Rabobank: a complicada persistência do crescimento na produção de leite da União Europeia

"Os preços globais das commodities lácteas estão baixos. Muito baixos. Desde 2014, os preços caíram até 60% e estão em níveis vistos pela última vez em 2009. Encontrar uma explicação para essa situação é relativamente simples: muita oferta com redução da demanda. Entretanto, o mercado está agora cada vez mais perplexo sobre porque a UE continua aumentando a produção de leite apesar das dificuldades nas condições comerciais", por Matthew Johnson, analista do setor de lácteos do Rabobank

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Os preços globais das commodities lácteas estão baixos. Muito baixos. Desde 2014, os preços caíram até 60% e estão em níveis vistos pela última vez em 2009. Encontrar uma explicação para essa situação é relativamente simples: muita oferta com redução da demanda. Os altos preços antes de 2014 direcionaram aumentos na produção de leite, que chegaram após o mercado ter mudado. E o mercado também teve que lidar com a remoção das cotas de produção de leite da Europa, após mais de 30 anos de regulamentação. Já era esperado (e talvez até mesmo temido) que a UE aumentaria a produção quando esses limites fossem removidos. Entretanto, o mercado está agora cada vez mais perplexo sobre porque a UE continua aumentando a produção de leite apesar das dificuldades nas condições comerciais.

Em 2015, a UE-28 produziu 3,1 milhões de toneladas a mais de leite do que em 2014. Entretanto, quase metade disso se originou de dois países: Holanda e Irlanda e três quartos do leite extra produzido vieram de cinco países, de 28.

As razões para isso variam. Algumas dizem respeito a toda a UE, enquanto outras são específicas de alguns países. Com o fim das cotas de produção de leite, os produtores buscaram expandir a produção, construíram novos galpões e adquiriram vacas extras. Como resultado, a maior produção, enquanto os preços caíam, garantiu que eles mantivessem seu fluxo de caixa.

A queda do euro com relação ao dólar americano tem sido um importante direcionador que permitiu que os produtores de leite aumentassem suas exportações durante 2015. Até mesmo os queijos, que foram bastante impactados pelo embargo russo, viram as exportações em 2015 aumentando um pouco com relação aos níveis do ano anterior (que incluiu sete meses de exportações russas).

Os preços do leite da Irlanda caíram durante 2015. Entretanto, muitos produtores irlandeses receberam um bônus muito bem vindo em seu pagamento pelo leite. As cooperativas irlandesas, querendo dar suporte a seus membros, foram capazes de liberar fundos, diluindo sua participação em companhias maiores para as quais também fornecem leite. Esse suporte (direto e indireto) totalizou quase 100 milhões de euros (US$ 111,46 milhões) durante 2015.

O crescimento da produção de leite na UE tem deixado muitas pessoas perplexas, à medida que os mercados globais continuam fracos. Os preços precisarão cair abaixo dos custos de produção, levando em conta os contínuos subsídios baseados nas terras. Para a maioria, esse ponto ainda não foi alcançado, mas os preços continuam sob forte pressão. Embora o euro continue fraco com relação ao dólar americano, as exportações europeias continuarão sendo mais competitivas nos mercados globais.

Na Irlanda, as cooperativas continuarão tentando apoiar os preços do leite. As críticas regulamentações ambientais na Holanda continuam “em discussão” e a maioria disso aponta para uma continuação dos maiores níveis de exportação da Europa.

Em 14/03/16 – 1 Euro = US$ 1,11460
0,89669 Euro = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)

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As informações são do Rabobank, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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