido.

As informações são do Diário Catarinense, adaptadas pela Equipe MilkPoint. 
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