Robô queijeiro: ferramenta ajuda laticínio na qualidade dos queijos

O primeiro robô queijeiro do mundo está em funcionamento e ajudando um laticínio dinamarquês com o controle de qualidade de seus queijos. De acordo com o pesquisador da Universidade de Copenhague por trás da invenção, o robô pode economizar tempo e dinheiro das indústrias de laticínios, ao mesmo tempo em que contribui para uma produção mais sustentável a longo prazo.

Na fábrica de laticínios da Arla em Taulov, na Dinamarca, os trabalhadores "com avental" foram acompanhados por um "colega prateado e de olhos vermelhos brilhantes" – um robô que os ajuda a produzir deliciosos queijos dinamarqueses Havarti, Danbo e Maribo.

O robô ilumina os queijos com luz infravermelha através de dois tubos finos de metal que são inseridos diretamente na coalhada macia. A luz emite comprimentos de onda que são armazenados como dados sobre o queijo em um computador.

“Analisar a luz nos permite mapear as impressões digitais químicas de um queijo – incluindo seu teor de gordura, proteína e carboidratos, entre outras coisas. Ao fazer isso, sempre podemos ver se os queijos atendem aos padrões de qualidade dos laticínios em relação à segurança, textura e sabor", explica Klavs Martin Sørensen, professor associado do Departamento de Ciência dos Alimentos da Universidade de Copenhague.

Sørensen desenvolveu o robô com a Arla, com o Ministério Dinamarquês do Meio Ambiente e com a Fundação Dinamarquesa de Pesquisa em Laticínios para garantir qualidade e sabor de primeira qualidade para queijos.

"O robô é único porque monitora cada queijo em um estágio muito inicial do processo. Ele pode notificar um laticínio em segundos se algo estiver errado e como, por exemplo, o laticínio deve ajustar a receita de um queijo para que ele seja aperfeiçoado. Nunca conseguimos monitorar isso antes. Portanto, o robô é o primeiro desse tipo e apresenta uma maneira completamente nova de trabalhar com a produção digital de alimentos", explica Klavs Martin Sørensen.

Foto de Klavs Martin Sørensen com o robô. Por: Anders Fjeldberg.

Interrompendo falhas, antes que seja tarde demais

Até agora, o controle de qualidade na fabricação baseava-se em amostras individuais retiradas de um lote inteiro de queijos, juntamente com os narizes afiados dos trabalhadores do laticínios e sua noção de qual deveria ser a consistência de um queijo.

O robô de queijo permitirá que as empresas recuperem continuamente informações sobre a condição e a qualidade de seus queijos, o que pode economizar tempo e dinheiro.

"As empresas de laticínios estão empolgadas com o robô porque ele fornece um parceiro que pode ajudá-las a eliminar erros no início, em vez de no final do processo, como é o caso agora. Eles também estão felizes com a quantidade de dados coletados pelo robô, tudo isso pode ser usado para melhorar a produção de queijo. O robô nunca pode substituir os trabalhadores de laticínios, mas será uma ferramenta indispensável para eles", explica Martin Sørensen.

Queijos 'verdes'

Além do fato de que o robô pode ajudar a garantir a qualidade do queijo, ele também pode ser usado para investigar vários métodos de produção sustentáveis.

"Em breve começaremos a testar se menos água pode ser usada ou se é possível reciclar parte da água de queijos anteriores em produção. Aqui, o robô pode nos ajudar a determinar quanta água podemos economizar sem comprometer a qualidade e o sabor", afirma Klavs Martin Sørensen. Ele acrescenta que, a princípio, o robô também pode ser implantado para testar outros alimentos, incluindo carnes, frutas ou pão. 

Até agora, o robô só foi testado em Taulov Mejeri por três meses. Mas Klavs Martin Sørensen aposta que estará pronto para ser lançado em várias laticínios em cerca de um ano, observando que as consultas de empresas interessadas já começaram.

As informações são da Universidade de Copenhague, traduzidas pela Equipe MilkPoint.