RS: produtores alegam prejuízos e descarte desnecessário de leite devido a maior rigor da indústria em testes
A confiabilidade dos tetes rápidos realizados pela indústria para detectar resíduo de antibiótico é questionada por produtores de leite do Rio Grande do Sul. Eles alegam que o método estaria causando descarte desnecessário da matéria-prima. O pecuarista Alverino Ozelame, 52 anos, de Espumoso, no Norte, estima um prejuízo de mais de R$ 35 mil. No ano passado, ele teve o produto recusado cinco vezes, somando 20,9 mil litros.
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O problema, segundo ele, é que esses mesmos exames, quando feitos na fazenda, não indicavam a presença de medicamentos, mas, assim que a carga chegava ao posto de resfriamento, o resultado era diferente. Ozelame decidiu, então, enviar amostras para um laboratório de São Paulo. Em duas ocasiões, não foram detectados resíduos e, em outras três, a quantidade ficou abaixo do máximo valor previsto em uma resolução que abrange o Mercosul (GMC 54, de 2000).
– Hoje, a indústria utiliza um teste que apenas identifica se tem ou não resíduo. Eles não poderiam condenar a carga sem quantificar. A indústria quer mostrar que é séria e, para isso, precisa punir alguém. Não tenho mais confiança para medicar os animais. – reclama o pecuarista, que tem 300 animais, sendo 170 em lactação, das raças jersey e holandesa.
Em Campos Borges, no Noroeste, Adairton Pereira da Paixão, 49 anos, teve de bancar o descarte de 3.480 litros – dos quais só cerca de 250 eram dele – após um teste rápido detectar resíduo de antibiótico no leite recolhido.
Segundo a fiscal federal agropecuária Beatris Sonntag Kuchenbecker, do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal, do Ministério da Agricultura no Estado, a lei não permite a venda de leite com resíduos de medicamentos veterinários, como antimicrobianos (ou antibióticos), antiparasitários e anti-inflamatórios.
Beatris explica que as normas que orientam fiscais e a indústria – o Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riispoa) e a Instrução Normativa 62/2011 – não falam em um “limite tolerável”:
– A lei diz que não pode haver substâncias estranhas à composição do leite. Nenhuma.
Ministério da Agricultura e Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat-RS) garantem que os testes rápidos são confiáveis e trazem segurança.
Segundo Beatris, análises mais apuradas, que pudessem quantificar e não só identificar ou não resíduos, são impraticáveis, pelo tempo e investimentos demandados.
Presidente do Sindilat-RS, Alexandre Guerra reconhece que a indústria está mais rigorosa hoje, após inúmeras fases da Operação Leite Compen$ado, do Ministério Público, que identificou fraudes cometidas por transportadores:
– Ampliamos o número de testes e investimentos para se proteger ainda mais. As análises seguem a IN 62 e o plano de qualidade de cada empresa. Como consumidores, todos querem qualidade.
Segundo Guerra, a recomendação é que os produtores enviem pelo transportador uma amostra do leite do animal tratado, após o período de carência, para a indústria testar. Assim, o pecuarista se certifica de que a matéria-prima não tem resíduos de medicamentos e não corre risco de prejuízo.
As informações são do Zero Hora.
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ITAJUBÁ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 03/04/2017

NAZARENO - MINAS GERAIS
EM 22/11/2015
Outro ponto a ser lembrado é a super dosagem, onde se usa, mais produto do que esta recomendado, o que faz o PERÍODO DE CARÊNCIA, prolongar.
Falando em antibiótico, o bom e sempre trabalhar com mais de um/dois dia extra do período da bula. Sendo que deve ter boas marcações nos animais...
Outro ponto a ser considerado é, o tratamento de vaca seca. Pois acontece muito de achar que a vaca, falta 60 dias para parir, onde a marcação esta errada ou até mesmo adianta o parto. Dessa forma, resultando em leite com antibiótico.
É só ler a bula dos medicamentos com atenção, que estará escrito a carência.
E sempre trabalhar com honestidade, desde o laticínios/ cooperativas, técnicos, transportador até o produtor...
Separar o leite de animais duvidosos, e fazer a análise, antes de colocar no tanque. Colocar apenas quando tiver a certeza do teste ser negativo.
Tema de grande relevância. Parabéns.
Abraço

ABELARDO LUZ - SANTA CATARINA - ESTUDANTE
EM 21/11/2015
CONSTANTINA - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 19/11/2015
Animais tratados com tetraciclinas e penicilinas quase sempre possuem período de carência maior que o estipulado em bula, mesmo quando usado na dose recomendada pelo fabricante. Isso é fato e não "achismo".
Fatos preocupantes, vergonhosos e que mostram a falta de padrão e confiança é quando o leite de um animal tratado com tetraciclina dá positivo para penicilina; ou leite de animal tratado com diclofenaco dá positivo para antibiótico. Esses fatos dão total insegurança para os produtores e para quem faz a recomendação.
Temos no mercado produtos licenciados há 10 anos, alguns 15 ou mais, e aí vem a minha dúvida, os testes de hoje são os mesmos que a 15 anos atrás? Os mesmos produtos licenciados pelo MAPA (com um determinado período de carência), não estão passando pelos testes aprovados pelo próprio MAPA. Há contradições!!
Sem dúvida precisamos melhorar a qualidade deste nobre alimento. A caminhada para chegar até lá é grande. A padronização de testes e licenças dos produtos, além da honestidade e comprometimento de indústrias, produtores e técnicos serão necessários.

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL
EM 19/11/2015
LAVRAS - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS
EM 18/11/2015
Quem vive o dia a dia da Indústria e sofre fiscalização sabe que não tem como receber produto com resíduo;
Agora me expliquem os que sempre dizem que a culpa é da indústria porque só dá antibiótico sábado, domingo e feriados?
O produtor tem que entender que produzimos alimento e que leite contaminado deve ser descartado.
Temos um sistema de contra prova na fazenda. A realidade é que a contra prova sempre dá positica e em todos os casos constatamos que o produtor descuida na liberação de animais antes do prazo, geralmente acontecem com funcionários "folguistas".
Portanto, devemos desenvolver métodos visuais de marcação de animais em tratamento além de anotações como acontecem em fichas de programas BPF.
VARGEÃO - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 18/11/2015

GUARANI - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 18/11/2015

PASSO FUNDO - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 18/11/2015
Recentemente comentando com colegas tem muito produtor que não respeita o período de carência ou mesmo nem fazem o descarte de leite e não são pegos nos testes, então os testes para alguns antibióticos são eficazes e outros não?
Para mim qualquer produto que não pertença a composição do leite não deveria estar ali.
Com a crescente população acho eu que deveria estar mais organizado para podermos ter um leite de alta qualidade no Brasil. Amanha ou depois ocorre um problema de aparecer antibióticos no leite que vai sair do Brasil e dai vai ficar muito mais ruim do que já esta para o produtor.
UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 18/11/2015

SANTA RITA DO SAPUCAÍ - MINAS GERAIS
EM 18/11/2015

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 17/11/2015
Em momento algum da IN62 ela cita que o uso ou níveis de ATB no Leite são proibidos.
Está clara uma situação de interpretação errônea por parte do Fiscal Federal da lei e regulamentação brasileira.
E a Industria tem muita culpa, pois ela sempre soube que os testes tem que ser quantitativos não qualitativos.
Isso virou um jogo de empurra e quem continua sofrendo é o produtor.
UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS
EM 17/11/2015

ARAPOTI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 17/11/2015
Mas porque Só o gaucho reclama de regras claras e serias?????
NOVA PRATA - RIO GRANDE DO SUL
EM 17/11/2015