Devido à crise na oferta local, a China está comprando grandes quantidades de lácteos comercializados internacionalmente – pressionando para fora muitos outros compradores. Como resultado, embora os preços internacionais dos lácteos tenham alcançado um pico em abril, permaneceram ainda excepcionalmente fortes durante o terceiro trimestre do ano, de acordo com um relatório do Rabobank.
“A redução dos preços internacionais dos lácteos após seu pico recorde alcançado em abril durou apenas oito semanas”, explicou o analista do Rabobank, Tim Hunt. “Os preços futuros no GlobalDairyTrade Price Index sugerem que estamos em meio a um período de altos preços que é sem precedentes em termos de seu nível e duração”.
Até o meio de setembro, os preços FOB na Oceania para a maioria dos produtos lácteos estavam altos na abertura do trimestre. Os produtos em pó e a manteiga estavam apenas 10% a 15% abaixo dos níveis recordes, com os queijos (que viram um pico mais modesto) apenas 3% abaixo.
O aperto do mercado permanece principalmente direcionado pelo lado da oferta. Embora a produção de leite nas regiões exportadoras tenha voltado a expandir em julho, a melhora no consumo local e a falta de estoque mantiveram as exportações abaixo dos níveis do ano anterior durante os últimos meses. O declínio na produção de leite durante a maior parte da primeira metade de 2013 viu o comércio internacional de produtos lácteos cair no segundo trimestre pela primeira vez em quatro anos.
A demanda atingiu um limite ainda mais extremo quando a China, que já era o maior importador mundial, mergulhou no mercado buscando 27% a mais produtos no segundo trimestre do que nos 12 meses anteriores. Está se tornando cada vez mais aparente que a China está enfrentando uma crise no lado da oferta, com fatores estruturais e fatores temporários pressionando a oferta para baixo dos níveis do ano anterior na primeira metade de 2013 – com relatos de contração de 6%. O aumento nas compras chinesas em um cenário de oferta reduzida pressionou muitos outros compradores para as margens, sustentando a extrema fixação de preços para garantir o efetivo racionamento do produto.
Fortes preços ao produtor e queda nos custos da alimentação animal deverão gerar um sólido aumento na produção de leite em regiões exportadoras no quarto trimestre desse ano e no ano que vem, fornecendo alguma pressão de baixa nos preços. Entretanto, com o insuficiente crescimento da oferta exportável e a demanda acumulada dos compradores que ficaram marginalizados, o alívio nos preços dos níveis atuais excepcionalmente altos deverá ser retardado. “Mais provavelmente, a previsão de qualquer abrandamento significativo nos preços mundiais será adiado, possivelmente até o segundo trimestre de 2014”, disse Hunt.
Os dados são do Rabobank, traduzidos e adaptados pela Equipe MilkPoint.
Rabobank: crise na oferta chinesa adia ajuste de preços
Devido à crise na oferta local, a China está comprando grandes quantidades de lácteos comercializados internacionalmente - pressionando para fora muitos outros compradores. Como resultado, embora os preços internacionais dos lácteos tenham alcançado um pico em abril, permaneceram ainda excepcionalmente fortes durante o terceiro trimestre do ano, de acordo com um relatório do Rabobank.
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