RMCA: Margem sobre custos de alimentação sobe 8,2%

A RMCA (Receita Menos Custo de Alimentação) é uma medida simples de se obter e muito representativa para um panorama do retorno da atividade. O valor calculado para o mês de julho da pesquisa foi de R$12,56/vaca/dia, o que mostrou um crescimento de 8,2% frente ao valor do mês anterior. Na média, o custo de alimentação foi equivalente a 43,1% da receita total, o que reforça a importância da análise da RMCA para mensurar a eficiência econômica da produção de leite. Confira os resultados completos do segundo relatório do Projeto RMCA MilkPoint e participe você também!

Publicado por: MilkPoint

Publicado em: - 4 minutos de leitura

Ícone para ver comentários 12
Ícone para curtir artigo 0

A RMCA (Receita Menos Custo de Alimentação) é uma medida simples de se obter e muito representativa para um panorama do retorno da atividade. A medida que os dados mensais são colocados, será possível comparar a RMCA de diversas regiões ao longo do ano, além do próprio produtor poder comparar sua média com o restante.

Os participantes do levantamento inserem seus dados (produção média/vaca/dia, custo de alimentação/vaca/dia, preço líquido recebido pelo litro de leite e porcentagem de ingestão de matéria seca proveniente do pasto) e recebem por e-mail a RMCA calculada, que é obtida da seguinte maneira:



No entanto, como a produção de leite é uma atividade bastante heterogênea, na qual existem diversas formas de alocar os recursos, alterando tanto a receita quanto as despesas, também foi perguntado aos participantes qual a porcentagem de ingestão de matéria seca proveniente do pasto. Tal questão torna-se relevante pois à medida que a ingestão de pasto na dieta aumenta, o custo de alimentação por litro tende a ser menor. Por outro lado, a produção também cai, de forma que nem sempre a melhor RMCA é obtida em sistemas a pasto.

A maior parte dos participantes neste mês foi da região Sudeste, com 54% do total de respostas. A região Sul teve 22% do total, enquanto outros 15% tem sua produção no Centro-Oeste. Os 9% restantes foram do Nordeste.

Entre os participantes, a produção média/vaca/dia foi de 19,2 litros, 1,6% maior que o dado de julho, que havia sido de 18,9 litros. O custo diário de alimentação médio foi de R$8,64 e a média de porcentagem de MS proveniente do pasto de 22%.

A RMCA calculada para o mês de julho da pesquisa foi de R$12,56/vaca/dia, crescimento de 8,2% frente ao valor do mês anterior. Na média, o custo de alimentação foi equivalente a 43,1% da receita total, o que reforça a importância da análise da RMCA para mensurar a eficiência econômica da produção de leite.

Gráfico 1 – RMCA MilkPoint Junho x Julho

Fonte: MilkPoint

Se analisarmos somente os produtores que participaram nas duas edições, a variação da RMCA foi um pouco menor. Enquanto a média de junho destes produtores foi de R$13,11, em julho subiu 6,3%, chegando a R$13,94/vaca/dia. Um dado interessante é que, mesmo com custo de alimentação expressivamente mais alto entre junho e julho(11%), estes produtores conseguiram obter uma RMCA maior, devido a aumentos na produtividade por vaca (4%) e no preço recebido pelo leite (3,8%).

O gráfico abaixo apresenta a dispersão dos valores obtidos no levantamento geral, comparando a RMCA com a produção diária por vaca. Novamente fica clara a tendência de aumento da RMCA quanto maior for a produção diária/vaca obtida.

Gráfico 2 – RMCA x Produção diária - Julho de 2013

Fonte: MilkPoint

O R² (coeficiente de determinação) da regressão linear entre RMCA e Produção Diária, que é uma medida estatística utilizada para analisar o ajuste da série de dados ao modelo utilizado, foi de 0,79, o que indica que há grande correlação entre o crescimento da RMCA e a Produção Diária/vaca.

