RS: queijo serrano pode obter certificado de identificação geográfica

O queijo serrano é produzido exclusivamente por pecuaristas familiares dos Campos de Cima da Serra do RS e Serra Catarinense. É fabricado a partir de leite cru, de vacas de raças de corte ou cruzadas, alimentadas basicamente nos campos nativos. A isso se somam as peculiaridades do processo artesanal de elaboração, passado de geração em geração, com pouquíssimas alterações. Como cada produtor processa apenas o leite que produz, a fabricação é em pequena escala (muitas vezes sazonal).

Publicado por: MilkPoint

Publicado em: - 2 minutos de leitura

Ícone para ver comentários 4
Ícone para curtir artigo 0

Para identificar produtos com potencial para indicação geográfica, os técnicos da Superintendência Federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no Estado, Edna Ferronatto e Roberto Lucena, visitam queijarias nos municípios de Bom Jesus e São José dos Ausentes. Juntamente com técnicos da Emater/RS-Ascar, lideranças municipais e associações de produtores, eles participam de reuniões. As visitas se encerram nesta quarta-feira (15).

Uma IG é o reconhecimento das qualidades específicas de um produto identificado com determinado território. Os técnicos verificam a necessidade de apoio no processo junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), órgão responsável por esse registro. Durante três dias em que visitaram a região, os técnicos fizeram o conhecimento da história e os avanços obtidos em termos de conhecimento sobre o queijo artesanal serrano, a maturidade da cadeia produtiva, a organização dos produtores e o interesse em uma obter a IG.

O assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, Jaime Ries, explica que o trabalho desenvolvido por diversas instituições, desde 2006, através do Projeto de Qualificação e Certificação do Queijo Artesanal Serrano, procurou ampliar o conhecimento sobre o produto, legalizar as queijarias artesanais e organizar os produtores, condições indispensáveis para a indicação geográfica. "Esse reconhecimento busca proteger o direito de produção para as famílias dessa região; distinguir o produto no mercado, gerando maior valorização; e assegurar aos consumidores a garantia de estar adquirindo o produto desejado", conclui Ries.

Queijo serrano

O queijo serrano é produzido exclusivamente por pecuaristas familiares dos Campos de Cima da Serra do RS e Serra Catarinense. É fabricado a partir de leite cru, de vacas de raças de corte ou cruzadas, alimentadas basicamente nos campos nativos. A isso se somam as peculiaridades do processo artesanal de elaboração, passado de geração em geração, com pouquíssimas alterações. Como cada produtor processa apenas o leite que produz, a fabricação é em pequena escala (muitas vezes sazonal).

Produzido há mais de 200 anos, a partir de receita de origem portuguesa, é o queijo mais antigo da Região Sul do Brasil e que integra a cultura serrana. Possui uma textura amanteigada e aroma e sabor que se acentuam com a maturação, e que o diferenciam dos demais queijos artesanais brasileiros.

Importância para as famílias

A produção envolve cerca de três mil famílias nos dois estados. Apesar de geralmente ser fabricado e comercializado na informalidade, devido às restrições da legislação brasileira para esse tipo de produto, representa, muitas vezes, mais de 50% da renda das propriedades com até 200 hectares. A esse produtor, interessa tanto vender o queijo, que garante a manutenção da família, como os terneiros, considerados uma poupança.

A matéria é do Governo do Rio Grande do Sul, adaptada pela Equipe MilkPoint.
Ícone para ver comentários 4
Ícone para curtir artigo 0

Publicado por:

Foto MilkPoint

MilkPoint

O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.

Deixe sua opinião!

Foto do usuário

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração.

Hermenegildo de Assis Villaça
HERMENEGILDO DE ASSIS VILLAÇA

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 09/12/2013

 Concordo inteiramente com Paulo R.F. Muhlbach, quanto à pasteurização e  sugiro tomar conhecimento do queijo artesanal candango, do entorno de Brasilia



            Hermenegildo Villaça - embrapa gado de leite.





    

  


Ricardo Dangelo Andrade Reis
RICARDO DANGELO ANDRADE REIS

SÃO JOÃO DEL REI - MINAS GERAIS - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 17/05/2013

Enfrentamos o mesmo problema em Minas Gerais, com a mídia atacando o Ministério da Agricultura como se as leis fossem feitas para atingir determinada classe produtora, impedindo de comercializar seus produtos em outros estados. E pelo visto agora a classe acadêmica também resolveu atacar.......

Gostaria de fazer um estudo da qualidade do queijo artesanal diretamente nos pontos de venda para ver o que acharemos, no que diz respeito à análises microbiológicas.

HÁ muito tempo que tenho esta curiosidade, mas o meio acadêmico parece que tem medo de descobrir a verdade dos queijos artesanais. As pesquisas são pontuais, não refletindo o universo real do comércio de queijos artesanais.


bianca pinto pereira
BIANCA PINTO PEREIRA

SÃO FRANCISCO DE PAULA - RIO GRANDE DO SUL

EM 16/05/2013

Concordo com a opinião alheia, porém este produto já vem sendo pesquisado e analisado quanto a qualidade, e a sanidade dos animais vem sendo trabalhada à muito tempo. Se quiseres saber mais podes entrar no Lume da UFRGS  e procurar por dissertação de mestrado.Bianca P. Pereira, CARACTERIZAÇÃO DO LEITE USADO PARA A PRODUÇÃO DO QUEIJO ARTESANAL SERRANO EM CAMBARÁ DO SUL...terá mais algumas informações...inclusive quanto a CCS.Esse leite não posui adição de uréia, soda e outros produtos químicos cancerígenos que foram detectados em leites UHT..."bem pasteurizados".
Paulo R. F. Mühlbach
PAULO R. F. MÜHLBACH

PORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 15/05/2013

Pode até ser saboroso o tal de queijo Serrano, mas imaginando a ordenha de vacas de corte e as respectivas condições de higiene (ainda mais considerando um escasso investimento em equipamento e higienização para uma produção sazonal, de pequena escala), o manuseio desse leite cru e o perigo que representam a tuberculose, brucelose, salmonelose, colibaciloses, listeriose, e outras "oses" mais, sou levado a preferir sempre o queijo de leite pasteurizado.
Qual a sua dúvida hoje?