Rabobank: Preços dos lácteos se manterão firmes

A escassez na oferta de lácteos, que na terça-feira levaram os preços a aumentar no leilão da Fonterra a seu valor mais alto desde 2007, continuarão durante a maior parte do ano, levando à previsão de que os valores "se manterão firmes", disse o Rabobank.

Publicado por: MilkPoint

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A escassez na oferta de lácteos, que na terça-feira levaram os preços a aumentar no leilão da Fonterra a seu valor mais alto desde 2007, continuarão durante a maior parte do ano, levando à previsão de que os valores “se manterão firmes”, disse o Rabobank.

Em um relatório publicado horas após o leilão na plataforma GlobalDairyTrade, aumentando os ganhos nesse ano para 38%, o banco disse que “o balanço de evidências parece dar suporte para os preços internacionais se manterem firmes por pelo menos seis meses”.

A seca na Nova Zelândia, maior país exportador de lácteos do mundo, que tem estado no centro do aumento de preços, verá a produção mensal cair em 15-20% abaixo dos níveis do ano anterior. A produção de leite da Nova Zelândia, embora em janeiro tenha registrado seu 25o aumento mensal sucessivo com relação ao ano anterior, “vem caindo abaixo dos níveis do ano anterior desde fevereiro em uma margem maior a cada semana que passa”, disse o Rabobank.

Mesmo assumindo uma recuperação nas condições de pastagem, os custos elevados e o estreitamento da legislação ambiental sobre lodo limitarão o crescimento da produção para menos de 2% na segunda metade de 2013, quando a produção aumentará de uma baixa sazonal durante os próximos meses.

Os grandes produtores do hemisfério norte, que estão se aproximando do pico de produção na primavera, não estão na melhor forma para aumentar seus volumes de produção de leite agora. Nos Estados Unidos, as baixas margens para os produtores em muitas áreas importantes “manterão a produção abaixo dos níveis do ano anterior na primeira metade de 2013” em cerca de 0,4% com relação ao ano anterior, disse o Rabobank.

Muitos importantes produtores de leite dos Estados Unidos estão situados nas áreas ocidentais, como a Califórnia, onde os custos de trazer alimentos para os animais de regiões aráveis, como Meio-Oeste, estão contribuindo para reduzir as margens dos preços elevados dos grãos.

Na União Europeia (UE), onde a cooperativa holandesa FrieslandCampina na semana passada previu um declínio na produção na primeira metade do ano, a produção cairá em 0,7% nos primeiros seis meses do ano “devido às margens estreitas e à falta de qualidade da alimentação animal até a primavera”.

Com um término ruim da estação no hemisfério sul, que também viu a produção da Argentina cair em 26% no período de novembro a janeiro, coincidindo com um fraco começo no hemisfério norte, “a produção total de leite nas regiões exportadoras cairá abaixo dos níveis do ano anterior na primeira metade do ano”.

A “explosão” nas importações chinesas dos últimos meses, as quais aumentaram em 68% em janeiro e têm dado um grande suporte aos aumentos de preços, “vai retroceder em um grau anormalmente grande. Porém, outros compradores deverão preencher esse espaço”, afirma o Rabobank.

“O pedido por oferta adicional deverá garantir um ambiente global de mercado pressionado o segundo e o terceiro trimestres, antes da nova estação no hemisfério sul, e uma redução nos preços globais da alimentação animal, permitindo que o mercado se equilibre a preços um pouco menores no quarto trimestre”, ele complementa.

O banco também previu uma forte divergência nos preços entre os diferentes produtos lácteos que deverão “diminuir levemente à medida que 2013 progrida”.
Os preços do leite em pó integral se mostraram particularmente fortes no GlobalDairyTrade, aumentando em 21% e atingindo um prêmio de 26% com relação ao leite em pó desnatado.

O leite em pó desnatado foi o mais caro de novembro a janeiro, apesar de essa posição ser incomum, considerando que este não tem o elemento gordura que é tirada e vendida separadamente, o que foi atribuído à forte demanda da China que tem pouca capacidade de produção do mesmo.

“Um reequilíbrio nos preços deverá vir nos próximos meses à medida que os vendedores redistribuam o leite para linhas de produtos com maiores retornos e os compradores busquem produtos com desconto”, disse o Rabobank.

A reportagem é do Agrimoney, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
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