É interessante lembrar que a RMCA capta o custo de alimentação, mas não os demais custos. É possível que uma fazenda com RMCA mais elevado tenha lucro por vaca mais baixo caso os demais custos sejam mais elevados do que outra que tenha um RMCA mais baixo. Um fator que pode influenciar muito nesta análise é o custo da terra, que varia muito entre as regiões do país.

Um dado importante a ser observado é a questão referente à quantidade de matéria seca proveniente do pasto. 64% dos participantes preencheram este dado, que é opcional. Para uma melhor análise dos dados, separamos esta categoria em dois grupos: propriedades com animais que ingerem até 30% de matéria seca no pasto e aquelas com mais de 30% da matéria seca originária do pasto.

Tabela 1 – RMCA por faixa de ingestão de matéria seca proveniente do pasto

Fonte: MilkPoint

No Brasil, não é comum classificar os tipos de sistema com base na inserção de pasto na dieta, de forma que é um dado que teremos de aprender a lidar e usar com o tempo. Na Nova Zelândia, a % de ingestão de MS via pasto é o que define os sistemas.

Pelos dados, é nítida a diferença entre o RMCA de cada faixa: enquanto as propriedades com até 30% de MS oriunda do pasto tiveram, em média, RMCA de R$13,00, a outra faixa, composta por propriedades com mais de 30% de MS proveniente do pasto obteve RMCA de R$10,20, diferença de 27,4%.
Na comparação por região, o Sul apresentou a maior média de RMCA (R$16,00), seguido pelo Sudeste (R$15,59) e Centro-Oeste (R$13,07). Se analisarmos a produção média/dia destas regiões, vemos novamente o que foi explicitado no gráfico 2 ocorrer: em geral, quanto maior a produção por vaca, maior a RMCA.

Tabela 2 - Média de produção/vaca/dia em litros e média RMCA em R$ por região.

Fonte: MilkPoint (Nordeste com poucos dados para análise consistente)

O Projeto RMCA MilkPoint continua, você já pode inserir os dados referentes a agosto até o final de setembro no formulário abaixo! Participe você também! Os participantes das 2 edições estão recebendo por email mais informações referentes aos 2 meses em que já participaram.

O Projeto RMCA MilkPoint continua! Você pode inserir os dados no formulário abaixo referentes a agosto até o final de setembro. Participe você também!
QUER ACESSAR O CONTEÚDO? É GRATUITO!

Para continuar lendo o conteúdo entre com sua conta ou cadastre-se no MilkPoint.

Tenha acesso a conteúdos exclusivos gratuitamente!

Ícone para ver comentários 12
Ícone para curtir artigo 0

Publicado por:

Foto MilkPoint

MilkPoint

O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.

Deixe sua opinião!

Foto do usuário

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração.

Suely de Fatima Marques Rocha
SUELY DE FATIMA MARQUES ROCHA

BARRA MANSA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/10/2013

Alberto Figueiredo, fiquei interessada na planilha em excell mencionada pelo senhor.

Poderia me encaminhar os formulários para entrada de dados.

Agradeço a cooperação.

Suely

e-mail: suelymrocha@gmail.com
Alberto Werneck de Figueiredo
ALBERTO WERNECK DE FIGUEIREDO

RESENDE - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/10/2013

Agradeço pelas manifestações em relação à planilha.

Trata-se, por enquanto, de uma planilha em excel, que está em processo da automatização para internet.

Posso encaminhar os principais relatórios que são produzidos no momento e, havendo interesse, os formulários para entrada de dados, que, uma vez preenchidos, poderiam gerar relatórios específicos.

Atenciosamente,

Alberto Figueiredo

e-mail: albertofigueiredo@globo.com
Leomar
LEOMAR

RIO VERDE - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/10/2013

Boa Noite!

Alberto Figueiredo se for possivel gostaria de conhecer sua planilha.

Pode me envia no email.  leottech@gmail.com

Obrigado.
Vinícius Rosa Bagatta
VINÍCIUS ROSA BAGATTA

TAMBAÚ - SÃO PAULO - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 08/10/2013

Alberto Figueiredo, tenho interesse em conhecer a planilha que desenvolveu, se possível me envie no e-mail vbagatta@yahoo.com.br .

att
CANDIDO MARCIO CONCEICAO TAVARES
CANDIDO MARCIO CONCEICAO TAVARES

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/10/2013

Sr Alberto Figueiredo, tenho interesse em conhecer a planilha que o Sr. desenvolveu.  Se possível enviar para candidomarcio@yahoo.com.br.

Desde já agradeço.
Vanessa
VANESSA

UBERABA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 07/10/2013

Sr Alberto Figueiredo, tenho interesse em conhecer a planilha que o Sr. desenvolveu. Se puder me enviar, meu contato é vanessa@geneticaanimal.com.br.

Muito Obrigada!
Paulo R. F. Mühlbach
PAULO R. F. MÜHLBACH

PORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 04/10/2013

Só para lembrar, no meu post de Janeiro passado, sobre custo de produção, fiz um comentário sobre o equipamento referido, apresentado num vídeo:

http://www.milkpoint.com.br/mypoint/23709/p_um_dedo_na_moleira_do_famigerado_custo_de_producao_de_leite_4950.aspx
edison antonio pin
EDISON ANTONIO PIN

DOIS VIZINHOS - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 04/10/2013

Este procedimento sugerido pelo Senhor Evandro Vasconcelos é feito rotineiramente aqui na região de Vêneto - Itália. Arrivederci!

Evandro Vasconcelos
EVANDRO VASCONCELOS

SÃO PAULO - SÃO PAULO

EM 03/10/2013

Prezados, peço a permissão de sugerir:

Podemos colaborar com o projeto, disponibilizando para estudos e melhor avaliações nutricionais das diferentes dietas, a tecnologia de análises em tempo real de silagens, forragens, pastos e insumos, através do uso do NIR - infravermelho, pois sendo semi-portátil, poderá ser levado até as propriedades e determinar tais parâmetros como PB, MM, MS, EE, FDN, FDA, entre outros, que poderão ser rapidamente exportados para os softwares de formulação. Com base nessas informações das dietas, o consultor poderá controlar melhor a variável mais importante nesse estudo, que não foi mencionada: a carga energética e nutricional oferecida ao animal, que influencia diretamente a produção do leite - kg ração-pastagem / leite produzido.
PAULO DE ALMEIDA PANÇARDES
PAULO DE ALMEIDA PANÇARDES

RIO CLARO - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/10/2013

Gostaria de saber qual o percentual da receita que se destina a alimentação e qual se destina a salários e contribuições sociais.
Paulo R. F. Mühlbach
PAULO R. F. MÜHLBACH

PORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 23/09/2013

Vamos torcer para que continue crescendo a participação dos produtores, o que aumentará a confiabilidade dos resultados.

Futuramente, com mais dados, poderia-se tentar aferir a  eficiência da alimentação dos pastos das diferentes regiões, padronizando-se o preço do leite, já que o mesmo é variável.

Por exemplo, nem sempre o preço do leite da  Região Sul - com os melhores pastos - é o mais alto, o que deve explicar a melhor RMCA dessa região, mesmo assim.
Alberto Werneck de Figueiredo
ALBERTO WERNECK DE FIGUEIREDO

RESENDE - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/09/2013

Desenvolvi, com apoio de outro profissional, uma planilha em excell, a partir da qual tenho acompanhamento do rebanho e individualizado dos principais índices zootécnicos.

Vocês teriam interesse em conhecer e criticá-la?

Pode ser possível seu aproveitamento por outros produtores.



Atenciosamente,



Alberto Figueiredo
Qual a sua dúvida hoje?