RS: produtores de leite tentam recuperar perdas
Um dos fatos mais emblemáticos da crise enfrentada pelos produtores de leite do Rio Grande do Sul é o de um grupo de agricultores de Crissiumal, no Noroeste do Estado, que desde 27 de novembro se revezam em frente a uma fábrica instalada na cidade e que até poucos meses pertencia à LBR. Por nenhum dia, desde então, o grupo deixou a entrada da indústria.[...]
Publicado por: MilkPoint
Publicado em: - 4 minutos de leitura
Vendida em um leilão no segundo semestre do ano passado, a planta está, atualmente, arrendada para a Italac por 10 anos. E foi para impedir que a Italac começasse a operar no município, sem que antes fossem sanadas as dívidas com os agricultores, que a manifestação teve início.
“Trancamos a LBR para que pudéssemos receber o valor pago”, explica o produtor rural Milton Gaertner, que tem R$ 12 mil a receber da empresa. No entanto, o total de pagamentos atrasados, somados com o de outras empresas inadimplentes, ultrapassa os R$ 50 mil – o pecuarista ainda tem a receber R$ 14 mil da Mondaí e R$ 28 mil da Promilk.
Gaertner é um dos poucos produtores com valor a receber da LBR que não abre mão de receber integralmente o valor devido. Outros, como Celso Busanello, aceitaram uma proposta da Italac para minimizar o problema, e abriram mão de 50% do total a que tinham direito para receber metade do valor da dívida, paga pela Italac em cinco vezes.
O diretor da Italac, Lenormand Eugênio da Silva, destaca, de antemão, que a dívida não é deles, mas que a empresa se propôs a comprar o crédito dos produtores pela metade do valor. “Nós fizemos um termo de cessão de crédito, para justificar a saída do dinheiro para daqui dois ou três anos lançarmos isso como um prejuízo, quer dizer, um negócio que a empresa fez errado, ao ter comprado uma dívida de R$ 10 mil por R$ 5 mil sem receber por ela”, atesta Silva.
Para Busanello, o que pesou na decisão foi a falta de perspectiva de pagamento por parte da LBR. “Eu achei que não receberia. Com medo de perder tudo abrimos mão de metade do valor”, comenta. O produtor tinha um crédito de R$ 4,2 mil líquidos a receber da LBR, mas aceitou R$ 2,1 mil (pagos em cinco parcelas) para minimizar parte das perdas. O valor, relata, não paga o custo de produção, que segundo os produtores locais é da ordem de 70% a 75% do valor que têm a receber, mas ainda é melhor do que nada, pondera, sem negar a dificuldade que a situação gera: “minhas prestações todas continuam no mesmo valor, ninguém abate 50% do que tem a receber”. Atualmente, o produtor vende uma média de 120 litros de leite para a Italac. Neste mês, diz receber R$ 0,65 pelo litro, mas espera que a situação melhore com a chegada da entressafra.
Embora a fábrica de Crissiumal não esteja operando, a Italac capta o leite dos produtores para beneficiar em outras unidades. De ativos que eram da LBR, a empresa arrenda, também, plantas em Tapejara e Giruá.
Gaertner, embora não tenha aceitado a solução proposta pela empresa, também vende a produção para a Italac, mas no caso dele o valor pago pelo litro é de R$ 0,75, mesmo valor recebido pelo produtor rural Adécio Zahn, que também não aceitou abrir mão de receber integralmente os R$ 9,2 mil devidos pela LBR. “A margem de lucro que a gente tem é muito pouca, metade do valor não paga nem os custos de produção”, argumenta, reconhecendo a iniciativa da Italac: “está dando uma mão para a gente e pagando em prazo menor o leite. É uma firma de mais segurança”.
Mais de 50 produtores esperam a penhora de bens da indústria
Os dois produtores que recusaram a solução proposta pela Italac integram um grupo de 52 agricultores que movem ação na Justiça conta a LBR. Na última semana, uma conquista foi a venda de queijos da LBR que estavam parados na fábrica de Crissiumal. O saldo, no entanto, não é suficiente para remunerar a metade dos agricultores que esperam receber integralmente os valores devidos pela LBR. A saída proposta pelo advogado dos trabalhadores é penhorar mais alguns bens da LBR. No total, 2 mil agricultores teriam créditos a receber, destes 1,6 mil optaram pela solução proposta pela Italac. “E tem mais adesão a cada dia”, contabiliza Lenormand Eugênio da Silva, diretor da Italac.
Silva assegura que a responsabilidade sobre pagamentos devidos não recai nem sobre a Italac e nem sobre a empresa que adquiriu os ativos da LBR, mas diz ter averbado a carteira de trabalho de cerca de 250 funcionários da LBR, que não podem ser demitidos no prazo de um ano.
Segundo documentos disponibilizados no site da LBR, a ARC Medical Logística propôs a compra das plantas da LBR em Giruá, Tapejara, Crissiumal e Bom Jesus (SC) por R$ 65 milhões, embora tenha capital social de R$ 20 mil. O total investido pela ARC – que na ficha cadastral menciona o comércio atacadista de leite e laticínios como atividade principal, mas se descreve como empresa de produtos farmacêuticos na internet – foi de R$ 213 milhões em cinco unidades produtivas independentes (UPIs) leiloadas pela LBR. O Jornal do Comércio não conseguiu esclarecimentos nem com a ARC Medical Logística e nem com a LBR, que preferiu não se manifestar.
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PERNAMBUCO
EM 13/02/2015
Aqui em Garanhuns - Pernambuco eles não pagam nada, sequer temos informações sobre o assunto, recorremos ao administrador judicial responsável e não obtivemos resposta, estamos aguardando através da mídia para ver se existe uma ajuda a nós fornecedores.

FRANCISCO BELTRÃO - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 09/02/2015
MARIPÁ - PARANÁ
EM 09/02/2015

XAXIM - SANTA CATARINA
EM 09/02/2015
Alguém lembra da crise mundial de 2008? O que o nosso então presidente Lula disse?
"essa crise é uma Marolinha". O problema é que a "Marolinha" está engolindo o Brasil. Um país quebrado. Essa é a herança do PT juntamente com essa merda de "socialismo(não funcionou em nenhum lugar do mundo)" que tentam implantar... "Todos por uns", ou seja. Todos brasileiros que trabalham pagam seus impostos, geram riqueza para o PT. Simples assim. Está na hora de pintarmos a cara e sairmos as ruas pedir a renuncia da presidenta e novas eleições JÁ.

SANTA HELENA DE GOIÁS - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 07/02/2015

CARMÓPOLIS DE MINAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 07/02/2015

RIO MARIA - PARÁ - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS
EM 06/02/2015
Onde anda o BNDES, que injetou milhões na LBR?
Não fiscalizou os resultados da companhia, e o resultado agora é o produtor, fazendo piquete para receber o que produziu e vendeu honestamente!
Esse continua sendo o Brasil!!!