RS: futuro da bacia leiteira é discutido por lideranças no Noroeste gaúcho

Em uma proposição da Emater/RS-Ascar e da Associação Regional dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais da Grande Santa Rosa, entidades de 23 municípios do Noroeste do Estado reuniram-se, na quinta-feira (27/08), para discutir o cenário da cadeia produtiva do leite e alternativas para os agricultores que têm deixado a atividade na região. Segundo levantamento feito pela Emater/RS-Ascar, 39,1 milhões litros de leite ao mês são produzidos por aproximadamente 14.380 produtores da região Fronteira Noroeste, com finalidade comercial ou de subsistência. Isso significa em torno de R$ 30,5 milhões que giram por mês nesses municípios. Por outro lado, o grupo que se reuniu em Santa Rosa mostrou-se preocupado com os dados que apontam que, desde dezembro de 2014, mais de 3 mil famílias foram excluídas da atividade, gerando impacto social e econômico.

Estiveram presentes no evento prefeitos, secretários de agricultura e da fazenda, presidentes de conselhos agropecuários, chefes de escritórios municipais da Emater/RS-Ascar, lideranças de sindicatos de trabalhadores rurais, bem como representantes de escolas técnicas, universidades, cooperativas, Coredes e Território Fronteira Noroeste, APL Agroindústria e APL Leite. Entre as autoridades presentes estavam o gerente regional da Emater/RS-Ascar Luiz Nelmo de Menezes Vargas, o presidente da Associação Regional dos Sindicatos dos Trabalhadores da Grande Santa Rosa, Pedrinho Signori, representando a Associação dos Municípios da Grande Santa Rosa, e o prefeito de Horizontina, Ildo Hickman, além do vice-prefeito de Santa Rosa, Luís Antônio Benvegnú, do coordenador regional dos secretários de Agricultura, Darci Napivoski, do diretor da Fetag/RS, Nestor Bonfanti, do coordenador regional da Secretaria Estadual de Agricultura, Airton Bettinger, e do representante da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo Ernesto Ivo de Lima.

Na oportunidade o gerente regional adjunto da Emater/RS-Ascar, José Vanderlei Waschburger, conduziu o painel sobre o panorama da atividade leiteira na região. Foram apresentados dados como o número de produtores envolvidos por faixa de produtividade: 3.128 produzem até 50 litros de leite ao dia; 3.070, de 51 a 100 litros; 2.581 produzem de 101 a 150 litros; 2.289 produzem de 151 a 200 litros; 1.817 produzem de 201 a 300 litros; 1.223 produzem de 301 a 500 litros; 659 produtores de 501 a 1000 litros; 122 de 1.001 a 2500 litros; e quatro produtores com mais de 2.500 litros de leite ao dia. A produtividade média destas propriedades é de 10 litros de leite ao dia/vaca.

Waschburger também destacou a rentabilidade de algumas atividades em um hectare de área, comparando com a cultura da soja e da uva: 50 sacos de soja a uma média de R$ 60,00 resultariam em R$ 3 mil; produção de leite a pasto com 20 vacas resultaria em média R$ 6.570,00 ao mês; já a produção de uva, em R$ 20 mil.

Diante disso, o gerente regional da Emater/RS-Ascar, Nelmo Vargas, destacou a importância de um trabalho fortalecido com parcerias para apresentar diferentes alternativas econômicas e sociais de permanência no campo, inclusive para aqueles produtores que têm sido excluídos da atividade leiteira.

Na sequencia, o extensionista da Emater/RS-Ascar Elir Paulo Pasquetti apresentou a experiência de Nova Candelária, premiado como Município Amigo do Leite, no último mês de julho, durante o Congresso Internacional do Leite, realizado em Porto Alegre.

A partir da conjuntura apresentada, foi realizado debate e encaminhadas ações e estratégias que envolvem lideranças e diferentes entidades da região, que levaram em conta os principais gargalos apontados. Tais encaminhamentos farão parte de um relatório a ser sistematizado e aprovado pelas entidades envolvidas, que darão seguimento às ações.

As informações são da Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar.